11.10.14

moro e morro

o sitio onde moro,
não tem sede de querer.
o sitio onde morro?
quereis vós saber!

no mundo que se levanta,
mora gente de agora e de antes.
no mundo que se deita,
morreste tu e diamantes.

ali mora alguém,
quem é? já não soube.
morreu ninguém,
a curiosidade lá coube!

poxa!
viver sem se ver,
mas morrer fez sentir.
morar para viver,
e morrer faz agir.

estranha forma de sentir,
mostrar e dedicar.
a saudade há-de vir,
essa ninguém pode amarrar.




11.2.14

another story

http://abcnews.go.com/blogs/headlines/2012/03/today-in-pictures-bullfighting-syria-cries-baby-baboon-gaza-attacked-tsunami-anniversary/

31.1.14

i still have a dream

do you have a big dream? dream big.


"i still have a dream." Martin Luther King 

4.1.14

e em cada mês uma viagem para ti - I

hoje chegámos à Birmânia, Myanmar, Ásia.
bem, não chegámos mesmo a aterrar, mas posso falar-te um pouco desta viagem.
começa assim...


indo eu saída de casa com dois sacos de roupa escolhida para dar. atravesso a praça e encontro uma mulher atarefada entre sacos e um automóvel. falamos e confirmo ser a pessoa que procuro. dirigimos-nos para a loja e entro num espaço cheio, existem donativos até ao tecto! ali roupas penduradas, cadeiras de bebé para carros, alcofas, brinquedos, acolá cobertores, sapatos e outros objectos que agora não me recordo. abri os sacos para mostrar o que levava, organizado em sacos pequenos e por idades.

fomos falando, percebendo um pouco do que somos feitas, e chegámos mesmo a conversar. foi pelas suas palavras que cheguei a este país. entrámos num templo onde reinava a paz, desta vez pela história de um filho, habituado a viajar e que encontrou naquele pedaço do mundo algo que não tinha visto ou sentido em qualquer outra parte.
 também entrámos noutro templo, mas esse não vem nos mapas, não tem fronteiras, e foi escutado no silêncio: o templo do nosso sentido de vida. pode ser o do casamento realizado, o do manto da protecção sobre os filhos, o do porto de abrigo aos amigos, e pode ser também o do mundo da dádiva.
e é aqui que parei extasiada, porque naquela parte do mundo o mais brilhante para o viajante foi a facilidade que ele conheceu no povo que dá. simplesmente dão. e é neste país que hoje viajei directamente da nossa praça molhada pela chuva, no quarto dia do ano. é assim num dia Inverno que chegamos a Myanmar.

em 2014 este país surge-nos mais perto do que há 10 anos, pelas mudanças que viveu e que o aproximam do mundo. hoje é visitado por muitos turistas, mas isso é algo muito recente na história deste país.


pelas fotos que se encontram pela net conseguem-se ver as cores, os rostos, o céu, os campos, os animais, e tantas outras coisas que se percebe serem tão diferentes da nossa realidade, os templos, os dourados, as vestes compridas, os monges e os ciclones.
voltando à sua história, encontramos muitas fotos ligadas à libertação, após uma intensa ditadura militar.
nesta viagem curta, cheia de encantamento e espírito asiático, que se sintam algumas diferenças tão grandes, e se valorizem princípios que hoje nos afastam enquanto seres que vivemos juntos em sociedade, porém pouco em comunidade.

23.11.13

dream girl

"...just dream"

5.11.13

aceitação incondicional

duas esferas escuras
perscrutam-me a alma,
os teus olhos que me fixam
no teu momento de calma.

tens um coração
grande todos os dias,
só dá para fazer o melhor,
nas tristezas e nas alegrias.

o meu pouco melhor é tanto para ti.
a pequena atenção que seja, sorriso muito, muito grande em ti.
um lançar de olhos, gargalhada em ti.
um sorriso dos meus,
mil e um teus.

mais ainda, tudo agora é emoção.
enche e enche o coração,
mesmo quando choras, não importa a razão.
emocionas-me como ninguém até então.

é tanto, mas tanto que dói estar longe.
dói pensar-te, imaginar-te longe.
estares perto e sentir-te longe...

a perspectiva mudou.
definitivamente.
agora sim, a aceitação incondicional.
infinitamente.

30.10.13

infligido escolhe a sua liberdade



levar o que não é seu, pode alguém?
se é de outro, saca, tira.
o outro pode fingir que "empresta",
e no escuro dança-se o Vira.

dança o constrangido,
voa a sua mente.
mas o comandante também dançou
e não dançou realmente.

dançará adiante,
perante sonos finitos,
terá uma alma flamejante,
e mãos em bolsitos de panitos... pequenitos...

podem obrigar-nos a dançar a música que tocam para nós,
mas só nós sabemos o que realmente dançamos.
podem infligir-nos dor, tirar-nos o sentido conquistado,
mas ninguém escolhe por nós o tamanho do voo do que sonhamos.

2.10.13

possa eu lembrar-te

não me sentia pobre, mas depois de ti sou rica.
não era triste antes desta paz permanente.
não estava só, porém agora...
há um tesouro sempre presente.

quando soltares a mão,
me trocares por um balão,
acredito,
vais ser sempre a minha, nossa bebé,
vou conquistar o teu coração pé ante pé.

nada é agora outro sentido.
nada agora é apenas "nada".
qualquer coisa tua é "tudo",
mesmo em modo safada!

minha, nossa malandra.
meu amor, minha flor.
meu coração.
meu sim e meu não.

podia lá eu ser pobre depois de te sentir, tocar, conhecer, minha, nossa riqueza.
possa eu lembrar-te sempre que tudo em ti é beleza.



10.6.13

vais chegar

cada empurrão, é vida que começas.
e cada soluço, as tuas peças!

e eu sei vais chegar,
com chuva ou com Sol,
e vou-te abraçar e cheirar.

e olhar e olhar,
como quando busco o fim ao mar.
será sempre assim, de dia ou ao luar.

25.4.13

25 de Abril sempre



Eu gosto do meu país, estou farta destes governos.

O estado são as pessoas. A situação atual é proveniente da desregulamentação do sistema financeiro, das más políticas, das pessoas que "lideram" (se é que são líderes) e optam por (um)bigo. Não é da economia. Políticas que acreditam que se governa sem considerar as pessoas, as famílias, são incompletas, incompetentes.
O 25 de Abril não garantiu a liberdade para sempre. Individualizámo-nos. Descansámos.  Apolíticos. Acreditámos que "eles" são bem pagos, que governem! Delegámos tudo. Terá sido + fácil? No fundo todos temos umbigos. Na gestão dos condomínios predomina a atitude "já pago, eles que decidam". 
Esta cultura custa caro. Mantemo-nos ao sabor da sorte, deixamos que decidam tudo por nós. Incomodamo-nos com "ninharias", entretemo-nos com "enredos fáceis" e atribuímos as más decisões, e que nos condicionam fortemente, à crise. Assim é fácil, mas NÃO RES S SOLVE.
O NUNCA ganha uma extensão limite e existe neste contexto.
A responsabilidade não é de todos, e é preciso que não se convençam do contrário. 

6.2.13

plágio


a notícia sobre o suspeito plágio no doutoramente da ministra da educação alemã levou-me a procurar mais alguma info sobre o tema. o mais irónico é que o tema da tese remeta para a formação de carácter e de consciência (!!!).

a escrita de uma tese ou outro trabalho académico implica que se mencionem outros autores, porém existem regras. e é aí que tudo muda. a APA (American Psychological Association) criou um conjunto de regras para que exista um padrão na escrita e onde também estão incluídas regras para as citações e referências. Ver aqui http://www.apastyle.org/
na busca pelos plágios, a wikipédia recorda alguns famosos a nível mundial, e na Alemanha aparecem uns quantos nomes do governo, incluindo o atual presidente da Rússia. se é possível? parece que sim.
em alguns países é crime.
em Portugal também existem casos públicos, basta pesquisar na internet.
os professores atualmente recorrem a programas para verificar a existência de plágio nos trabalhos académicos. se assim é o melhor é não facilitar, porque há professores que recorrem mesmo a estas ferramentas. fica aqui um video sobre a relação dos estudantes com este comportamento com Isabel Capeloa Gil, diretora da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de Lisboa. http://visao.sapo.pt/o-mundo-escondido-das-fraudes-academicas=f622561
contudo, também parece que o problema não está circunscrito aos estudantes! em 2011 a revista Visão terá referido "Esta semana um investigação publicada na revista "Visão" revela que não são apenas os alunos que plagiam. Alguns professores também já foram apanhados". 
tanta incoerência junta até assusta! porque será que há quem continue a acreditar que o plágio vale a pena?





20.1.13

La valse d'Amélie Poulain

pode parecer triste. mas este som só me lembra este filme maravilhoso  "Le fabuleux destin d'Amélie Poulain" que de triste pouco tem.
ver e rever. ouvir e tornar a escutar. teclas pretas e brancas que falam mais que o silêncio antes do início e depois do seu fim. toca qualquer coisa.

27.12.12

2013 ainda melhor

não nego que 2012 termina cheio.
aceito que ser feliz tem sido uma grande parte da minha vida.
a tristeza vem e vai, felizmente. as conquistas e as perdas têm sido compreendidas, e a vontade de as ver no seu todo tem estado viva. os erros também existem e mais virão. tal como a sorte, e eu nem lhe dou muito crédito.
desejo que as estrelas em 2013 brilhem para todos, mesmo para os que ainda não lhes prestam atenção.

4.12.12

uma pergunta muitas respostas

assaltada pelo pensamento: "porque cometemos os mesmos erros?". tantas respostas para apenas uma pergunta.
se aceitarmos que a maioria dos erros são cometidos por medo, ignorância, desmotivação e baixa autoestima, reunimos um conjunto de explicações, contudo não sei se chega para pararmos de cometer os mesmos erros. chega conhecer o motivo e ter uma explicação para mudar a nossa ação?
o medo é obstáculo, priva-nos do melhor e afasta-nos do pior. e também da sabedoria. da experiência e do risco. é quando alimentamos a coragem que controlamos o medo e passamos a ponte para o risco. arriscamos. a coragem não nos priva da vida.
a ignorância é pobreza. não sabemos até ao momento em que... passamos a saber. e depois podemos decidir continuar a errar mesmo sabendo, e aí alimentamos a nossa ignorância voluntária. se continuamos sem saber, pergunto-me "onde estou eu?"
a desmotivação é tramada. o que nos mantém desprovidos de motivo? pode ser crónica, durar semanas, meses. ocupamo-nos em coisas supérfulas e afasta-nos da ação. não fazemos o que queremos e apenas pensamos no que queremos fazer. e a pensar morreu um burro. a desmotivação pode ser alimentada ou desidratada. quando lhe tiramos a água e depois o Sol, passamos a alimentar a nossa ação. enfim, tomamos uma de-ci-são. continuamos a pensar, mas decidimos alimentar a ação.
a baixa autoestima pode ser um motivo mais delicado. a falta de amor pode ser uma questão para resolver. é aquela que mantém o medo e a insegurança. enquanto repetirmos os mesmos erros, não teremos resultados diferentes. expomo-nos ao egoísmo alheio, diminuimos a probabilidade de sermos amados e continuamos a penalizar-nos por isso. cresce a culpa, a frustração, e aí estamos nós sedentos de visão. submissos então! presos.
todos temos momentos, fases. e todas as fases têm "fases". sabemos em que fase estamos, porém desconhecemos o tempo que esta dura. porém podemos acreditar e decidir amar ao invés de permanecer naquela zona que parece de conforto, mas que já nem isso é. parece cómoda, mas é desprovida de segurança e tranquilidade.
pode ser que, o que nos faça parar de cometer os mesmos erros seja perceber o que perdemos para ter aquilo que se resume a "falta de amor". poderemos concluir que é "falta de amor próprio", que seja. contudo, é a ausência de amor. e isso sim, pode explicar porque nos aniquilamos e nos mantemos num ciclo vicioso de alimentarmos os nossos erros. a falta de amor afasta-nos de nós e mantém-nos à tona a respirar, mas não nos deixa viver em pleno e sintonia com a vida.

17.10.12

Addicted - london views

Depois de ver e rever esta http://www.abbeyroad.com/Crossing (a favorita porque tem imagem e som de qualidade), agora um site com mais escolha http://www.goandroam.com/webcams/uk/london/. É difícil escolher se vejo o rio Tamisa, Tower Bridge... and so on!
Totally parece forte. Contudo... talvez se resolva com uma visita no Inverno... talvez...


24.8.12

na 1ª hora do dia

importamos ideias da américa com facilidade e isso está na nossa história e cultura. ocorre-me o fast food, as pipocas no cinema e, acima de tudo, a história do marketing. os americanos conseguem colocar o conhecimento ao serviço do marketing e criar MEGA campanhas.
associo aos americanos as dicas para o sucesso e a imagem de uma pessoa no palco a falar com fervor e muito entusiasmo, para uma plateia vidrada e a bater palmas.
hoje recebi um post sobre o que fazer na 1º hora do dia. o que fazem as pessoas de sucesso nesse momento? nomes como David Karp (americano, um fenómeno!), Tony Robbins (americano) e Brain Tracy (canadense) surgem nas respostas.
algumas dicas:
- não ver o email antes de chegar ao trabalho:"ler emails em casa não faz bem, nem é produtivo", Karp;
- 1 hora, 30' ou 15' de lazer: exercício, rituais de motivação, agradecer pelo que se está grato,  e visualizar o que se quer da vida como se o tivesse hoje, Tony Robbins;
- escolher  e engulir o maior sapo, i.e., começar pela tarefa mais complexa, demorada, que menos gostamos, supondo que as tarefas seguintes serão "canja" (o livro de Brain Tracy em PT "engula sapos");
- Steve Jobs usava o seguinte pensamento "se hoje fossse o último dia da minha vida, gostaria de fazer o que o vou fazer no dia de hoje?", se a resposta fosse "não" por muitos dias, então sabia que tinha de realizar alguma mudança.
tudo o que possamos fazer na 1ª hora do dia e que nos sirva o bem-estar dentro da nossa rotina é muito bem-vindo! em PT e para muitas pessoas um bom pequeno almoço ou um bom café fazem parte da lista de tarefas realizadas na 1ª hora do dia.

23.8.12

rumar e arrumar

com ou sem rumo, a vida avança. avançamos todos. na terra ou na estrada, com ou sem mapa, a pé ou de carro. tudo se move.
com ou sem essa consciência diz que parece parado, estagnado, cristalizado. contudo poucas coisas são aquelas que não voam, não vibram, não resvalam, não são olhadas, não são vistas, não são escutadas. 
escutar para ver. 
ver para aproximar. 
aproximar para conhecer.
rumar e arrumar o que se pensava parado. parar e desarrumar para emergir à tona a transformação.
consciente ou insconscientemente o mundo vai encaixando tudo. e quando desencaixa num violento turbilhão, faz nascer uma qualquer erva arrumada entre pedras, suportada por um solo. será vista, colhida talvez? será escutada? na dúvida, transforma cada olhar. há sempre a possibilidade de ver nela o seu som.
vibra e entoa tudo o que parece parado.
vidas são muito mais paralelas do que alguns pares de olhos fechados em si mesmos. 
com ou sem rumo, vidas são carris habitados, escutados, vibrados, com chiar de gente!

21.8.12

parece que às vezes...


isso que nunca me faltou

nos olhares e nos sorrisos que todos transportamos, podemos conhecer diferentes sentires. ao alimentar a atenção nas vozes e nos gestos, páro no tempo distraida a construir personagens em pequenas e soltas histórias. mergulhando nesses contos, viajo e percorro outros mundos que me permitem soltar do meu eu. e  por aí me conheço e aceito os outros.
escutar o entusiasmo, a paixão na arte, o brilho de quem fala com as mãos, e trazer isso na bagagem, essa esquecida disso mesmo! por vezes está tão perto o cruzamento para a nós voltar. é preciso deixar voltar, viajar para fora de nós e regressar. descentrar de nós e  ser contagiado por outros caminhos até escutar aquela frase, metáfora talvez, e abrir mais uma porta cá dentro.
são ações simples, contudo no dia-a-dia tornam-se escassas. as férias permitem fazer todas estas viagens sentada na areia, na água, na esplanada, na varanda, no banco, de carro e de bicicleta. e com menos fotografias perceber o valor da distração fantástica que é: poder fazer coisas tão simples que fazem sentir "coisas" tão grandes. e pelas revistas e livros se encontram outras vidas, contudo com menos espaço para viajar, com mais detalhes e menos liberdade para sonhar e imaginar. 
este Verão a criatividade foi de férias e chegou ainda mais rica. que bom é confirmar mais uma vez que o que nos pode estar a faltar às vezes é alimentar o que já conhecemos e temos. isso que nunca nos faltou.

9.7.12

sensibilidade na música

o amor expressa-se a ele mesmo. liberte-se e massage-se a sensibilidade de outros para terem amor e depois, a partir daí, esperar deles o melhor.
ainda que haja música forte com palavras e som para transmiti-lo, transmitir o ritmo que tem o amor, só o amor e nada mais. 
acontece escrever sobre o amor e menos entender. talvez seja de tão grande sensibilidade que não cabe naquilo que contruímos como código. não cabe. este código feito por humanos, que pela "estruturada" e "decorada de lógica" não servirá o propósito para, por si só, transmitir o que é o amor, que a si se basta e só a si se expressa.
sem dúvida, músicas realmente belas, fortes e intensas como o amor. de certo, feitas com amor por alguém que se permite o amor. música em tantas línguas, com tantos intrumentos, com tantas imagens. vozes e timbres.
diria que, se o amor não é a linguagem universal, outra não existe que nos permita falar pelo olhar ou sem escutar o que os lábios poderiam proferir.
não explico nada. a sensibilidade está para o amor como a pele para o Sol. o amor aquece-nos, conforta-nos, alimenta-nos, dá-nos cor e ilumina-nos. e tal como o Sol, tem de ser doseado. as músicas fazem isso tão bem.
há dias numa palestra sobre sexualidade pensava sobre "porque é que gastamos tanto tempo a querer tanta coisa e parece haver tão pouco esforço a ajudar os outros a permitirem-se o amor?". a permitir-se o amor antes de tudo. antes-de-tudo.
é que, quem não trabalhou a sua sensibilidade, as suas emoções, terá alguma dificuldade em abrir o coração para vivê-lo, ouvi-lo e talvez uma barreira para sentir quão importante o resto é para ter o amor. 
quem alimenta essa barreira ajuda a mantê-la forte, ao invés de deixar o amor (como que em efeito bola de neve) estruturar a vida. o amor estrutura a vida. o amor faz-nos ser resilientes. a partir daí tudo é possível e cria-se a condição para existir a capacidade de tudo o resto: de nos aceitarmos, de ouvirmos os outros, de termos espaço para os outros. sendo o amor a base, o resto é o resto, ainda que muito importante. são veículos para nós mesmos.
não espero que isto faça algum sentido, porque as palavras têm os seus próprios limites, ainda que as usemos para falarem o amor. o amor expressa-se a ele mesmo, com ou sem palavras.
mundo, liberta-te para que as crianças e os jovens tenham amor e depois, a partir daí, esperar deles o melhor.

Dear Monday


Cara Monday (segunda-feira), 
Obrigada por teres "mon" em ti. Em francês significa "meu", para o caso de não teres reparado. "Monday", isso faz-me pensar em ti mais como o "meu dia" e francamente parece uma forma muito melhor para começar a semana. 
Atentamente, 
Eu.


4.7.12

cheia de pensamentos

na descoberta de mim no outro, pensamentos de génios são pérolas.
pérolas "geniais" encontradas assim,
cristalizam firmemente,
nos lugares mais singelos,
na tua, na minha mente.


15.6.12

Espaço para o outro

Cinco meses. Duas horas por semana. Encontro com crianças do ensino básico.
Objetivo: apoiar a criança através do laço ou relação interpessoal; entenda-se ouvir, escutar, dar atenção às dúvidas, preocupações, situações, problemas dela, refletir em conjunto e pensar em possíveis soluções. Ajudar o outro a pensar. Apoiar o outro a ver-se e a olhar-se através da relação.
A partir daí cria-se a possibilidade da auto descoberta, criar caminhos mentais até novas alternativas. Como efeito bola de neve, a criança pode perceber as suas inseguranças, partilhá-las e confirmar que quando isso acontece não ecoa o julgamento óbvio e declarado. Nessa corrente, pode conseguir-se melhorar a autoconfiança, a confiança nos outros, o sentido de realização, a interiorização de regras de base na relação com o outro, o olhar sobre o futuro e, até conseguir motivar a criança para tarefas que ela acreditava não ter capacidade para realizá-las.
Esta experiência em mentoria entre pares reforçou a importância de criar espaços para receber os outros na nossa “casa” e a crescermos através dos outros.

todos os dias são dias de escolha.

31.5.12

can't take my eyes off YOU

You're just too good to be true
can't take my eyes off of you
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
and I thank God I'm alive
You're just too good to be true
can't take my eyes off of you

19.5.12

Mafalda e a vida

a Mafalda! gosto da Mafalda há muito tempo. quando a leio há um efeito qualquer que começa cá dentro e fica visível no meu corpo.  só a imagem da personagem me deixa bem! aquele ar simpático e, ao mesmo tempo, sarcástico faz-me sorrir :) quando a leio acho até que me sinto compreendida. 
acredito que todos os dias são dias de escolha. às vezes esquecemo-nos disso. se bem que dá um bocado de trabalho decidir todos os dia - parar, reflectir - julgo que depois damos passitos importantes para agir de acordo com o "nosso entendimento", seja no que for.
encontrei esta imagem e partilho-a com vontade que ela possa passar a mensagem: é possível começar a vida todos os dias, parando, olhando, escolhendo. às vezes pensando menos, que também pode dar muito jeito, e agindo mais. não evita o sofrimento e a angústia, mas ajuda a ultrapassá-la, enfrentá-la e, acho eu, até a diminuir a sua intensidade.
mundo, bom fim-de-semana.

14.5.12

mudar de perspectiva

pois é, há dias em que ajuda levar a nossa mente a esforçar-se a mudar de perspectiva.
há dias! dias em que preciso de ver as questões de outra forma. quando consigo fazer esta ginástica mental, arranjo energia para ver o problema de vários prismas, encontro alternativas. às vezes a encontrar alguma solução e, acima de tudo, descontrai-me o cérebro.
e hoje em dia, conseguir descontrair este órgão é um grande feito! 
mudar de perspectiva sabe bem. olhando para a imagem lembro-me, com humor, da importância da liberdade no sentido lato da palavra. há sentidos latos que valem cada centímetro :-D

5.5.12

Dia da Mãe, sempre

Forte, quente, acolhedora, cuidadora.
Mãe é sempre. Foi sempre. Será sempre.
A minha mãe é assim.
Mãe é atenta. A mãe conhece o que conheço. Ouve-me. Vê-me.
A minha mãe é assim. É mesmo assim.
O abraço da minha mãe é incondicional. Há sempre um à minha espera.
E o colo? O colo é seguro.
Mima. Cuida. Inspira. Ensina.
Cama feita pela mãe é qualquer coisa sempre. Como a comida.
E o cheiro de mãe? Perfume único, maravilhoso.
Mãe quer mais. Quando não pode ser, mãe aceita.
É doce. Às vezes é e não parece. Mãe é sempre.
Grata todos os dias pela minha mãe.

Feliz dia das mães, sempre.

20.4.12

urgente: distrair (evidências)

andamos tão ocupados (mesmo quando não estamos habituámo-nos a dar a entender que estamos) que esquecemos-nos das coisas vitais da vida do humano. vitais & simples: comer, dormir e distrair. evidências.
comer: vital, simples e quem não come morre. é evidente.
dormir: vital. menos simples. é possível dormir menos e depois em algum momento os olhos fecham-se de cansados e adormecem. é evidente.
distrair: parece menos vital e mais simples.

desconfio que andamos tão ocupados que nos ocupamos a pensar que estamos ocupados. ocupamo-nos a planear como nos ocupamos. é a Era dos blocos de tempo w das listas de "coisas-que-temos-de-fazer". net no tlm para ver os emails no momento em que chegam. comemos enquanto falamos, falamos quando comemos. bebebos café em copos transportáveis para andar e beber. conduzimos e falamos ao tlm. temos tempo para tudo, porque o tlm toca, o email chega, as coisas têm de ser feitas (as compras, levar a criança à escola, pagar as contas). não só evidente, como evidentemente.
desconfio também que, há coisas que por serem do tipo "não-parece-ser-tão-evidente" são na mesma vitais e simples. não lhe dedicamos tempo e não faz mal. sim? como passar de "ser criança e tudo nos distrai e envolve" para um "tudo é tão sério e cheio de "tem-de-ser-feitos"?
vital: morremos de qualquer forma quer façamos as coisas ou não. bem, pode até acontecer andarmos tão ocupados que nos esquecemos de nos lembrar que morremos (!). mas é evidente, se nascemos morremos. morrem os que se distraem e os que se esquecem de distrair. ok. quem é mais feliz? é evidente, aquele que passou mais tempo a fazer coisas que servem a distração, diversão, alegria. aquele que não se esquece de desfrutar morre na mesma com a diferença de que se distraiu mais. isto parece simples?
simples: se é simples como é nos esquecemos de fazer listas de coisas para distrair? quem é que faz um bloco de tempo para "não-fazer-nada". é assim, é evidente que "fazer-nada" também custa, cansa e precisa de ser planeado.

ainda há alguém convencido que para viver não precismos de "não-fazer-nada"?

5.4.12

próximo da Páscoa

é possível que já tenha postado esta foto. tem sido uma boa companhia. estes pensamentos de A a Z podem ser bons guias.

é 5ª feira, em Portugal o dia está cinzento e os 14ºc previstos obrigam ao agasalho. está um vento fresco por Lisboa. muitas pessoas terão esta tarde como tolerância de ponto e amanhã é feriado nacional em Portugal, é a sexta-feira Santa ou sexta-feira da Paixão (é no Brasil).
como os meus dias são um pouco de auto-gestão quase não sinto estas "folgas". são na mesma muito bem vindas porque há uma companhia especial e momentos partilhados. são bons dias para trabalhar no pc no conforto da casa, para estar com a família, ler, terminar tarefas numa mega checklist, refletir e, se o São Pedro deixar, apanhar ar.

toca a aproveitar este feriado que ainda é nacional em Portugal. boas folgas para todos! 

25.3.12

imagem corporal e chocolate


sugestão: bolo de chocolate e cuppuccino
é Domingo. em Lx o tempo está primaveril: debaixo do Sol faz calor e apetece estar na rua.

diria que poderá ser um bom dia para uma sobremesa especial, misturar o prazer do relax com uma fatia de chocolate. é provável que ao lerem este último parágrafo, algumas pessoas tenham pensamentos relacionados com dieta, calorias e outros relacionados com a saúde e imagem corporal. e haverão pensamentos doces e deliciosos! enfim, uma mescla de pensamentos e tentações entre fazer a vontade ao desejo e não ingerir excesso de gordura e açucar.
hoje apeteceu-me desafiar as mentes alheias e deixar dois estímulos para diminuir o sentimento de culpa que possa existir quando se está perante a decisão de comer uma boa fatia de bolo de chocolate ou outra coisa igualmente deliciosa.
primeiro estímulo: "Segundo a pesquisa, publicada no "Journal of Personality and Social Psychology”, pessoas que gostam e consomem doces são mais propensas a ajudar outras em necessidade e a serem mais amáveis do que aquelas que não costumam comer guloseimas." bem, pensarão, isto é mesmo verdade? ver mais aqui.
segundo estímulo: existem pessoas no mundo que confecionam doces, comem-nos com satisfação, não são consideradas magras e têm sucesso. não só têm sucesso, como tiram proveito disso tudo. ocorre-me a cozinheira Nigella, conhecem? de acordo com o jornal inglês Daily Mail, Nigella tem uma fortuna de £110milhões. não sei se este video vos desperta os mesmos pensamentos, mas em mim desperta a admiração por esta mulher. os meus olhos vêm a mulher charmosa, sem as tradicionais formas físicas de uma apresentadora de tv famosa, que se entrega à arte da cozinha com grande dose de estilo próprio e consegue muito sucesso. enfim, um conjunto de bons motivos para acreditarmos que não é imprescindível ter "tudo no sitio" para ser uma mulher de sucesso.
serão estes dois estímulos verdadeiramente fortes para diminuir a pressão no momento de dar a uma bela dentada num bolo que sorri para nós?
p.s. já conheci algumas pessoas que não gostam de chocolate. e tanto chocolate que sobra para os que, como eu, não lhe resistem!

21.3.12

tal e qual assim

quando me beijas,
tamanha a nossa união,
fortemente leve,
bate o meu coração.

bate esse coração
e certos lábios nos meus,
inequívecos e bem juntos,
seguram-se bem aos teus.

os meus pelos teus,
e lá começa a soprar,
a brisa que me trascende,
e me deixa sempre a voar!

antes que páre de voar,
antes que te descoles de mim,
sente que quero só mais um,
mais um tal e qual assim. 

menino quer ser sereia

http://miasombra.blogspot.pt/2011/03/enquanto-o-espetaculo-nao-volta-em.html
são palavras guardadas,
tantas pessoas passadas.
histórias contadas,
em mensagens latentes escutadas.

o menino que quer ser sereia,
na praia brinca a pular,
e imagina no medo,
que alguém o obrigue a molhar!

um menino que repara,
no laço e na cor dos olhos,
tem vaidade nos caracóis,
e risos ansiosos aos molhos.

defesas são às mil,
todos os dias a aprender,
atrás do que ainda não sabe esconder,
pois no mundo há que sobreviver.

o menino quer ser sereia,
pinta ilhas e palmeiras,
cabelos grandes com muitas cores,
conchas e jóias nas areias!

terá ele já notado que os peixes são apanhados,
as pessoas nadam no mar,
as meninas jogam à bola,
e que os homens podem sonhar?

menino minha sereia,
sempre a cantar e encantar,
guardo o teu lugar neste abrigo,
uma praia livre para brincar.

8.3.12

mulher

escolhi esta foto de Doisneau "mantes la jolie" porque me identifico com o momento. adoro parar e desfrutar do Sol. ou da Lua: ontem passei 8 minutos a contemplar o nascer da Lua. lá estava ela, grande, branca e a elevar-se mesmo diante de mim. gosto de ser mulher, deve ser por isso que hoje tento compreender o que se diz no dia internacional da mulher. postam-se músicas, fotos, poemas, direitos, eu sei lá (!)
como esta foto, a vida é feita de momentos, de mulheres e homens. isso eu sei. e agradeço agora (mesmo) a luta que todas as pessoas à face da terra fizeram e às que continuam a fazer para que o género não seja factor discriminatório. grata por isso todos os dias. e esforço-me por não me esquecer disso. faço-o com dignidade e esperança para que esta seja a realidade da base do resto do mundo, pois que hoje ainda não o é. e tanto que há para "cavar" neste campo!

para que o mundo não sofra de amnésia recordo que, é impossível falar da mulher sem falar da vida. e falar da vida sem falar do homem. falar do homem sem falar da mulher. falar da mulher sem falar da vida. e...
a propósito, desconhecia a origem do Dia Internacional da Mulher: "8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto." ver mais aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher


27.2.12

da entranha para estranha

dois familiares acabam de deixar a sua casa para viver num lar.
ontem foi Domingo e visitei um lar pela primeira vez. misto de sensações. más e estranhas. deixar quase tudo para trás e passar a viver num sitio não escolhido. como se faz?
assisti à hora do lanche (há hora para lanchar), wc partilhados e muitos objetos não pessoais que denotam um gosto que não enquadro. novos cheiros. novas luzes e gemidos. fase de adaptação. com apenas 50. aos 70, aos 80. depois de uma crise. após um acidente. quando já não é seguro viver desamparado, porque o equilíbrio não chega para ir com sucesso ao wc.
ali habita a consciência, a inconsciência e algo inexplicável. mundos e realidades muito diferentes dormem no mesmo tecto, usam o mesmo sofá, almofadas. em comum, a dependência. expostos. carentes. cansados. sem alento. e à espera. da visita, do passeio. da hora de dormir. da hora do sono sem acordar. porque no dia em que nascemos, sabemos que começamos a morrer. apenas não sabemos esse dia. para cada sombra humana há uma data certa. correlação macabra.
na volta uma certeza: uma parte de nós nem chegará a esta fase. outros chegarão conscientes e outros entre o hospital e um lar, também à mercê, andarão transportados. outra parte há que será saudável, lúcida e mais resistente à demanda. mas ainda assim, viverá para ser dependente.
nascemos carentes, despidos e vulneráveis. é muito provável que acabemos numa cama, expostos, mais sós, mais reais. voltamos a ser vulgares e despersonalizados.
"era doutora, funcionária pública." "foi um sr com muito dinheiro. a familia roubo-lhe tudo. um familiar avançou para o tribunal." "tem muito património, mas morreu o marido, deprimiu e ficou assim. tem apenas 52." "não recebe visitas. puseram-no aqui e nunca mais cá voltaram".
podia fazer aqui uma paródia, porque na velhice ri-se. e hei-de contar o que assisti, digno de partilha. mas o cru daquelas horas quero congelar agora. como saímos das entranhas e nos tornamos pessoa estranha?

noutra ponta da cidade, ainda nem passadas 24 horas, hormonas ao rubro pelos corredores de uma faculdade. grupos no café, uns ao Sol. os livros para estudar, a palmada nas costas, a sensualidade, o encantamento. o romance. a beleza. o tique, o jeito. a preocupação com o cabelo. o penteado. o padrão da roupa. ou a diferença pelo estilo. o perfume misturado com o suor. os olhares atentos. a conquista.
todo o esforço é para o futuro. não há tempo para chegar a horas à aula. o mundo das descobertas a nascer a cada instante.
o contraste da nossa vida. e a consciência de que um dia, numa provável correlação significativa, estamos no mesmo lar. no mesmo hospital. na mesma situação. na mesma montra. na mesma carência. na mesma dependência.
duvido que naquelas veias se vislumbre uma só célula com uma pequena visão que seja do caminhar para a realidade do passado.

certeza, nascemos e morremos sós.

horas depois, numa escola básica. paredes forradas a testemunhos de constantes produções: mãos pintadas e calcadas sobre telas, balões pendurados, desenhos da praia, da bola, da borboleta, da moto, do castelo, do passeio. onde mora a cor. brinca-se pelo chão, à bola, salta-se, as pernas dobram-se como borracha e os sorrisos soltam-se sem comando. debaixo de regras, mas acima da força de qualquer ruga ou expressão de zanga. sinfonia de gritaria da miudagem que brinca sem noção do tempo, porque se vive o presente. o presente do momento da brincadeira. amanhã há mais. amanhã brincamos, está bem?

25.2.12

suspiro de gemido

ouvidos de tísico
escutaram o pedido.
sem movimento algum,
único suspiro de gemido.

senti nascer aí longe
sorriso pequeno contido.
real no meu peito,
em meu íntimo refundido.

leve respirar.
baixo, baixinho...
aproxima-te mais.
devagar, devagarinho.

solta os lábios
dessa tensão maior,
cheira um pouco de carinho,
precisas d'um corpo melhor.

larga o peso
e aproveita a força dada pelo vento,
faz esse voo até mim,
para um abraço com alento.

22.2.12

home office IV

salpicos românticos. almofada de flores ou flores no tampo? e quando escolhemos o telefone, moderno ou antigo?
quando for grande gostava de ter um telefone daqueles da minha infância, com roda, em que cada cada vez que um número é marcado, a roda gira. gira a roda e marcamos um novo número. daqueles com um trimmmmmmmmmmm grande, que se ouve mesmo no banho. que nos faz correr para atender antes que toda a vizinhança acorde.
nada sofisticado. talvez simples e ousado. ai quando for grande...

21.2.12

ao fim e ao cabo...

... a vida são dois dias e o Carnaval está a chegar ao fim.
parece-me inevitável. não desisto de arrancar um sorriso, um olhar direito que seja. não pretendo saber a idade da alma. mas quero soltar. soltar esses "eus" deixados algures, que se esqueceram de si.
escutas esses ais que gemem aí dentro? como em mim e em outros, eles existem. não fujas desse grande pedaço que estará sempre do teu lado. porque vais precisar dessa força. e caso te afastes muito, um dia esbarras em ti mesmo. parece-me que os pequenos avanços na vida se fazem nesses momentos, quando estás só, quando acendes as luzes sobre os medos, ouves os fantasmas e dás o espaço que precisas. afastas um minuto do outro para enfim te teres, te veres, apareceres. afastas o espaço quando te aproximas de ti. e até ao fim desta festa, tu terás-te sempre a ti.

18.2.12

relax_amento com arte

ali mais uma. grátis. custou-me o tempo. conheci mais uma galeria de arte, num grupo de pessoas desconhecidas. contemplei um olhar de Paula Rego que trago agora na galeria interior.
ali a mudança. simples mudança. simples soma. zero subtração.
ali a olhar para dentro de mim. foco nos meus músculos e tensões. a viajar no meu mundo. estive comigo. perto da minha respiração, dos meus poros. prezo muito isso. sozinha e serena.
ali conduziram-me. ligou o som. organizou. fui recebida. por isto sou grata.
ali recebo. recebo-me. confirmo a certeza de que basta querer, dedicação, tempo e usar os recursos internos para me encontrar. troco tempo. vivo a oportunidade de poder relaxar. usando-a ou não.
ali relaxei. concentrada para enviar as preocupações para o espaço.
ali voltei. agora de olhos mais abertos. é o contexto da minha realidade e do mundo. um pouco tonta, fria, mas com os sentidos mais despertos, atentos a outros pormenores: às cores, texturas, espessuras, sensações, luz e intensidades.
ali volto à rua. em Lisboa, cidade onde me encontro sempre.