o amor expressa-se a ele mesmo. liberte-se e massage-se a sensibilidade de outros para terem amor e depois, a partir daí, esperar deles o melhor.
ainda que haja música forte com palavras e som para transmiti-lo, transmitir o ritmo que tem o amor, só o amor e nada mais.
acontece escrever sobre o amor e menos entender. talvez seja de tão grande sensibilidade que não cabe naquilo que contruímos como código. não cabe. este código feito por humanos, que pela "estruturada" e "decorada de lógica" não servirá o propósito para, por si só, transmitir o que é o amor, que a si se basta e só a si se expressa.
sem dúvida, músicas realmente belas, fortes e intensas como o amor. de certo, feitas com amor por alguém que se permite o amor. música em tantas línguas, com tantos intrumentos, com tantas imagens. vozes e timbres.
diria que, se o amor não é a linguagem universal, outra não existe que nos permita falar pelo olhar ou sem escutar o que os lábios poderiam proferir.
não explico nada. a sensibilidade está para o amor como a pele para o Sol. o amor aquece-nos, conforta-nos, alimenta-nos, dá-nos cor e ilumina-nos. e tal como o Sol, tem de ser doseado. as músicas fazem isso tão bem.
há dias numa palestra sobre sexualidade pensava sobre "porque é que gastamos tanto tempo a querer tanta coisa e parece haver tão pouco esforço a ajudar os outros a permitirem-se o amor?". a permitir-se o amor antes de tudo. antes-de-tudo.
é que, quem não trabalhou a sua sensibilidade, as suas emoções, terá alguma dificuldade em abrir o coração para vivê-lo, ouvi-lo e talvez uma barreira para sentir quão importante o resto é para ter o amor.
quem alimenta essa barreira ajuda a mantê-la forte, ao invés de deixar o amor (como que em efeito bola de neve) estruturar a vida. o amor estrutura a vida. o amor faz-nos ser resilientes. a partir daí tudo é possível e cria-se a condição para existir a capacidade de tudo o resto: de nos aceitarmos, de ouvirmos os outros, de termos espaço para os outros. sendo o amor a base, o resto é o resto, ainda que muito importante. são veículos para nós mesmos.
não espero que isto faça algum sentido, porque as palavras têm os seus próprios limites, ainda que as usemos para falarem o amor. o amor expressa-se a ele mesmo, com ou sem palavras.
mundo, liberta-te para que as crianças e os jovens tenham amor e depois, a partir daí, esperar deles o melhor.