8.6.09

e se podemos voltar a ser pequenos!

e se a mente nos mente!
pelas ruelas em que andamos, perdidos na noite, onde será que acabamos?
quando os pensamentos nos assaltam, quando o cenário escurece, as emoções não cantam e, sem controlo nosso, o agora humedece.
se julgar o que já sei, é tão pouco ainda. passos de gigante para o que saberei adiante.
mas se acreditar no meu conhecimento, recordo que a aurora é linda, lembra-me que não devo ignorar o que já fomos, somos, mesmo que seja tão forte, bem forte, o malabarista pensamento!

faço contas à idade, heis-me Mundo nos trinta. hei-la aqui com gestos e outros trocados, e algo mais que a vida nos deixa guardar. ela na vida e a vida nela, sem braços cruzados, antes um corpo com marcas, alguns sonhos e laços bem decorados.

já me ensinou a vida que há sinais que não devemos descurar.
e se lemos nas entrelinhas!
os sinais cohabitam com os demais e... na noite cinzenta há sempre estrelinhas!

ignorar tudo isso seria
esquecer-me de mim num simples negar,
simplesmente assim.

do lápis que sai o nosso caminho, saí eu um dia, ou então estive lá sempre, entre saltos de tranpolim e motes de alegria e tudo isso fará parte de mim em qualquer momento e pedacinho.

são pormenores que não se pode fingir não ver. porque são olhos que fogem dos nossos e jamais esquecer para onde foram.
e se se pode fugir do nosso ser!
será esquecer a difícil escalada de volta ao mundo dos sonhos,
à fortaleza de cada um,
construída quando nos encontramos,
e entendemos o valor que temos quando tudo foi embora.
e já sabemos, se sabemos!,
podemos voltar a ser pequenos.

pois que se sofre por sentir,
na luta em controlar, esconder, diminuir os nossos devaneios.
e na luta à outra face, que reside em nós pela certeza que não nos deixa - o saber sentido!
não nos abandone a intuição!
se a deixar morar em mim e dar menos aso aos meus anseios,
encontro, por fim, a paz que desejo para o meu coração.