6.1.07

23 de Outubro, 2001

São 16h47 e é como se só agora o dia estivesse a começar.
Agora surgiu a força motivadora, robótica, musculada, impulsionadora, enérgica para dar o real, o mais justo valor ao dourado metálico que é o tempo.
Deviam ser agora 9h00. Mas como não são é preciso que essa força dê alento que chegue para suportar essa triste constatação.
É prioritário trocar palavras "tenho" ou "preciso" de para "vou fazer".
Demora tantas horas para me aperceber de mim, como anos para me descobrir. Porque é que me esqueço do tamanho da descoberta?
Esse valor que é indubitavelmente do Sr. Tempo é, também, inevitavelmente menor que nós e os outros. Mas precisamos dos dois!
O Aqui e o Agora.
Chega de limitar, esconder, oprimir esse valor supremo que se escreve somente com duas vogais e se resume em certos casos numa só.
Sem essa auto-percepção é difícil, árduo, traz tristeza à vida. Está na hora de colocar um ponto final, virar a página, dizer basta, encarar, não passar ao lado ou pôr para trás das costas. É chegado o momento de me confrontar com esse "I".
Não é assim tão mau e eu até o devia achar óptimo. Ainda não o considero sempre, nesse dourado contínuo.
É o esquecimento dorido e, posso dizer, sofrido. O corpo paga uma mente esquecida e sem a carne e os ossos é impossível manter as ideias vivas, transportá-las, alimentá-las!
A vida é possível sem opressão. Sem essa opressão.

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