31.1.09

imaginação ao rubro

Parece ter deixado aqui no blog um ambiente pesado pelo último post.
Não consigo diminuir a carga da crise, mas ganhamos + força quando temos + motivos para acreditar. E, sendo eu daquelas pessoas que acredita, lembrei-me de procurar esses mesmos motivos.
A história da Europa mostra que, os países que tiveram períodos de guerra, destruição, levantaram-se e desenvolveram-se a uma velocidade superior do que aqueles, como nós, que nos mantivémos à margem, pelo menos, como palco da guerra em si.
A crise não vai trazer de volta o peixe que nadava nas nossas costas ou os campos de cultivo de cereais mais férteis do país, outrora livres, e hoje cidades. Nem os aumentos salariais desejados! Mas, como há sempre o outro lado, no meio da decadência, vão surgir IDEIAS. E, embora o material tenha um fim visível, as ideias prevalecem e revertem-se em money/mudanças/inovação. Por exemplo, veja-se o telégrafo e o telex. A necessidade de comunicar em tempo de guerra, fez com que o mundo da comunicação evoluísse até aqui, onde estamos hoje. e outros avanços. Bem, é com as IDEIAS que o mundo avança, para o bem e para o mal.
Foi aqui que me lembrei, provérbios o que me dizem vocês para reforçar esta ideia (conversa redundante), já que as previsões dos astros são tão curtas? Ora, os provérbios provêm nada mais nada menos do que, passagens da nossa história ou do saber/experiência popular. Ou outras razões que agora não me ocorrem. Fiz uma busca. Resultado: busca com SUCESSO!
"A necessidade é mãe da indústria."
"A necessidade faz a lei."
"A necessidade estimula o talento."
"A necessidade é mãe da invenção."
"A necessidade aguça o entendimento."
"A necessidade faz os homens espertos."
"A necessidade não tem lei e ensina mais que um rei."
"A necessidade é mestra da vida."
"A necessidade faz a razão."
"As necessidades unem, as opiniões separam."
"A necessidade aguça o engenho."
"Não há melhor mestra que a necessidade."
"Em caso de necessidade, casa a freira com o frade."
"A lei é poderosa mas, mais poderosa, é a necessidade."
"Na necessidade se prova a amizade."
"A necessidade faz o sapo saltar."
"A necessidade é boa conselheira."
"A novas necessidades, novos conselhos."
"A necessidade ensina a lebre a correr."

Claro que, também enfrequece a virtude, faz o ladrão e, outras coisas que nos faz saltar para fora do lado da razão.

Para terminar, deixo aqui uma foto das últimas férias de verão e acredito que pelo mundo fora existam muitas como esta! Alternativa quando se tem pouca guita: acampar. Acampas, não encontras a bela da lanterna (necessidade). Precisas de uma ideia TCHAM: soltas flashs para encontrar o que procuras. "Fez-se luz!"

P.s. está uma ventania lá fora. a propósito, o que dizem os provérbios sobre o vento? "Palavras, leva-as o vento". Confirma-se, e os chapéus, os sacos e a roupa da vizinha que acaba de passar na minha janela a voar (sózinha) :D

29.1.09

email que me entrou pela caixa adentro

Ricardo Pereira (dispensa apresentação) escreveu sobre a crise. Como sempre, puxa um assunto sério da actualidade, dá-lhe várias pitadas de sal (talvez mesmo, pedras de sal!), e com actos de malabarismo impressiona o leitor, juntando ao humor os factos. Leio-o atentamente e, tendo em conta o seu sarcasmo, que valorizo, desta vez Ricardo deixa-me dizer-te que, a coisa é séria. Claro, senão fosse nem tinha piada!
Para quem não leu (espero que poucos), o artigo dá uma certa leveza à crise, referindo as crises em que temos estado mergulhados, referindo indicadores de anos passados e dando a ideia de que "quantas são? venham elas!". Claro que, esta visão já a tenho encontrado nos corredores da empresa onde trabalho, nos cafés, and so on. Sério, há pessoas a dizer coisas do tipo: "mas desde quando é que nós não estamos em crise?" Desemprego? Não há crescimento? So what?
Bem, a mim faz-me uma certa urticária quando essas palavras me entram pelos timpanos (e eu já nem os tenho muito bons)!
Gostava de conseguir ler a realidade assim. Até podia dizer na frente de um espelho 500 vezes algo como "A crise é psicológica! A crise é viciante! É cíclica!!" YAH, podia. Ou gravar estas frases, abrir o crânio e "encaixar" as ditas cujas. YAH, podia ser que a minha mentalidade absorvesse estas verdades absolutas. São-no. A questão é que, nós estamos a vivê-la. PARECE-ME A MIM, estamos como que a emagrecer o barco para procurar atravessar a tempestade. E embora Portugal seja uma noz no meio dos cargueiros do Oceano que é o mundo, existem pessoas em Portugal (famílias). E, se o endividamento era grande, agora é BEM MAIOR.
Não tenho bola de cristal. É preciso? E não tenho Maya no nome. Pessoal, há um certo tipo de delinquência a aumentar. E estamos a falar de algo so simple as: está a aumentar o nº de pessoas que contrai um crédito e que falha logo na 1ª prestação. Ok Ricardo, pode ser só mais um indicador, e estes casos já existiam. Mas quando este tipo de número aumenta, é um sinal. É como olhar para o céu carregado de nuvens e pensar "vai chover".
Está bem, o dinheiro existe. Ok, está mal distribuído. Mas o Zé Povinho vai ter de cortar em muita coisa, e não me refiro, pois claro, a evitar apenas a compra da tecnologia de ponta!
Pode ser uma visão simplista, mas é a minha. E, podemos chamar-lhe CRISE ou crisesinha, mas ela está aí e ainda vai durar.
O lado positivo:
.vai aprender-se com a crise
.vai assistir-se a um cenário que esta geração ainda não viu
.vão promover-se ideias XPTO que tragam boas soluções
Bale! Mas vamos viver a crise. Mesmo que sejamos um país habituado a ouvir que estamos na cauda, crise é crise e esta é bem real.
Nunca estamos preparados para qualquer momento difícil. Mas seria positivo aceitar que o que se passa pode acontecer-nos a nós. Acreditar que o desemprego pode bater a qualquer porta. E agora, tentem lá dar leveza a isto.
Ricardo Pereira disse que "a crise está em crise". A crise está, mas efectivamente, nós também.

25.1.09

ano novo

um mês exacto após o Natal escrevo duma nova morada. muitas pessoas disseram "ano novo, vida nova, casa nova!". confirma-se. nova a fase e a face dos dias de 2009!
na avalanche desta crise, parar de viver no meu caso, seria parar de acreditar nos projectos pessoais. não se pode tudo, pode-se um pouco do que queremos. não chega mais cedo, chega mais tarde. gosto de acreditar tarda, mas não falha.
que misto de sensações (!). as emoções; parte da vida de extrema importância, mas por nos aproximarmos do "ralo" da banheira da vida, este filme da sociedade actual que é contagioso, acabamos por descurá-las e retirar-lhes o devido lugar: todos os dias, todos os momentos.
absorção, mas ao contrário(?) talvez não. será mais como... começando pelo menos bom:
.poder de compra diminuto
.visão + reduzida das normais 24h
.a sensação de que até parecia que sabíamos alguma coisa e depois, no fim das contas, vale acima de tudo o que fazes ou, melhor ainda, o que consegues fazer
.quando até parecia que a organização existia, pára tudo (!): há um monte de (des)organização que depende única e exclusavemente de ti
.começas a depender mais de outros, porque, se até aqui a dependência existia, mas eras a personagem forte, com tudo aparentemente controlado, agora está mesmo dependente da tua independência. explicando: toda a ajuda é preciosa, não te dás conta da importância dos pares de braços que tinhas em casa, das possibilidades existentes e que, se dependias antes, agora dependes ainda mais, simplesmente porque estás mais exposto à fragilidade. parece uma teoria pobre, mas... seguindo o rol de sensações, impressões...
.tens noção de que os sacos das compras são mais pesados e de que, embora queiras trazer tudo, 2 braços... bem, 2 braços têm apenas 2 mãos
Enfim, e mais haverá. Nada me parece inultrapassável. A mudança é como a moeda, duas faces e, heis que, nos lançamos na segunda:
.os sacos das compras estão no hall à tua espera. sim e então?
.a loiça continua suja. sim?
. a cama por fazer?
bahhh, deviam ser boas as sensações... pois... mais uma tentativa? ainda é cedo! claro que tem coisas boas. claro que sim! as mãos não estão atadas e os dias continuam a gastar o calendário. bem, e a vida, curta como sempre, é formada por estas fases de mudança, umas maiores que outras e aqui vamos nós de braços abertos para receber o misto de emoções embrenhadas na própria rede da mudança.
um mês depois do Natal, a chuva continua a cair lá fora e o vento... o vento continua a lembrar-nos que temos de nos abrigar, com a capacidade de parar e reparar no que o vento nos traz.
há um ano tive o privilégio de ver o magnífico espectáculo do vento no Porto de Santa Madalena, no Pico. este fim-de-semana corre-se novamente a Corrida dos Reis. e... vamos nós para mais 1 ano. casa nova, decisões novas, visões novas, responsabilidades novas. e, de todas, a mais importante, aquela que não convém esquecer, mesmo que o Monsaraz não deixe: ser responsável pela gestão das emoções, nossas e de quem queremos sempre bem.
e tudo o que realmente conta, continuar a dar a quem connosco conta, nos dá, nos deu: a atenção.
mundo, sem naufragar, estão lançados os búzios para dias de vento num novo porto seguro. sabendo que as surpresas continuam em cada esquina, a acreditar no que sentimos e no valor que temos (porque alguém todos os dias nos dá e nos lembra isso).

por falar em mudar, mudança de tema: música. este fds a Mafalda Veiga tocou na capital. vou partir para a última semana do 1º mês de 2009 com um pouco desta cantora que admiro. bem-hajam!