17.10.08

inesperado

decorrida mais uma semana, e das agitadas (!), são bem-vindos estes dois dias que invadem o calendário.
descortino o fim desta sexta para abraçar o inesperado.
esse em que me vou deixar levar, pelo que quero ir e o qual vai sair do armário.

são horas de partir. tempo de acreditar.
levanto a caneta do papel para que o futuro aconteça sem medo.
haverão mais páginas, certa que estou disto. tempo de voar.

já sonhei muito e muitas paisagens embelezaram os meus olhos.
emocionaram-me. outras parei para saborear o ar e o espaço.
agora vou para os contos desta vida como os enigmas vão para os meus sonhos.
porque também já perdi. vou lançar ao vento o laço!

decorrida mais uma história, quero cem vezes mais palavras.
quero matar a sede de sentir, de causar e ser causada.
são horas de lavrar. e desencalhar das minhas eras escravas.

12.10.08

rugas desejadas

descubro nos erros que perdoo a mim mesma, os limites que me tornam alguém.

as máquinas têm capacidades, nós temos emoções.

na contrariedade do EU encontro-me finalmente.
é no que vou saber que ainda não vi que vou encontrar o que já alguém tinha visto.
e ainda estou a tempo. estarei sempre a tempo de perceber que nesta passagem podemos escrever as páginas fiéis ao que somos hoje.

se não conhecermos os limites, um dia esbarramos neles.
se nesso jogo não nos emocionarmos, então aceitamos ser as máquinas que não perdem força e que um dia envelhecem e tomam postos por antiguidade. apenas por isso sabem que ainda existem.

nos buracos que entramos, outrora trazidos à consciência por quem nos protege, fazemos tremendas viagens que guardamos nos nossos espelhos.
todas se vêem em cada ruga, e um dia enrugo a minha face com emoção ao lembrar um dos escadotes do meu passado.

não, não somos portfolios de outras vidas, porque o que segue não são imagens fixas pela retina, mas as emoções, e essas têm o som de cavalos selvagens e não de locomotivas!

e é das emoções que não me separo.
é através delas que me liberto.
são as emoções que me lembram a importância de amanhã.
e é nelas que confio porque me deixam ser quem sou.