26.12.09

2010 simplesmente ser!

consigo perceber melhor porque é que as correntes positivas têm cada vez mais força entre nós. entendo melhor porque se vendem mais livros de psicólogos, psiquiatras, da Ophra, de histórias de amor e de experiências de vida que resultam do simples acreditar.
e porquê?
as pessoas quando passam a acreditar que têm escolha, percebem que a vida é em grande parte o resultado das suas decisões. porque experimentam acreditar e concluem que resulta, que afinal os milgares existem, bastando para tal acreditar nisso. porque sentem a diferença que isso faz, ou tem feito, nas pessoas que passam a acreditar mais em si e no poder ao seu alcance que têm todos os dias.

chegada ao fim de mais um ano, esse limite de tempo que não existe, mas que é comum a todos, descubro que para 2010 o meu maior desejo é que, simplesmente, a vida aconteça. porque se deixar que o inesperado tenha o seu lugar, a vida tem belas surpresas para nós.
claro é que, há dias melhores e dias menos bons. mas também sei que tenho poder sobre as minhas acções e posso fazer sempre o melhor possível dadas as circunstâncias.
se acreditamos é. por isso, acredito que 2010, este nº tão redondo, simplesmente seja, aconteça. e tenhamos liberdade para viver cada dia da melhor forma possível.
Bom 2010!

23.11.09

All i ask of you...

is... ver um bom filme romântico aqui!

19.11.09

Nós e a dança

O pé está a fazer batuque, há um som... Não é um som qualquer, ah! É SALSA!
Passamos pela dança, a dança passa por nós, mas no fundo, nós vamos estar sempre com a Dança.

Como é a vida quando a Salsa nos bate à porta?
Entrevistados os que sabem: http://www.latinquarter.eu/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=440&Itemid=65


SIM a todas as sensações que já vivi, descobri na dança e através dela.
Que haja sempre um pouco de dança nas nossas vidas.
Bem-haja o
Latin Quarter : )

18.11.09

Nova etapa

Novo é tudo o que deixamos que seja.
Então deixo ser.

Novo é o dia, novo é o agora, novo pode ser o ano.
Então quero acordar assim.

Nova a vida cada dia, nova a mente,
e cada hora há nova gente!
Então vou estar assim.

E se se quer a mudança,
que se ponha a vontade.
Nesta vida só se alcança,
se sonharmos com liberdade.

Em cada desafio há uma flor.
Pode ser a rosa, a camélia ou a estrelicia.
Quem quiser criar um jardim,
aceite a floral caricia.

Descubro em cada momento uma pétala,
um aroma, uma cor, uma forte energia.
Acredito que em cada novo caminho,
há novas flores em cada dia.

5.11.09

em Novembro 2009, eu a louca!

Parados no passeio à espera que o semáforo mudasse. Mudou! Não foi para o verde.
Foi a ausência total do código da estrada, a ausência do asfalto, das rodas. Enfim, a ausência de um mapa. Despedimento colectivo.
Talvez tida como louca, porque a tranquilidade tomou conta de mim. Mas a louca que posso ser, é a mesma que não vive adormecida e está na escuridão acordada.
Se o poeta nos pede para acreditar, para sermos marinheiros do nosso mar, para sonharmos, para literalmente navegarmos, que hei-de eu ser, se acredito que a vida são 2 dias e um é para acordar? Se eu mesma dou força ao poeta e sonhador?
As minhas emoções não são pós de pólvora guardados em barris. Sou emoção! E é por isso que sinto cada dia como a oportunidade para ser cada vez melhor.

Foi quase por acaso que li Augusto Cury. Não foi por acaso que o tornei a encontrar!
Li numa das suas contracapas:
"Nada é tão belo e complexo quanto a emoção. Ela é capaz de tornar os ricos em miseráveis e os miseráveis em ricos. Você pode treinar a sua emoção para ser feliz e tranquilo, para gerir os pensamentos, superar a ansiedade e descobrir coragem na dor, força na fragilidade, lições nos fracassos".

Há fracassos que não são meus. E há fracassos que não são nossos.

1.10.09

estranhamente

estranhamento se deixa estar
na companhia
são noites quentes que caem sobre nós
a viagem da Fantasia

estranhamento sem destino
antes do dia
são madrugadas que nos cercam
a viagem da Ironia

sempre que assim se é
sempre que a Lua nos comanda
afastamo-nos do Sol
essa, a luz que já não manda

estranhamente singulares
que se extendem languidamente
como as flores frescas
naturais como o lado da água ardente

estranhamente sem alma
ondas de marés frias
vão com calma
banhar-te, tu que as não conhecias!

pessoas desalmadas
sem destino de comparsa
apenas corpos quentes e mãos dadas
vestidos entre o riso e a farsa

2.9.09

Setembro!

Heis chegado o tempo em que a energia está para mim, como os peixes voadores para os restantes das suas espécies: ela voa sobre e acima de mim. Sempre foi assim, e julgo não saber com toda a certeza porque acontece.
Da mesma maneira que as folhas das árvores tendem a cair, naquelas em que a sua natureza as tornam caducas, a minha árvore sente finalmente todos os seus ramos, veios e raizes.
É altura de pedir mais a mim mesma. De não deixar que o negativo atraque, de contrariar os pensamentos fortes acerca do Inverno difícil que se avizinha. É o tempo de não dar tréguas e empenhar-me no esforço.
É quando a clareza comanda. E quando me vejo melhor.
Não é assim para todos, isso seio-o há muito. Mas comigo é assim, e já são alguns anos.

E agora que os meses do Verão intenso terminaram, onde as longas e quentes espreguiçadelas debaixo da sombrinha já tiveram lugar, onde se beberam dos momentos extasiantes os longos, loucos e criativos pensamentos, é tempo de cultivar. Para outros, o da vindima!

A minha vontade são partidas para outras paragens. A minha.
O que preenche a alma são as minhas vontades, as que me fazem voar e pairar sobre tudo:
- sobre o trânsito
- sobre horas ocupadas entre números e pessoas
- sobre a criação do jantar
- sobre conversas de outras vidas
- sobre palavras que leio
São na verdade, que é a minha verdade, o que me faz sonhar.

Se não nos sentimos mais valia em alguma coisa, onde faz a nossa unidade a diferença no mundo verde e azul que, visto ao longe, ainda parece ser o nosso?

É aqui que quero chegar, a mim mesma, aquilo que me torna EU e que sei, me torna mais apta para qualquer coisa. A qualquer coisa é a tal coisa, aquela em que vou respirar e me sentir confortável quando debruçada sobre algo simplesmente pela vontade: a vontade de saber mais, de saber o que alguém já sabe, a vontade de juntar o saber de outro ao meu.

Estarei um dia num perfeito cenário: eu, um livro à minha escolha, numa poltrona e um candeiro de pé alto. A vontade da visão romântica também é minha. Eu a que põe romantismo em tanta coisa.
Eu a lamechas.
Sim, eu sou assim. Lamechas por vontade própria.

Setembro começou, sempre com manhãs claras e tardes sonhadoras. Setembro é sempre o palco da vida das minhas vontades.

23.7.09

Procura-se revista na Fuseta

Caminhando... Cheira a férias. Algarve.
Andava à procura de um sitio para comprar uma revista na Fuseta. A rua principal não é pequena, mas não foi fácil perceber que se chega à dita cuja quando se vem do lado da praia. Não parece que cheguei finalmente à rua onde poderei comprar uma bela revista para passar um bom bocado na praia.
Assalta-me uma bela dor de barriga. Já tenho a revista na mão. Ainda não a paguei e estou indecisa: deixo a revista (que me levou muitos minutos preciosos a escolher e não passo despercebida porque... estive ali muito tempo...) ou deixo-me estar na fila onde tem muita gente para o €milhões - é Sexta-feira - e controlo os suores (e tudo o mais). Fico na fila em que cada palavra que a Srª do balcão troca parece uma missa. Tive pouco tempo para pensar, para validar o troco, mas rapidamente pego nas moedas e procuro AR!
Rua nova para mim, desço, subo? Desço.
Entro no café da Tianica, atravesso-o porque me parece vislumbrar a porta salvadora ao fundo. Mas, é a dos homens e entretanto estão já 2 senhores a indicar-me a casinha respectiva. Encontro o mini wc (muito escondidinho do lado esquerdo) e lá me safo!
Para disfarce, peço um café e um pastel de nata. É a minha vez de assaltar, assalto a bela da esplanada! Alivio. Está-se bem numa rua sem trânsito e com 2 francesas ao meu lado, já com os seus 60 e tais anitos.
Abro a revista que escolhi e TCHAM! Bela revista. Custou-me 3 euros, mas está a surpreender-me. Boas palavras, imagens, novidades, textos, peças de valor. As fotos da Julia Pinheiro não estão propriemante trabalhadas, na capa apatenta cansaço. Não parece ter levado photoshop. Será estratégia da revista? Reparei depois que só aparecem mulheres na capa. Estamos no nº 6 da revista e só Sras. Vou fazer o follow-up às próximas...
Bem, já bebi o café e desventrei o interior do pastel de nata com a colher de café (soube melhor do que pato!), saio então para voltar para o pé do pessoal que está na praia quase a levantar voo. Estão na Praia dos Tesos.
É então que, antes de voltar à areia, descubro este sitio mara-vi-lho-so. Portas abertas, janelas abertas: uma biblioteca (eu disse, uma BI-BLIO-TE-CA) que até tem literatura japonesa (!) e podes navegar durante 35 minutos totalmente de borla. Estou maravilhada! Biblioteca!!
Não resisto e aproveito para mandar uns mimos, que é como quem diz, umas palavrinhas. Observo as prateleiras, a dinâmica do sitio e... tenho de ir.
Agora ainda vou ali à loja do cavalo... aos CTT. (Ía, não fui).

Chego à praia e descubro:
- comi o melhor pastel de nata das redondezas (sorte...)
- a praia dos tesos é qualquer uma em que não seja preciso apanhar o barco, existe na Fuseta, em Tavira...
- já não há vento, a água mantém-se nos 18º, mas agora tenho palavras novas comigo e... as palavras são mesmo assim, partilham-se.

1.7.09

falta de amar

são as voltas que damos
as voltas que são
trocados os minutos que somos
transformado o dia em atenção

o dia que não temos ainda
que outrora crianças tiveram
presente sempre isso em nós
e nunca lembramos o que os dias eram

e se não esquecemos o livre que fomos
frustramos os momentos do agora
poucos que os que são e somos
presos por muitos fios a toda a hora

o fio do duro do dinheiro
o fio do responsável que é do duro
mais aquelas que temos e não sabemos
e omite o mundo o fio mais puro

aquele que nos segura aos momentos de outrora
que garante a sensatez no dia de agora
que dá sabor a cada hora
e que nos leva p'ra longe da vontade de ir embora

desenrolados de novelos
soltos das linhas e largados à sorte
os que soltos navegam por bons dias escassos
farão círculos e rabiscos em busca do fio mais forte

os que da raiva se apoderam
e não conseguem estar a sós
os que da agressividade bebem
porque temem fazer parte do comum nós

não tenho a razão do amor
como o segredo para toda a cura
mas acredito que é capaz
de trocar as voltas já trocadas e trazer à tona a zona humana mais pura

são as voltas que damos
e a todo o minuto as guardamos.
as voltas que somos,
transformadas nas pessoas que nos tornamos.

8.6.09

e se podemos voltar a ser pequenos!

e se a mente nos mente!
pelas ruelas em que andamos, perdidos na noite, onde será que acabamos?
quando os pensamentos nos assaltam, quando o cenário escurece, as emoções não cantam e, sem controlo nosso, o agora humedece.
se julgar o que já sei, é tão pouco ainda. passos de gigante para o que saberei adiante.
mas se acreditar no meu conhecimento, recordo que a aurora é linda, lembra-me que não devo ignorar o que já fomos, somos, mesmo que seja tão forte, bem forte, o malabarista pensamento!

faço contas à idade, heis-me Mundo nos trinta. hei-la aqui com gestos e outros trocados, e algo mais que a vida nos deixa guardar. ela na vida e a vida nela, sem braços cruzados, antes um corpo com marcas, alguns sonhos e laços bem decorados.

já me ensinou a vida que há sinais que não devemos descurar.
e se lemos nas entrelinhas!
os sinais cohabitam com os demais e... na noite cinzenta há sempre estrelinhas!

ignorar tudo isso seria
esquecer-me de mim num simples negar,
simplesmente assim.

do lápis que sai o nosso caminho, saí eu um dia, ou então estive lá sempre, entre saltos de tranpolim e motes de alegria e tudo isso fará parte de mim em qualquer momento e pedacinho.

são pormenores que não se pode fingir não ver. porque são olhos que fogem dos nossos e jamais esquecer para onde foram.
e se se pode fugir do nosso ser!
será esquecer a difícil escalada de volta ao mundo dos sonhos,
à fortaleza de cada um,
construída quando nos encontramos,
e entendemos o valor que temos quando tudo foi embora.
e já sabemos, se sabemos!,
podemos voltar a ser pequenos.

pois que se sofre por sentir,
na luta em controlar, esconder, diminuir os nossos devaneios.
e na luta à outra face, que reside em nós pela certeza que não nos deixa - o saber sentido!
não nos abandone a intuição!
se a deixar morar em mim e dar menos aso aos meus anseios,
encontro, por fim, a paz que desejo para o meu coração.

9.5.09

eu, a tal!

Os tolos dizem que aprendem com os seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros. (Bismarck)

Diz a música do anzol, já não há nada de novo aqui, debaixo do Sol. É quando procuramos contornar a própria vida, inventar a roda e quando, por fim, ouvimos a nossa história na 3ª pessoa. Ninguém quer para já acreditar que passou pela vida de alguém para aceitar que foi um castelo de areia, uma pirâmide de ilusão. Talvez magoe, mas na verdade a que é que isso TE soa? E se for hora de desistir disto e voltar a acreditar em nós mesmos, nos nossos sinais?

eu, a tal!

iludimo-nos que sem nós não ultrapassa, sem nós vai piorar. maior o mal.
que até vai deprimir o palhaço pobre porque, afinal, nós seremos a tal.

a tal pessoa!

podemos pintar o céu da cor que quisermos, rosa, verde, violeta.
podemos ver flores nas nuvens, e tornar branca a cor preta.

querer cegamente alguém afastamo-nos de nós mesmos.
dizem que depois "rapidamente crescemos".
não nos dizem que, será precisa uma luta (só nossa) para voltarmos a nós mesmos.
de súbito perdemo-nos até do que parece ser óbvio querermos.

já não estou lá. não pareço eu. é a minha voz perturbada.
são os meus olhos com névoas e o céu derrubou o tecto na madrugada!
sugada a força, deturpada a mente e a segura emoção está desajeitada.
choras por tudo e por nada.

todas as energias a acreditar que sería a tal para te mudar.
seríamos a força para esse caminho. para fugires do teu próprio poço, onde o humano está sem asas para voar.
deveras já nos disseram "a força é a de cada um" e que da rede vem o apoio que oiço.
e amor é para ser o bem, e só costuma haver um lugar no baloiço.

às vezes esquecemo-nos de ser objectivos, porque também nos pedem para não pensar.
para sentir apenas. mas quando o amor entra apenas por uma porta, e só
uma pessoa abre o coração, é inevitável...
precisarás de força para tu fugires e te ouvires. porque quando procurares por esse amor, já não poderás contar com a sua mão.

basta que prestes atenção a ti. é o momento para agarrares nas tuas flores, que ainda têm cores. regar o teu jardim. é hora de pores fim. e seguires. podes pedir às forças da natureza, ao céu e o mar, se falares com eles, vão-te ouvir. e tu permitires que a vida siga. o Sol nasce todos os dias e as marés mudarão sempre.

mas só mudará aquele que quiser. se o procurar lá dentro.
se gostar da vida com sal. se desistir do seu centro.
se procurar em si, onde cresce
a raiz do mal.
se voar para fora e desejar atingir o que a vida tem de banal.
o difícil de conseguir se continuar a fugir de si.
e remar contra a maré de quem gosta de... TI.

7.5.09

amanheceu


amanheceu e desde então
esperando pelo luar
aquele que cobre toda a noite
começo a tocar

aprendi nas cordas dessa viola
a encontrar-me
perder-me pelos sons
a perfeição para proteger-me

e quando os gritos são mais altos
toco mais e mais
sempre de olhos fechados
para controlar esse sentimento que não desaparece jamais

quando essas vibrações já não bastam
busco a luz natural
para iluminar a minha sombra
e trazer-me de volta o quente da vida pintada de cal

com orgulho canto depois
debaixo de um duche extasiante
encontro-me de novo...
lembro-me como é bom poder ter dias de tom desafiante

quando podemos lutar
e experimentar a vida e os seus lados
e sempre poder voltar a nós
com a noção de evoluirmos a crer nos dias partilhados

25.4.09

seja feita a nossa vontade

porque vivemos agora?

não sei porque se sentem tão conformados
os meus semelhantes de agora
porque se esquecem hoje
que se lutou outrora?

não sei porque se ignora
o sentido lato da Liberdade
aquela que nos trouxe assim até aqui
e que nos deixa falar a verdade.
não sei o que querem os que comigo se cruzam
mas sei que...
a saber
a querer
vivem!
pois que a opção faz toda a diferença
entre o que se vive e o que se desejaria viver
embora para muitos se mantenha a semelhança
para mim é tão simples como ter alternativa e eu a poder escolher.


Valorizo o 25 de Abril pela importância que hoje tem no meu dia-a-dia.
não é que vá comprar um cravo, ou manifestar-me com os que viveram o 74. mas saboreio todos os dias a liberdade de que gozo por ter nascido onde nasci, 5 anos depois da Revolução dos Cravos, aqui junto ao Atlântico, em Lisboa, onde desde que me lembro não se vive oprimido pelo regime que vigora.
o que faço com isso?
leio o que quero. oiço o que quero. falo o que penso, onde me apetecer. compro o que quero. até posso ir à net e encomendar um livro qualquer, o que eu quiser, noutra parte do mundo, na língua que eu quiser. e viajo para onde quero (até onde as minhas economias mo permitem :D)
seja feita a nossa vontade, assim na Terra como no Céu.

a importância do enquadramento

Este cartaz está exactamente à entrada da Quinta da Fonte, Oeiras.
Sobressai aos condutores mais atentos, pelo simples facto de existir um elevado nível de enquadramento entre o cartaz e os ramos cortados de uma árvore. Se repararmos bem, existe até uma grande similariedade entre o símbolo da campanha (canto inferior direito) e o formato dos ramos!

p.s. utilizanto uma expressão muito usada por uma grande amiga minha: não gosto da atitude da Manuela Ferreira Leite "nem com molho de tomate".


12.4.09

Páscoa 2009 Feliz

Olá :)
O Domingo de Páscoa de 2009 em Lisboa acordou com Sol, mas este está agora escondido.
Deixo aqui um pequeno gesto de cores para assinalar este dia.
Que a vossa Páscoa seja de Paz.

Bem-hajam,
figueirinha

p.s. Clique aqui para ver algumas flores captadas em diversos momentos e lugares e aqui para ouvir um belo som para o dia de hoje.

14.3.09

desafogar

na maré
que vai e que volta
que volta e que torna a ir
perdeste um dia o teu pé

fechaste-te num buraco
antes de areia molhada
agora o Sol secou
estás abandonada e numa praia sufocada

julgaste em ti residir toda a força
lutaste com o mundo e depois contigo
tornaste a lutar
mas o choro foi mais forte, e murmuraste: "não consigo"

essa vontade que está em ti
gasta como um qualquer velho fósforo
é tua e podes, se quiseres, reacendê-la
todos temos um fogo que é de ouro

precisas de sair da praia
(sai desse lugar)
subir ao mundo onde há pessoas
(prontas para te apoiar)
acreditar que é possível
(o Sol nasce todos os dias)
e talvez agora as ouças
(não partilhamos só as alegrias)

o que se desgasta podemos fazer crescer
se queremos isso para nós
e aumentar um círculo mais forte
que ilhas solteiras cheias de pós!

deves desafogar o que guardaste com peso se âncora
sózinha o teu caminho é muito penoso
os que gostam de ti sempre cá estarão
porque tu tens sempre o lugar em nós mais honroso

não tenhas pressa de perceber
porque choras como uma criança
nem tenhas sede de secar as lágrimas
(não controlamos tudo)
chorarás todos esses dias em que calaste a perda da esperança

chora mais um pouco
e acredita:
um dia vais sorrir porque de ti acordaste!
e irás na mesma à praia
mas será quando queres,
porque queres,
por isso,
decide ajudar-te.

9.3.09

primavera guerreira

sinto um pronúncio, de onde vem não sei,
nem desejo saber, cada dia é um dia, por isso vivei!

não pensei muito, nem com pressa, senti a respiração,
com a calma que consegues quando estás só na contemplação.

há algo no ar que sinto e que posso agarrar, mudar.
quando chegar será na altura mais certa. aceitar.

é certa aquela que for
despida de aviso e pode ser revestida de dor.

é uma força trazida pelos raios do Sol, e do som de fim de tarde,
e tudo o mais que consigo sentir quando simplesmente páro e vejo como a estrela lá em cima arde.

o ar que vagueia todos os dias está farto de lamúrias, aquelas inimigas que esquecem as alegrias.

pois senão te fazes tu, a vida prega-te a rasteira,
corpo, quero-te pronto para seguir e desafiar uma Primavera guerreira.

19.2.09

balança!

segura-te, larga-o!
as minhas mãos nos teus ombros, agarra-o

entrega-me esse momento, desprezo qualquer canto
não é ele um espanto?
parece minimo, mas verás nele tanto!

segura-te bem, não cais, eu não deixo
vou abanar-te, sinto e quero ver esse corpo sair de dentro desse cinto
e eu não me queixo

balanças, mas o medo fica lá atrás
arrasas e serás um às

sei, podes não resistir, pago para ver
olha nos meus olhos, vais ter o mar em ti, podes crer

agora, junta os pés
o som manda
afasta as mãos
a anca comanda
agora os pés, depois as mãos

tu como os segredos, és escondido. agora anda.

facilmente, tu encantas
até no maior solavanco
não vai demorar
vais sair do tamanco

dificilmente sei que tremes no balanço
sabes, contigo nas nuvens eu danço

16.2.09

afecto

olá :)
no passado Sábado foi dia dos Namorados. dia em que as floristas não têm mãos a medir, as lojas de desporto vendem como no Natal, os postais saem das prateleiras como se o mundo acabasse amanhã e, claramente, os afectos andam ao rubro.
pessoalmente, gosto de assinalar o dia. nem que seja com aquele abraço. o dia dos namorados é como o Natal, pode ser quando o homem quer. é um dia como outro qualquer, mas pela data que se comemora, pode ter a importância que lhe queiramos dar.
claramente, sou uma pessoa que questiona a vida, que tenta compreender as coisas que acontecem. já fui mais persistente ou mesmo teimosa neste aspecto. com o passar do tempo (deve ser pela chegada dos 30...) tenho me tornado cada vez + paciente.
acera do tema das emoções, não sei quando deixarei de ter curiosidade por "encaixá-las".
um dia emprestaram-me um livro que fez diferença no modo de me olhar, de olhar os outros, de perceber a mulher e o homem; o olhar sobre a compreensão das relações.
costumo dizer ao mundo: se o homem e a mulher são educados de forma diferente, estimulados de forma diferente, serão diferentes quando têm de atribuir importância "às coisas".
para mim, este livro tornou-se uma espécie de biblia!
este ano, assinalei o dia dos namorados, com a partilha do link do livro com os meus amigos.
deixo aqui também para que possam ler ou simplesmente consultar. acho até que, para ler de seguida não é muito agradável, mas à medida que desfolham encontram semelhanças com algumas situações da vida e vai nascendo uma curiosidade sobre o que os autores pensam sobre isto ou aquilo, e de que modo homem e mulher vêm/sentem determinada situação.
http://www.veterinariosnodiva.com.br/books/homens-marte-mulheres-venus.pdf
os homens são de Marte e as mulheres de Vénus
entretenham-se!
bem-hajam

10.2.09

existe, mas não se vê, a Lua Nova

acordas-me?
entre o definitivo e o talvez
entre o acessório e o essencial
entre uma nuvem negra e a de algodão
hoje, sabes se estou no dia ou na noite?
entre ir ou ficar
entre um momento e a escolha de uma vida
entre o quase nada e o muito
entre a luta e um esforço
entre aceitar que a terra gira e senti-lo
agarra a minha mão, consegues?
entre simplesmente voar e estar sempre a sonhar com o voo
entre uma lança e uma batalha
entre o vento e a tempestade
quando tudo isto acabar, acordas-me?
quem me dera desejar e poder
quem me dera manter a emoção pelos Homens
ninguém mo dará
mas acordas-me a tempo?
chamas-me?
pode o Sol esquecer-me
pode o dia não aparecer
pode a Lua nunca ir para Nova
antes disso, pedes-me uma vez que acorde?

uma que seja!
o tempo não vai perdoar
o tempo não nos vê
o tempo não sente
o tempo é cruel
o tempo não cura
entre o tempo que apaga e tempo que aguça
sabes que o tempo do nunca não esquece
e o para sempre... o tempo dissolve
preciso que não me deixes ficar no deserto
preciso que sejam poucas as vezes em que tremes sózinho
preciso que me lembres que no perfeito reside o ficar
e no ficar reside o tempo do simples
aquele que não sabes como é, mas que simplesmente acontece, porque...
... deixAMOs que seja.
acorda-me porque hoje vou dormir como sempre, mas amanhã posso não chegar a acordar.

31.1.09

imaginação ao rubro

Parece ter deixado aqui no blog um ambiente pesado pelo último post.
Não consigo diminuir a carga da crise, mas ganhamos + força quando temos + motivos para acreditar. E, sendo eu daquelas pessoas que acredita, lembrei-me de procurar esses mesmos motivos.
A história da Europa mostra que, os países que tiveram períodos de guerra, destruição, levantaram-se e desenvolveram-se a uma velocidade superior do que aqueles, como nós, que nos mantivémos à margem, pelo menos, como palco da guerra em si.
A crise não vai trazer de volta o peixe que nadava nas nossas costas ou os campos de cultivo de cereais mais férteis do país, outrora livres, e hoje cidades. Nem os aumentos salariais desejados! Mas, como há sempre o outro lado, no meio da decadência, vão surgir IDEIAS. E, embora o material tenha um fim visível, as ideias prevalecem e revertem-se em money/mudanças/inovação. Por exemplo, veja-se o telégrafo e o telex. A necessidade de comunicar em tempo de guerra, fez com que o mundo da comunicação evoluísse até aqui, onde estamos hoje. e outros avanços. Bem, é com as IDEIAS que o mundo avança, para o bem e para o mal.
Foi aqui que me lembrei, provérbios o que me dizem vocês para reforçar esta ideia (conversa redundante), já que as previsões dos astros são tão curtas? Ora, os provérbios provêm nada mais nada menos do que, passagens da nossa história ou do saber/experiência popular. Ou outras razões que agora não me ocorrem. Fiz uma busca. Resultado: busca com SUCESSO!
"A necessidade é mãe da indústria."
"A necessidade faz a lei."
"A necessidade estimula o talento."
"A necessidade é mãe da invenção."
"A necessidade aguça o entendimento."
"A necessidade faz os homens espertos."
"A necessidade não tem lei e ensina mais que um rei."
"A necessidade é mestra da vida."
"A necessidade faz a razão."
"As necessidades unem, as opiniões separam."
"A necessidade aguça o engenho."
"Não há melhor mestra que a necessidade."
"Em caso de necessidade, casa a freira com o frade."
"A lei é poderosa mas, mais poderosa, é a necessidade."
"Na necessidade se prova a amizade."
"A necessidade faz o sapo saltar."
"A necessidade é boa conselheira."
"A novas necessidades, novos conselhos."
"A necessidade ensina a lebre a correr."

Claro que, também enfrequece a virtude, faz o ladrão e, outras coisas que nos faz saltar para fora do lado da razão.

Para terminar, deixo aqui uma foto das últimas férias de verão e acredito que pelo mundo fora existam muitas como esta! Alternativa quando se tem pouca guita: acampar. Acampas, não encontras a bela da lanterna (necessidade). Precisas de uma ideia TCHAM: soltas flashs para encontrar o que procuras. "Fez-se luz!"

P.s. está uma ventania lá fora. a propósito, o que dizem os provérbios sobre o vento? "Palavras, leva-as o vento". Confirma-se, e os chapéus, os sacos e a roupa da vizinha que acaba de passar na minha janela a voar (sózinha) :D

29.1.09

email que me entrou pela caixa adentro

Ricardo Pereira (dispensa apresentação) escreveu sobre a crise. Como sempre, puxa um assunto sério da actualidade, dá-lhe várias pitadas de sal (talvez mesmo, pedras de sal!), e com actos de malabarismo impressiona o leitor, juntando ao humor os factos. Leio-o atentamente e, tendo em conta o seu sarcasmo, que valorizo, desta vez Ricardo deixa-me dizer-te que, a coisa é séria. Claro, senão fosse nem tinha piada!
Para quem não leu (espero que poucos), o artigo dá uma certa leveza à crise, referindo as crises em que temos estado mergulhados, referindo indicadores de anos passados e dando a ideia de que "quantas são? venham elas!". Claro que, esta visão já a tenho encontrado nos corredores da empresa onde trabalho, nos cafés, and so on. Sério, há pessoas a dizer coisas do tipo: "mas desde quando é que nós não estamos em crise?" Desemprego? Não há crescimento? So what?
Bem, a mim faz-me uma certa urticária quando essas palavras me entram pelos timpanos (e eu já nem os tenho muito bons)!
Gostava de conseguir ler a realidade assim. Até podia dizer na frente de um espelho 500 vezes algo como "A crise é psicológica! A crise é viciante! É cíclica!!" YAH, podia. Ou gravar estas frases, abrir o crânio e "encaixar" as ditas cujas. YAH, podia ser que a minha mentalidade absorvesse estas verdades absolutas. São-no. A questão é que, nós estamos a vivê-la. PARECE-ME A MIM, estamos como que a emagrecer o barco para procurar atravessar a tempestade. E embora Portugal seja uma noz no meio dos cargueiros do Oceano que é o mundo, existem pessoas em Portugal (famílias). E, se o endividamento era grande, agora é BEM MAIOR.
Não tenho bola de cristal. É preciso? E não tenho Maya no nome. Pessoal, há um certo tipo de delinquência a aumentar. E estamos a falar de algo so simple as: está a aumentar o nº de pessoas que contrai um crédito e que falha logo na 1ª prestação. Ok Ricardo, pode ser só mais um indicador, e estes casos já existiam. Mas quando este tipo de número aumenta, é um sinal. É como olhar para o céu carregado de nuvens e pensar "vai chover".
Está bem, o dinheiro existe. Ok, está mal distribuído. Mas o Zé Povinho vai ter de cortar em muita coisa, e não me refiro, pois claro, a evitar apenas a compra da tecnologia de ponta!
Pode ser uma visão simplista, mas é a minha. E, podemos chamar-lhe CRISE ou crisesinha, mas ela está aí e ainda vai durar.
O lado positivo:
.vai aprender-se com a crise
.vai assistir-se a um cenário que esta geração ainda não viu
.vão promover-se ideias XPTO que tragam boas soluções
Bale! Mas vamos viver a crise. Mesmo que sejamos um país habituado a ouvir que estamos na cauda, crise é crise e esta é bem real.
Nunca estamos preparados para qualquer momento difícil. Mas seria positivo aceitar que o que se passa pode acontecer-nos a nós. Acreditar que o desemprego pode bater a qualquer porta. E agora, tentem lá dar leveza a isto.
Ricardo Pereira disse que "a crise está em crise". A crise está, mas efectivamente, nós também.

25.1.09

ano novo

um mês exacto após o Natal escrevo duma nova morada. muitas pessoas disseram "ano novo, vida nova, casa nova!". confirma-se. nova a fase e a face dos dias de 2009!
na avalanche desta crise, parar de viver no meu caso, seria parar de acreditar nos projectos pessoais. não se pode tudo, pode-se um pouco do que queremos. não chega mais cedo, chega mais tarde. gosto de acreditar tarda, mas não falha.
que misto de sensações (!). as emoções; parte da vida de extrema importância, mas por nos aproximarmos do "ralo" da banheira da vida, este filme da sociedade actual que é contagioso, acabamos por descurá-las e retirar-lhes o devido lugar: todos os dias, todos os momentos.
absorção, mas ao contrário(?) talvez não. será mais como... começando pelo menos bom:
.poder de compra diminuto
.visão + reduzida das normais 24h
.a sensação de que até parecia que sabíamos alguma coisa e depois, no fim das contas, vale acima de tudo o que fazes ou, melhor ainda, o que consegues fazer
.quando até parecia que a organização existia, pára tudo (!): há um monte de (des)organização que depende única e exclusavemente de ti
.começas a depender mais de outros, porque, se até aqui a dependência existia, mas eras a personagem forte, com tudo aparentemente controlado, agora está mesmo dependente da tua independência. explicando: toda a ajuda é preciosa, não te dás conta da importância dos pares de braços que tinhas em casa, das possibilidades existentes e que, se dependias antes, agora dependes ainda mais, simplesmente porque estás mais exposto à fragilidade. parece uma teoria pobre, mas... seguindo o rol de sensações, impressões...
.tens noção de que os sacos das compras são mais pesados e de que, embora queiras trazer tudo, 2 braços... bem, 2 braços têm apenas 2 mãos
Enfim, e mais haverá. Nada me parece inultrapassável. A mudança é como a moeda, duas faces e, heis que, nos lançamos na segunda:
.os sacos das compras estão no hall à tua espera. sim e então?
.a loiça continua suja. sim?
. a cama por fazer?
bahhh, deviam ser boas as sensações... pois... mais uma tentativa? ainda é cedo! claro que tem coisas boas. claro que sim! as mãos não estão atadas e os dias continuam a gastar o calendário. bem, e a vida, curta como sempre, é formada por estas fases de mudança, umas maiores que outras e aqui vamos nós de braços abertos para receber o misto de emoções embrenhadas na própria rede da mudança.
um mês depois do Natal, a chuva continua a cair lá fora e o vento... o vento continua a lembrar-nos que temos de nos abrigar, com a capacidade de parar e reparar no que o vento nos traz.
há um ano tive o privilégio de ver o magnífico espectáculo do vento no Porto de Santa Madalena, no Pico. este fim-de-semana corre-se novamente a Corrida dos Reis. e... vamos nós para mais 1 ano. casa nova, decisões novas, visões novas, responsabilidades novas. e, de todas, a mais importante, aquela que não convém esquecer, mesmo que o Monsaraz não deixe: ser responsável pela gestão das emoções, nossas e de quem queremos sempre bem.
e tudo o que realmente conta, continuar a dar a quem connosco conta, nos dá, nos deu: a atenção.
mundo, sem naufragar, estão lançados os búzios para dias de vento num novo porto seguro. sabendo que as surpresas continuam em cada esquina, a acreditar no que sentimos e no valor que temos (porque alguém todos os dias nos dá e nos lembra isso).

por falar em mudar, mudança de tema: música. este fds a Mafalda Veiga tocou na capital. vou partir para a última semana do 1º mês de 2009 com um pouco desta cantora que admiro. bem-hajam!