16.1.07

Escravas do 2º milénio

Quem este texto ler
Pensará que estou a morrer.
Mas estou a trabalhar
Numa empresa e daquelas grandes, podem crer!

Tantas vezes em conversa
Se sente empatia nas palavras,
Utilizam-se termos diferentes
Para expressar as mesmas Escravas.

Todos somamos as Horas passadas,
Numa redoma de cimento,
Com vista para um quadrado
Ou com papel sempre na mão e/ou em movimento.

Todas subtraímos ao relógio do calendário
O tic-tac do prazer.
Todos nos assustamos com os pontos que picamos
Sem nada poder fazer.

Mas serve de conversa
Daquelas que acabam “é a vida”.
Contribuimos para monopólio que nos é allheio
E julgamos haver uma linha que por todos é seguida.

E o que fazemos à tentação? Ao sonho e à vocação?
Porque nem todos fazem o que gostam
E nem todos a transformam em frustração.
Apoiamo-nos na necessidade? E não sentimos a desilusão?

De aos “-tentas” chegar com uma qualquer reforma para 2
Uma saúde crescidota, velhota…
Dá que pensar: por quem sois?!
Não me faz parecer um idiota?

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