13.1.07

Tic-Tac (I)

A Viagem da Descoberta foi assim

"Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto".
O romance moderno, do quotidiano, onde não haverá um desfecho menos epolgante que a loucura do início (degradé de emoções). O romance que gostamos de viver, reviviver e por isso escrever sobre.
Com desejo que as emoções se cristalizem através das palavras e possam ter batimento em tempos futuros. O tic-tac por palavras como ele é?
Amores como alguns não chegam a todos. Começar a sonhar com a possibilidade de iniciar um fim tão esperado com serenidade requer uma descoberta muito desejada e madura.
E que descoberta?
A descoberta de perceber o que pode estar ao nosso alcance para que tudo passe a fazer todo o sentido da vida que sonhámos, queremos e sentimos que nos faz feliz.
A descoberta da nossa metade.
A descoberta do que completa.
A descoberta do recíproco.
A descoberta de um sorriso contagiante.
A descoberta de um entendimento pelas palavras, pelo silêncio e pelos olhares.
Pelas meias palavras, pelo silêncio e pelos olhares.
Pelas poucas palavras, pelo silêncio e pelos olhares.
Pelo silêncio e pelos olhares.
Pelos olhares!
Há um prazo para a descoberta?
Há um calendário na nossa vida?
Há um truque para estar na estação certa, há hora certa e apanhar o comboio que inicia a viagem da descoberta? Não conheço.
Passar a conhecer um mundo com poucos planos, muita vontade, sem cronómetro, liberdades infantis, sentimentos confiantes, seguros e que conferem serenidade.
Não conheço uma dica por agora. Acredito que o momento da descoberta é sobrehumano por ser incontrolável, nasce por si só através de uma força sobrenatural, debaixo e por cima de qualquer tempestade.
Embora nesta vida o verbo "aceitar" seja dos mais difíceis (se não mesmo o mais difícil) de concretizar, um amor único não permite espaço à lógica para que esta se sobreponha à força de uma descoberta inesperada.
Dissémos simplesmente: "foi assim".

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