27.3.07

Truques de vida


Em tantas horas, chego finalmente ao ínfimo momento em que me encontro. A sós comigo ganho a noção do meu tamanho. A respiração sobe ao palco no meio do silêncio.
É então que te procuro e não te encontro. Procuro-te na busca de uma tranquilidade. Na procura de uma certeza. Como quando olhamos para uma foto com o mar de fundo: vemos as ondas, ganhamos a noção do estado do mar, mas não vemos nem oscilação, nem força. Sentimos apenas aquela cor grande a invadir o nosso pensamento, chegando a não entender a fronteira entre a espuma e o resto.
Tudo o que transpareces são brindes falsos a sair da cartola de um mágico desajeitado. Mais te pareces com coisas que existem nas palavras, mas visíveis com muita imaginação: espírito, milagre, alma, som, energia ou sentido.
Como que por magia, imagino aparecer tudo com um contorno escuro e grosso daquilo que fazes, que queres e pretendes. Torno-me na personagem romântica do séc. XIX e na lunática do novo milénio. Que quadro pitoresco.
Mostras desenhos com traço tipo giz que formam as tuas teorias de vida. E mesmo copiadas para o papel, não as conseguia saber de cor. Páginas e muita tinta... Fragmentos conjugados num jogo como um puzzle. Truques de vida expostos semelhantes à abstracção encontrada num rabisco

Procuro-te e não te sei.

2 comentários:

Mestre disse...

Confesso que me perdi nesse texto, voltaste ao Prozac? ;)

sem naufragar disse...

Nem o Prozac me faz delirar desta maneira. Não é necassariamente sobre o que vivo agora, são simplesmente coisas que às vezes me fazem reflectir. Não procures o concreto. Para isso: só mesmo Prozac : )