17.10.07

A quem pertence o Mundo?

Ninguém se pode julgar poeta por reunir palavras que rimem e por fazer rimar palavras.
Ninguém pode fazer poesia sem tocar com um beijo a música e sem a música o ter tocado.
Ninguém pode escrever poesia apenas por ter visto a paixão ou por a paixão o ter avistado.
Alguém deve escrever poesia se conheceu a essência do símbolo que transparece as coisas.
Alguém que foi dominado pela música deve descrever por palavras os sons e deixar o timbre se exceder com a canção.
Todos que tenham tratado a paixão por “tu”, mesmo que por instantes, devem deixar que a caneta esgote a sua tinta.
O céu é para quem voa e se voares tens o céu.
As asas servem para descolar e a descolagem é para quem opta acreditar.
O poeta tem o seu mundo e o mundo é dos poetas.
O “ninguém” é fictício. “Ninguém” não existe.

3 comentários:

Amaral disse...

Fizeste poesia!
E se o mundo é dos poetas, todos temos um pouco de "poeta" incrustrado no interior.
Se o "ninguém" e o "nada" existissem, o mundo não seria um mundo. Teria de haver outro "mundo" ao lado...
Boa reflexão, "sem naufragar"!
Vou deter-me neste bocado: "Todos que tenham tratado a paixão por “tu”, mesmo que por instantes, devem deixar que a caneta esgote a sua tinta."

Anónimo disse...

O Mundo pertence ás crianças e aos animais... porque os homens só o estragam!

sem naufragar disse...

Será o nosso lado criança o nosso lado poeta?
Li-vos e reli-vos.
Bem-hajam,
Isa