22.1.08

Cheirinho a Maricotinha

Vi pela 1ª vez Maria Bethânia na Expo98. Já lá vão uns anitos. Hoje vibro quando a oiço a fazer o que ela faz como ninguém. A entoação, o movimento, a voz, a encenação, a força com que ela pronuncia as palavras, é um conjunto perfeito que me emociona.
Tenho o DVD de Maricotinha, muito bom do início ao fim. Fica aqui um cheirinho.
Esta começa com o poema "Eu sou" de Álvaro Campos, Fernando Pessoa:
(...)
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
(...)
Baste, sim baste!
Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio!

É uma combinação assim a tender para o p-e-r-f-e-i-t-o! Alma&Corpo.

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