sigo as lidas em muitos lábios, mas não me lembro da primeira
não sei quantas já usei, de quantas abusei?
nem por isso são de borla
algumas caras, outras desnecessárias e se se pudesse, algumas seriam apagadas
depois de proferidas jamais extintas
perduram nos versos, no que falamos e na distância
se tivessem tamanho real, onde caberia todo o legado?
todas as já ditas, as pensadas, as caladas, as espalhadas ao vento, as criadas ao ritmo das marés?
belisquem-me até à zona sub cutânea para ver se acordo da dimensão desta questão dura como velha côdea
oh brincalhões da troca, oh escritores e oradores! se as palavras se gastassem, que seria de nós, comuns pensadores?
compravamos, gravavamos, poupavamos, r-o-u-b-a-v-a-m-o-s
arquivavamos, ecoavamos as preferidas num túnel sem fim aparente
corremos o risco de as perder? de que se socorria nesse dia a nossa mente?
se perto de se esgotarem, alguém me ajudava nessa caçada?
eu enlouquecia pela falta só de privada de libertar a minha alma enevoada
cantem-se, calem-se, soltem-se, repitam-se, escrevam-se, risquem-se, corrijam-se
pintem-se, GRITEM-SE
não acabe o que se inventou para dar voz
à constante nascente que nos faz humanos,
que veste a ideia e a tudo o que sentimos em nós.
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