18.5.08

Entram os violinhos...

Hoje é Domingo e controla-me uma preguiça que vai de Lisboa à Suiça.
Hoje gozo um pouco do dia de "não fazer nada", completamente colada a um sofá, de portátil no colo.
Hoje passa o lendário Titanic na tv. O filme em que se brinda "faça com que cada dia conte". É um pensamento que tento não esquecer mesmo quando os momentos parecem banais. Os banais são alguns. Mas confundimo-los muitas vezes com os únicos e de valor.
Hoje recordo a cena do filme que considero perfeitamente possível de acontecer e talvez uma das mais chocantes: entram os violinos, primeiro para entreter as gentes, para ocultar o desastre, para adiar o inadiável, depois para manter quentes os homens que transportam o ritmo consigo.
Hoje o som dos violinos está mal distribuido pelo mundo. Em alguns sitios ouvem-se, gozam-se. Outros são tocados e não são notados, nem sentidos e nem valorizados. Noutros não existem, nem lhes é dedicado um espaço. Qual o equilíbrio nisto?
Do mesmo modo que para se dançar um tango são precisos 2, para haver "música" é preciso alguém que a sinta, que a viva. O mundo andará esquecido da importância de pequenas coisas e da beleza nelas contida? (http://machineeye.blogspot.com/2008/05/pormenores.html) Em tempos acreditei que era eu que tinha tempo para pensar nestas coisas. Hoje considero-as de extrema importância, capazes de justificar o motivo pelo qual respiramos.

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