poucos os momentos sobrados
desses em que nos libertamos
em que acordados sonhamos
e simplesmentes observamos
essa cena porque todos já passámos
em que somos também uma personagem
deixa-nos serenos a contemplar
o outro lado da mesma paisagem
falta de tempo para ver!
e de envolver
conter e pensar!
ponderar e experimentar!
falta de tempo nesta vida para não viver
ou tentar viver sem sofrer
inevitável ser o ser
que sente apenas o bem
impossível entregar sem o menos bom que existe
porque somos imortais
a saudade que permanece em mim e nos demais
não é perfeita e passageira
é espessa e diferente de outra qualquer que o mundo tem
criamos defesas depois das quedas dos cavalos
mas voltamos a montá-lo
a viajar, a sonhar, a esperar e a dar
viver a idade sem qualquer ansiedade não é nossa condição
não precisamos é errar nos mesmos conscientes estalos
mas ainda bem que alguém nos lembra
da opção intensa de cada hora
torna a virar, a descarregar e a enfrentar o Inverno
não fujas agora
mesmo que experimentes o inferno!
lembra-te que tu também inspiras
que a ti também te vêm
que em ti buscam a força
sempre que te levantas e simplesmente respiras!
se a vida for como o beijo,
que beijo escolhes tu para os teus dias?
a quem o dás?
o que queres que lembrem dos teus beijos?
o que causam?
os teus lábios têm poderes, sabias?
lembro-me que escolhi
fotografar cada milagre ao acordar
como se em cada espaço houvesse algo novo
será?
existirá o poder de alimentar,
adocicar e amargar,
este meu lado que vive em mim a sonhar?
2 comentários:
Encantadora a forma como distribuis os teus versos...
Porque gosto, sinto! Porque sinto, gosto!
Gosto do teu lado a sonhar... e gosto do teu beijo de vida!...
Na verdade, o Natal terá de ser todos os dias!
Que todos os dias do novo ano sejam, então, natais de doce sabor, momentos desdobrados de amor colectivo, que nos faça ser aquilo que desejarmos em cada momento da vida...
Natal feliz para ti e para tudo à tua volta!
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