14.11.11

percorremos a vida

há dias mais fortes do que outros. costumam ser dias em que estamos mais próximos de algo grande como a vida. perante a vida, o que pode ser maior? talvez apenas outra vida. é por isso que nestes dias busco, sem querer, a palpitação da vida. pequenas coisas que me lembram de que o simples viver é uma graça que herdamos, da qual devemos estar gratos e fazer o melhor que pudermos com ela e por ela. tanta gente a morrer por doenças de tratamentos prolongados que chegamos a desejar que basta de sofrimento. os corajosos vivem-na até perderem a respiração, a força para suportar a dor, até à despedida. comecei a morrer há 32 anos e nunca sei o que me espera. gostava que ninguém sofresse por mim, mas isso seria desejar não ter amigos. e isso sim seria deprimir a minha vida e toda a minha saúde. cada dia vale pelo seu valor, mesmo nos dias mais fortes, aqueles que guardamos para sempre mesmo nunca tendo desejado a sua existência. por ser um dia forte dei por mim a viajar para encontrar belezas acessíveis a todos e que nunca deixam cair no esquecimento o valor de percorrermos um caminho.

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