20.4.12

urgente: distrair (evidências)

andamos tão ocupados (mesmo quando não estamos habituámo-nos a dar a entender que estamos) que esquecemos-nos das coisas vitais da vida do humano. vitais & simples: comer, dormir e distrair. evidências.
comer: vital, simples e quem não come morre. é evidente.
dormir: vital. menos simples. é possível dormir menos e depois em algum momento os olhos fecham-se de cansados e adormecem. é evidente.
distrair: parece menos vital e mais simples.

desconfio que andamos tão ocupados que nos ocupamos a pensar que estamos ocupados. ocupamo-nos a planear como nos ocupamos. é a Era dos blocos de tempo w das listas de "coisas-que-temos-de-fazer". net no tlm para ver os emails no momento em que chegam. comemos enquanto falamos, falamos quando comemos. bebebos café em copos transportáveis para andar e beber. conduzimos e falamos ao tlm. temos tempo para tudo, porque o tlm toca, o email chega, as coisas têm de ser feitas (as compras, levar a criança à escola, pagar as contas). não só evidente, como evidentemente.
desconfio também que, há coisas que por serem do tipo "não-parece-ser-tão-evidente" são na mesma vitais e simples. não lhe dedicamos tempo e não faz mal. sim? como passar de "ser criança e tudo nos distrai e envolve" para um "tudo é tão sério e cheio de "tem-de-ser-feitos"?
vital: morremos de qualquer forma quer façamos as coisas ou não. bem, pode até acontecer andarmos tão ocupados que nos esquecemos de nos lembrar que morremos (!). mas é evidente, se nascemos morremos. morrem os que se distraem e os que se esquecem de distrair. ok. quem é mais feliz? é evidente, aquele que passou mais tempo a fazer coisas que servem a distração, diversão, alegria. aquele que não se esquece de desfrutar morre na mesma com a diferença de que se distraiu mais. isto parece simples?
simples: se é simples como é nos esquecemos de fazer listas de coisas para distrair? quem é que faz um bloco de tempo para "não-fazer-nada". é assim, é evidente que "fazer-nada" também custa, cansa e precisa de ser planeado.

ainda há alguém convencido que para viver não precismos de "não-fazer-nada"?

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