28.1.07

Entre a Euforia e a Disforia

O drama tem estética e suor / Escrita pelo Criador / Representada pelo actor / Vivida pelo humano com dor
No espectáculo sem maquilhagem / Corre a euforia / Nervosamente pensam-se palavras / E é um esconde-esconde no dia-a-dia
Comunicam-se imagens falsas / Encobre-se um manto de neuroses / Tenta-se fazer crer através de olhos que fogem no confronto / E as mentiras vão fazendo nascer as psicoses
Saltita-se entre estados tão diferentes / Amargamente animam-se situações / Suportam-se ideias para não encontrar o escuro / E no meio da noite, aparece a solidão carregada de desilusões
A personagem encontra-se no meio do corredor / Parece que o público enfim apareceu / O medo de estar nu é vivido em segredo / E só o actor o percebeu
Como se repentinamente caisse a cortina / Se decobrissem todas as encenações / Não se controla a disforia / E desapareçam as forças que suportam a rebelião de emoções
Seria o momento para dar descanso ao pulmão / Tomar um banho e abrir a janela da auto-aceitação / Respirar compassadamente e sem pressão / E fazer pelo menos um bem ao coração.
(02/06/2006)

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