10.5.07

Emboscada na beleza do caos



Escondidas nas montanhas, as lembranças que sentimos e gravamos sem as podermos negar à nossa mente. E sem falarmos ao passado, surgem depois livremente.
Ocultar de nós mesmos? Persuadir o que foi do que devia ter sido?
Se alguém disso for capaz, se levante e apresente outra técnica que não a de bom senso; vinda da força do persistente, da construção de um princípio, de que ao Eu conto tudo e nada a minha boca lhe mente.
Acredito que um passo, dado com energia consciente, se recorda como um passinho, mas pode ser doce e surgir na nossa frente num cenário com raiar de Sol resplandecente.
A escolha…
Trabalhar o presente, colocar-lhe um laço bem feito para construir uma vida com motivos de orgulho e sentir falta sem rasto do mal no intuito.
O espírito que trabalhamos.
Engane-se o que julgar, que nobreza do presente é uma classe de pertença.
Nem sequer é um grupo de nascença! Tem sentimentos nobres os que defendem a compaixão ao não julgar o outro constantemente.
Quando nos calamos e esperamos o espaço para falar, escutamos com atenção o que vai na cabeça do amigo. Emboscada na beleza do caos!
Momento para descobrir diferentes formas de dizer, iguais formas de viver, não se gastou o silêncio, antes praticou-se a escuta activa e se dedicou tempo com outro umbigo.

Hoje às memórias guardadas, uma vénia de olhos fechados docemente.
Abro a gaveta com traças de saudade: cheiram a conforto e a flores regadas com aguardente.
Se o álcool dá loucura e depois se evapora, Primavera da vida merece uma tinta vitalícia, um capítulo cativo, pouco elucidativo e emotivo.
O tempo tratará de marinar e fazer um preparado com magia e malícia.
Hoje subi o monte, desci o vale e vi no espelho uma mulher.
Plantada com poucas raízes, sem espinhos e muita ramagem

Dançava para ilusionista amador.
O verdadeiro ritmo está escudado por uma bela ferragem.
História única e com sentido, com um fio formado num compasso.
O ontem fica em cada íntimo, fechado por uma liga de ferro e aço.
Todos temos em nós a chave do tempo, para rodar com muita perícia.
Decidir quando a usar exige uma graça com carícia.

É o jeito trazido pelo querer.
Dar o código a quem quer os truques, quem quer abrir gavetas com pitada de sal, quer aprender a rodar no sentido que em par se escuta. E quer saborear no presente uma futura memória na divisão do passado de nível açucarado.

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