25.1.09

ano novo

um mês exacto após o Natal escrevo duma nova morada. muitas pessoas disseram "ano novo, vida nova, casa nova!". confirma-se. nova a fase e a face dos dias de 2009!
na avalanche desta crise, parar de viver no meu caso, seria parar de acreditar nos projectos pessoais. não se pode tudo, pode-se um pouco do que queremos. não chega mais cedo, chega mais tarde. gosto de acreditar tarda, mas não falha.
que misto de sensações (!). as emoções; parte da vida de extrema importância, mas por nos aproximarmos do "ralo" da banheira da vida, este filme da sociedade actual que é contagioso, acabamos por descurá-las e retirar-lhes o devido lugar: todos os dias, todos os momentos.
absorção, mas ao contrário(?) talvez não. será mais como... começando pelo menos bom:
.poder de compra diminuto
.visão + reduzida das normais 24h
.a sensação de que até parecia que sabíamos alguma coisa e depois, no fim das contas, vale acima de tudo o que fazes ou, melhor ainda, o que consegues fazer
.quando até parecia que a organização existia, pára tudo (!): há um monte de (des)organização que depende única e exclusavemente de ti
.começas a depender mais de outros, porque, se até aqui a dependência existia, mas eras a personagem forte, com tudo aparentemente controlado, agora está mesmo dependente da tua independência. explicando: toda a ajuda é preciosa, não te dás conta da importância dos pares de braços que tinhas em casa, das possibilidades existentes e que, se dependias antes, agora dependes ainda mais, simplesmente porque estás mais exposto à fragilidade. parece uma teoria pobre, mas... seguindo o rol de sensações, impressões...
.tens noção de que os sacos das compras são mais pesados e de que, embora queiras trazer tudo, 2 braços... bem, 2 braços têm apenas 2 mãos
Enfim, e mais haverá. Nada me parece inultrapassável. A mudança é como a moeda, duas faces e, heis que, nos lançamos na segunda:
.os sacos das compras estão no hall à tua espera. sim e então?
.a loiça continua suja. sim?
. a cama por fazer?
bahhh, deviam ser boas as sensações... pois... mais uma tentativa? ainda é cedo! claro que tem coisas boas. claro que sim! as mãos não estão atadas e os dias continuam a gastar o calendário. bem, e a vida, curta como sempre, é formada por estas fases de mudança, umas maiores que outras e aqui vamos nós de braços abertos para receber o misto de emoções embrenhadas na própria rede da mudança.
um mês depois do Natal, a chuva continua a cair lá fora e o vento... o vento continua a lembrar-nos que temos de nos abrigar, com a capacidade de parar e reparar no que o vento nos traz.
há um ano tive o privilégio de ver o magnífico espectáculo do vento no Porto de Santa Madalena, no Pico. este fim-de-semana corre-se novamente a Corrida dos Reis. e... vamos nós para mais 1 ano. casa nova, decisões novas, visões novas, responsabilidades novas. e, de todas, a mais importante, aquela que não convém esquecer, mesmo que o Monsaraz não deixe: ser responsável pela gestão das emoções, nossas e de quem queremos sempre bem.
e tudo o que realmente conta, continuar a dar a quem connosco conta, nos dá, nos deu: a atenção.
mundo, sem naufragar, estão lançados os búzios para dias de vento num novo porto seguro. sabendo que as surpresas continuam em cada esquina, a acreditar no que sentimos e no valor que temos (porque alguém todos os dias nos dá e nos lembra isso).

por falar em mudar, mudança de tema: música. este fds a Mafalda Veiga tocou na capital. vou partir para a última semana do 1º mês de 2009 com um pouco desta cantora que admiro. bem-hajam!

2 comentários:

Tasha disse...

Minha querida, bem hajas. Que saudades... Muitos parabéns. Que este seja um novo começo. Um maravilhoso começo.
Um grande beijo desta tua admiradora e votos das maiores felicidades. Que 2009 seja AQUELE ano.

Amaral disse...

Ano novo... Benvindo o teu regresso... Parar, nunca. Nada pára, muito menos quem entende os objectivos e acredita nos resultados...
Todos os momentos...
Todos são os momentos...
E as sensações de cada um deles... que delícia!... Sejam eles pequenos ou grandes... Lavar a loiça, carregar os sacos das compras...
Ouvir a chuva, sentir o vento... sem naufragar... com cada surpresa em cada esquina...
Aplaudamos a mudança, o recriar de cada momento!...