o tema da criatividade interessa-me muito. porquê? hoje vivemos "contra natura"; desvalorizou-se o sermos criativos em prol de sermos eficientes (ponto final). pelo que sei, (e qualquer pessoa que pare para pensar sobre isto vai concluir o mesmo) quando dedicamos tempo a sermos criativos estamos a proporcionar bem-estar em nós mesmos. o bem-estar de cada um é um tema interessante, é ou não é?
Sim? Não? Talvez?
está mais que na hora de apostar/investir na nossa criatividade. naquilo que é nosso e inevitavelmente existe em cada um de nós. se cada um fizer isso provavelmente terá mais mecanismos para voltar a si quando precisa ou valorizar-se + rapidamente naqueles momentos em que o chão parece ter vida própria e quer fugir debaixo dos nossos pés.
sobre este tema, encontrei este texto (fantástico) para ler e reler sempre - guardar - "Pense como um sábio tolo." uma das estratégias para a criatividade é colocarmo-nos na forma de pensar de outro tipo de pessoas, pensar como um louco. Mas um louco com conhecimento.
ver aqui http://blog.creativethink.com/2011/08/think-like-a-wise-fool.html
28.9.11
7.9.11
através das pessoas
a ver para além das pessoas aprendi com crianças, são apenas crianças.
mesmo se alguém lhes lê outra alma. o azeite não se mistura com a água, flutua.
não é fácil ao início, porque nos ensinam a ver o óbvio. pedem-nos que sejamos objectivos, mas elas, as crianças, comunicam de todas as formas.
é apenas criança. ver para além das pessoas.
tive uma experiência de um mês e meio que me parece ficar para a vida. todos os dias que as deixava sentia que aprendia sobre mim.
foi então um mês e meio de auto-conhecimento, de auto-controlo e auto-limites.
"Professora, porque tem essas manchas debaixo dos braços?"
suei bastante. ouvi bastante. até que gritei. uma aluna pediu-me que gritasse. não gosto de gritar para manter a ordem. mas fui até um canto e experimentei: resultou. todos ouviram e a partir daquele momento foi diferente. ainda assim, não gosto de gritar.
todas aquelas crianças estão habituadas a gritos, a castigos desmedidos e apontarem o dedo uns aos outros. foi estranho. sempre que alguma coisa acontecia alguém facilmente dizia quem o tinha feito, quem tinha gritado ou batido com a porta. como fazer crianças entender que até alguém perguntar não precisam denunciar os colegas? e que cada um é responsável por si,... responde por si?
"Professora, cheira bem." as crianças reparam em nós. e quando nos desenham isso nota-se.
aquelas crianças são educadas no medo. e isso é medonho! quando me aproximava diminuiam de tamanho. repeti vezes sem conta: "aqui ninguém bate em ninguém. aqui conversamos."
às vezes não havia intervalo. às vezes tem de ser. são apenas crianlas.
como acredito que somos animais de hábitos, habituei-me a repetir muitas vezes a mesma coisa.
pedir desculpa, sim. não denunciar ninguém, não, por favor.
no início todos esticaram a corda. não os entendia bem e eles não tinham regras naquela aula.
escrever regras. lembrar regras. regras simples. já todos as lembravam uns aos outros.
aos mais irrequietos pedi-lhes que escrevessem uma carta aos pais. até deu dó. a carta era guardada e quando se portavam mal havia uma carta para entregar aos pais escrita por eles a explicar porque tinham tido um comportamento que dificultava a aula aos colegas.
foram crianças do início ao fim. ouviamos música juntos. experimentámos exercícios de respiração e finalmente, preparámos a festa de final de ano. mesmo os que tentaram por dinamite na preparação, no dia da festa, até esses foram anjos. foram crianças do início ao fim.
aprendi com crianças a ver através e para além das pessoas.
mesmo se alguém lhes lê outra alma. o azeite não se mistura com a água, flutua.
não é fácil ao início, porque nos ensinam a ver o óbvio. pedem-nos que sejamos objectivos, mas elas, as crianças, comunicam de todas as formas.
é apenas criança. ver para além das pessoas.
tive uma experiência de um mês e meio que me parece ficar para a vida. todos os dias que as deixava sentia que aprendia sobre mim.
foi então um mês e meio de auto-conhecimento, de auto-controlo e auto-limites.
"Professora, porque tem essas manchas debaixo dos braços?"
suei bastante. ouvi bastante. até que gritei. uma aluna pediu-me que gritasse. não gosto de gritar para manter a ordem. mas fui até um canto e experimentei: resultou. todos ouviram e a partir daquele momento foi diferente. ainda assim, não gosto de gritar.
todas aquelas crianças estão habituadas a gritos, a castigos desmedidos e apontarem o dedo uns aos outros. foi estranho. sempre que alguma coisa acontecia alguém facilmente dizia quem o tinha feito, quem tinha gritado ou batido com a porta. como fazer crianças entender que até alguém perguntar não precisam denunciar os colegas? e que cada um é responsável por si,... responde por si?
"Professora, cheira bem." as crianças reparam em nós. e quando nos desenham isso nota-se.
aquelas crianças são educadas no medo. e isso é medonho! quando me aproximava diminuiam de tamanho. repeti vezes sem conta: "aqui ninguém bate em ninguém. aqui conversamos."
às vezes não havia intervalo. às vezes tem de ser. são apenas crianlas.
como acredito que somos animais de hábitos, habituei-me a repetir muitas vezes a mesma coisa.
pedir desculpa, sim. não denunciar ninguém, não, por favor.
no início todos esticaram a corda. não os entendia bem e eles não tinham regras naquela aula.
escrever regras. lembrar regras. regras simples. já todos as lembravam uns aos outros.
aos mais irrequietos pedi-lhes que escrevessem uma carta aos pais. até deu dó. a carta era guardada e quando se portavam mal havia uma carta para entregar aos pais escrita por eles a explicar porque tinham tido um comportamento que dificultava a aula aos colegas.
foram crianças do início ao fim. ouviamos música juntos. experimentámos exercícios de respiração e finalmente, preparámos a festa de final de ano. mesmo os que tentaram por dinamite na preparação, no dia da festa, até esses foram anjos. foram crianças do início ao fim.
aprendi com crianças a ver através e para além das pessoas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)