12.10.11

atrevo-me, sussuro-te baixinho

ténue e fino
esse limite
incolor
quase palpite

nenhures
quero estar
entregue
e dançar

é tão fino
chegas em som
delicado
e doce tom

amanhecer
assim
traz tudo
sem fim

que infinita
e estimulante mania
sempre a sonhar
de noite e de dia

gemido
contido
tremido
e perdido

trago algures
cheio de mel
caso me escales
sem toque de pele

chego quase perto
respiro fraquinho
asas batem devagarinho
miro-te a dormir sózinho

atrevo-me, sussuro-te baixinho

leves e soltas
gramas de pardal
é tão ténue e tão fino...
voar igual não tem mal.

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