28.1.07

Putéfias

Alguém sabe porque nos juntamos a comentar
A sanita do compadre, mais a saída nocturna do padre
Alguém desse lado me pode ajudar?
Porque nos preocupamos com o tamanho da saia da comadre?

Conversando sobre pessoas
Descobrem-se muitas carecas
Cospe-se para o ar tantas certezas
Uma mistura de casos com quecas

O gay que anda com um man casado
Perto do campo escondem-se relações
Pessoas que trocam de pessoas
Muitas confusões!

Falamos de uma vila
Tantas há por este país
Com tantas histórias e tão parecidas
Todos se conhecem desde a raiz

Na cidade é tudo igual
Mas não se sabe quem dorme com quem
Cruzam-se muitas mais pessoas
Numa velocidade de vaivém

Chamam-se putéfias a elas
O encorning entre todos
Aos homens o que chamam?
Encornados, azarados... coitados!!!!

A confiança entre as pessoas
Aumenta ou diminui com a idade?
Crescemos e somos mais honestos
Ou isso nunca é a realidade?

Sociedade maxista
Preconceitos... alguns exagerados
A vida de todos nós relatada
Daria muitos livros pesados!

E quem fala, do que é que fala?
De si? Do seu? Da sua?
Claro que dos outros é mais giro
Apontar o dedo a quem vai na rua.

Acontece aos outros
A quem procura aventura
Afina quem faz isso?
Ninguém... só os que não têm cura.

Será? Serão?
Quem somos nós afinal
Habitamos em cascas de ovo
E nunca vemos o nosso mal.

É da bebedeira.. e do Verão
É da noite e da escuridão
Ou é da emoção? Ou da excitação?
Como posso saber, isso só acontece ao meu irmão :D

Mas sabe bem no café o cu sentar
Beber um cimbalinho bem docinho
Relaxar e observar
E amargar a vida do vizinho.

Vá roguem pragas aos que o fazem
Neguem que alguma vez o tenham feito
Nunca na vida tricotar uma manta de retalhos
Nós não temos esse defeito...

Será feitio? É natural dos humanos? Do tuga?
O francês, espanhol... povo italiano
Não abrem a boca desse tamanho?
Então como passam todo o ano?

Pois que estou na mesma!
Então porque se debate nas esplanadas
O tamanho do autoclismo do vizinho?
Como diria o outro: eu é mais rabanadas!
(2005)

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