À primeira.
Se me pusesse aqui a falar das primeiras impressões, dava convosco voltas ao mundo e juntávamos milhares de opiniões! Não sendo as mais certeiras, são as que prevalecem.
Tantas vezes damos por nós a dizer "e eu que te julguei assim". Ou então "tens essa cara de anjo, mas depois...". Ou ainda: "quando te conheci não fui nada com a tua cara". As primeiras impressões enganam-nos e mesmo assim temos uma forte tendência para nos guiarmos por elas.
Na vida o que acontece certo à primeira? Tiramos a carta e engatamos bem o carro à primeira. Hum... conseguimos fazer bem um passo de dança à primeira. Pronunciamos bem uma palavra estrangeira à primeira. Sei lá, muitas coisas podem sair bem à primeira. Normalmente chamamos-lhe "sorte de principiante".
À segunda.
O amor à primeira vista é daquelas crenças que não tenho. Continuo irremediavelmente romântica. Isso está em mim, sou-o. Bem, então podia lá voltar uma segunda vez, podia ser que à segunda lá passasse e fosse amor. Mas nestas coisas a sorte não é predominante, não no amor.
Há dez anos, estava no Bairro Alto quando um adulto me revelou a seguinte crença "o amor é atenção". Claro, eu tinha 18 anos, ouvi, aceitei, mas pareceu-me assim um dado adquirido que eu não queria adquirir!
Anda tanta gente a falar de amor. Aqui, ai e ali. Na TV, na rádio, nas músicas, nos livros, no cinema, no teatro, nos cafés, nas revistas, na internet... Não passaram já tantos anos para se saber do que se trata então? Todos queremos saber. Humano complica, não é? Quem é que ainda não se perguntou: "será amor?"
Mudará com a época? De geração para geração? Tem cores diferentes?
O amor mais longo que conheço é o que vivo na minha casa. Tenho, dou, partilho amor há 28 anos. É diferente daquele amor que as músicas falam? Não chamo amorzinho, ou honey à minha mãe, nem lhe digo que é o meu Sol, mas lá por isso não deixa de sê-lo.
O que me faz amar as pessoas com que vivo durante estes anos? Entendimento, atenção, cuidado, carinho, comunicação, preocupação, admiração, respeito, amizade, agradecimento, e tantas coisas mais.
Dizem os brasileiros uma expressão engraçada "familia a gente não escolhe". Pois é, nascemos numa familia. Mas escolhemos com quem queremos juntar à nossa ou para construir a nossa-nossa família. É aqui que c-o-m-p-l-i-c-a-m-o-s.
Obviamente que não vou casar com eles. Faço apenas este aparte para entender o que faz com que as pessoas se amem pela vida, se desejem numa vida, sintam falta na ausência dos dias não partilhados lado-a-lado, dias que são tudo menos banais.
À terceira... diz o português que é de vez!
O amor não nasce num encontro, numa troca de olhares, nuns roçanços quentes, no encantamento por um decote, na atracção por um corpo esculpido, numas pernas musculadas, num perfume tcham, num sorriso encantador.
Acerca da paixão já acredito em algo diferente. A paixão nasce assim. A paixão é selvagem. Não precisa de ser semeada ou regada. À primeira, a paixão pega. Sustentada por uma luz forte e doce, uma água caida do céu e com cores sonhadas.
O amor precisa de ser naturalmente cuidado, naturalmente regado, luz natural q.b., ciclos, épocas como a Primavera e também o Inverno. Tem de ser naturalmente bem-vindo para resistir aos tufões, deve ser naturalmente genuíno. Não deve ser preso ou vedado, mas deve ser abraçado.
As flores campestres são as minhas preferidas. Posso tê-las em canteiros, mas não será a mesma coisa que vê-las num passeio pelo campo.
O amor precisa de ar, liberdade, admiração, amizade, música, chuva, Sol, Lua... de momentos partilhados, de zangas superadas, de discórdia e, consequentemente, de crescimento.
Diria por fim que, quem conhece e concebe o amor é um autêntico jardineiro amador! Amador porque não precisa de tirar um curso, de se formar em jardinagem. Precisa sim, de ser atento ao seu jardim, e cuidar, e fazer crescer, e cuidar, e suster, e cuidar, e acarinhar, e cuidar, e resmungar, e cuidar, e amparar, e cuidar, e admirar, e cuidar, e agradecer, e cuidar, e receber, e saber ter, e saber partilhar o que tem com outras pessoas, e cuidar : )
Se me pusesse aqui a falar das primeiras impressões, dava convosco voltas ao mundo e juntávamos milhares de opiniões! Não sendo as mais certeiras, são as que prevalecem.
Tantas vezes damos por nós a dizer "e eu que te julguei assim". Ou então "tens essa cara de anjo, mas depois...". Ou ainda: "quando te conheci não fui nada com a tua cara". As primeiras impressões enganam-nos e mesmo assim temos uma forte tendência para nos guiarmos por elas.
Na vida o que acontece certo à primeira? Tiramos a carta e engatamos bem o carro à primeira. Hum... conseguimos fazer bem um passo de dança à primeira. Pronunciamos bem uma palavra estrangeira à primeira. Sei lá, muitas coisas podem sair bem à primeira. Normalmente chamamos-lhe "sorte de principiante".
À segunda.
O amor à primeira vista é daquelas crenças que não tenho. Continuo irremediavelmente romântica. Isso está em mim, sou-o. Bem, então podia lá voltar uma segunda vez, podia ser que à segunda lá passasse e fosse amor. Mas nestas coisas a sorte não é predominante, não no amor.
Há dez anos, estava no Bairro Alto quando um adulto me revelou a seguinte crença "o amor é atenção". Claro, eu tinha 18 anos, ouvi, aceitei, mas pareceu-me assim um dado adquirido que eu não queria adquirir!
Anda tanta gente a falar de amor. Aqui, ai e ali. Na TV, na rádio, nas músicas, nos livros, no cinema, no teatro, nos cafés, nas revistas, na internet... Não passaram já tantos anos para se saber do que se trata então? Todos queremos saber. Humano complica, não é? Quem é que ainda não se perguntou: "será amor?"
Mudará com a época? De geração para geração? Tem cores diferentes?
O amor mais longo que conheço é o que vivo na minha casa. Tenho, dou, partilho amor há 28 anos. É diferente daquele amor que as músicas falam? Não chamo amorzinho, ou honey à minha mãe, nem lhe digo que é o meu Sol, mas lá por isso não deixa de sê-lo.
O que me faz amar as pessoas com que vivo durante estes anos? Entendimento, atenção, cuidado, carinho, comunicação, preocupação, admiração, respeito, amizade, agradecimento, e tantas coisas mais.
Dizem os brasileiros uma expressão engraçada "familia a gente não escolhe". Pois é, nascemos numa familia. Mas escolhemos com quem queremos juntar à nossa ou para construir a nossa-nossa família. É aqui que c-o-m-p-l-i-c-a-m-o-s.
Obviamente que não vou casar com eles. Faço apenas este aparte para entender o que faz com que as pessoas se amem pela vida, se desejem numa vida, sintam falta na ausência dos dias não partilhados lado-a-lado, dias que são tudo menos banais.
À terceira... diz o português que é de vez!
O amor não nasce num encontro, numa troca de olhares, nuns roçanços quentes, no encantamento por um decote, na atracção por um corpo esculpido, numas pernas musculadas, num perfume tcham, num sorriso encantador.
Acerca da paixão já acredito em algo diferente. A paixão nasce assim. A paixão é selvagem. Não precisa de ser semeada ou regada. À primeira, a paixão pega. Sustentada por uma luz forte e doce, uma água caida do céu e com cores sonhadas.
O amor precisa de ser naturalmente cuidado, naturalmente regado, luz natural q.b., ciclos, épocas como a Primavera e também o Inverno. Tem de ser naturalmente bem-vindo para resistir aos tufões, deve ser naturalmente genuíno. Não deve ser preso ou vedado, mas deve ser abraçado.
As flores campestres são as minhas preferidas. Posso tê-las em canteiros, mas não será a mesma coisa que vê-las num passeio pelo campo.
O amor precisa de ar, liberdade, admiração, amizade, música, chuva, Sol, Lua... de momentos partilhados, de zangas superadas, de discórdia e, consequentemente, de crescimento.
Diria por fim que, quem conhece e concebe o amor é um autêntico jardineiro amador! Amador porque não precisa de tirar um curso, de se formar em jardinagem. Precisa sim, de ser atento ao seu jardim, e cuidar, e fazer crescer, e cuidar, e suster, e cuidar, e acarinhar, e cuidar, e resmungar, e cuidar, e amparar, e cuidar, e admirar, e cuidar, e agradecer, e cuidar, e receber, e saber ter, e saber partilhar o que tem com outras pessoas, e cuidar : )
Amamos a quem damos atenção e/ou damos atenção a quem amamos, de quem cuidamos. Não poderei hoje deixar de aceitar algo tão simples (mesmo que incompleto): amor é atenção.
2 comentários:
Tanta Atenção, Tanto mimo!! :) Achas mesmo que o Amor precisa de tanto cuidado? Um Amor cuidado leva-me a pensar que é um Amor um pouco forçado... Não precisas de cuidar do Amor pela tua mãezinha certo?... vem com "Naturalidade"... pois é como dizes, é na Naturalidade que o Amor genuíno reside. Amor é ter saudade ou é a felicidade de um dia terem estado juntos? Talvez as duas...Bem... Já estou a complicar:) Vou-me com uma pergunta. Achas que procuramos o "Amor", mais para não ficarmos "sós" quando os outros se "juntam" ou porque nascemos verdadeiramente incompletos e dai procuramos, ainda que muitas vezes irracionalmente, a parte que nos falta?
alf alf alf e tanto que há para dizer! Decidamente não acredito que as pessoas se completem ou que se encontra a felicidade na procura da sua metade.
Vou publicar um texto meu acerca deste tema. Espero poder responder-te.
Já que falaste em complicar, sem querer eu complicar, quando me envias um email? Dava jeito para simplificar :)
Bom fim-de-semana
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