tudo que tem vida acaba.
tudo o que um dia teve asas permanece a voar.
num gesto de silêncio perpétuo acontece o ponto final.
no fim da linha termina uma história.
terminam relações.
terminam ideias.
terminam palavras proferidas.
calam-se princípios.
fecham-se olhares.
cala-se uma boca.
fecham-se os olhos.
é triste todo o fechar não previsto e desanima a falta de razão na lógica do humano que pensa.
mas isso porque teimamos em dar lógica a esta roda que só tem a razão que lhe damos! voltei a achar que tem, vicio do meu pensamento teimoso.
todas as flores plantadas murcham.
e as petalas regadas secam.
todo o vivo vira pó.
e todo o pó ganha vida.
30.9.08
26.9.08
seleccionar
e se bastasse sentar para
esperar assim sem ter
querer sem saber se
se para sentar bastasse
ter sem assim esperar
se saber sem querer
seria ser sem ter de
falar para usar o ar
agir sem pensar em
e só andar sem fim
sentir porque sim
se tivesse sido assim
seria ser igual a mim?
em cada mínimo de viver
ser por ser, ter por ter
pode isso ser escolher?
parte de ir por ali
pode ser escolhido sentando
outra é a vontade intuitiva
optar viver amando
sendo, tendo e juntando
pedaços na nossa construção
chegar aqui assim
não fungindo da intuição
cada dia tem um bolso
quando termina está recheado
seleccionar o que o preenche
pode ser um começo alcançado
esperar assim sem ter
querer sem saber se
se para sentar bastasse
ter sem assim esperar
se saber sem querer
seria ser sem ter de
falar para usar o ar
agir sem pensar em
e só andar sem fim
sentir porque sim
se tivesse sido assim
seria ser igual a mim?
em cada mínimo de viver
ser por ser, ter por ter
pode isso ser escolher?
parte de ir por ali
pode ser escolhido sentando
outra é a vontade intuitiva
optar viver amando
sendo, tendo e juntando
pedaços na nossa construção
chegar aqui assim
não fungindo da intuição
cada dia tem um bolso
quando termina está recheado
seleccionar o que o preenche
pode ser um começo alcançado
25.9.08
coloridos
o cheiro de baunilha
desperta os meus sentidos
viajo neste quentinho
e saboreio pormenores coloridos
este chá delicioso
que adocica o meu Outono
com este cheiro frutoso
tirou-me hoje o sono
são presentes mimosos
que nos preenchem os momentos
nos abrem o coração
e prevalecem sobre os tempos
na imagem de Lord Nelson
repousei o meu olhar
o herói que morreu numa batalha
levou-me hoje até Trafalgar
desperta os meus sentidos
viajo neste quentinho
e saboreio pormenores coloridos
este chá delicioso
que adocica o meu Outono
com este cheiro frutoso
tirou-me hoje o sono
são presentes mimosos
que nos preenchem os momentos
nos abrem o coração
e prevalecem sobre os tempos
na imagem de Lord Nelson
repousei o meu olhar
o herói que morreu numa batalha
levou-me hoje até Trafalgar
17.9.08
Próximos episódios
Oi :)
Hoje não venho fazer rimas ou jogar a beleza das palavras. Somente deixar um desabafo.
Se há quem prefira andar de palas como os burros, falar no carro XPTO que vai comprar, mais o novo telélé que quer comprar e as férias nas américas que vai ter, ok. Mas eu, que até tenho aqui este espacinho, não me consigo calar.
O que eu gostava de desabafar é a quantidade de conformismo que me causa arrepios na espinha. Brrrr! Sim, arrepios. Então mas ninguém viu o banco que faliu (F-A-L-I-U) nos "estates"? Então e a notícia sobre a especulação da falência da seguradora Alico? Bem, e os despedimentos na terra de sua magestade?
Pois, então leiam. Como dizia um prof da minha faculdade (cito o professor Vitor Almeida em Comunicação Organizacional) "Informação é poder". Pronto, não precisam de pensar muito para concluir isso. Há muita desinformação, mas a verdade é que estamos todos habituados à papinha feita e isso desde cedo. Por exemplo, na escola gostamos das aulinhas todas esquematizadinhas, com a matéria toda descrita nos acetatos, verdade? Mais? Habituaram-nos a que os manuais escolares tivessem quase tudo para que o teste fosse um sucesso, sem precisar de pesquisar, mentira? Adiante. Educamos o pessoal para se conformar com o que lhe é dado, do modo como está, sem precisar de se informar. Mas com a vinda da net a vida mudou. Como dizia o anúncio "a vida mudou, tudo é diferente... sabes escolher". Pára aqui. SABES ESCOLHER. Sabes? Temos escolha, ela existe.
Ora, se o estado da nação é esta pelintrice de crise que jornais comparam à de 29, porque é que continuamos a comprar o supérfulo?!
Leiam algo sobre consumo. Sério. Trabalho na área de marketing e podem pensar: não estarás a ser inconsistente com o que defendes na tua estratégia para com os teus clientes? Podia ser uma resposta muito simples, mas a verdade é que é mais complexa do que um simples "sim ou não". O marketing quer atingir os Clientes, as pessoas interessadas (ou que ainda não estejam e que podem precisar de alguma coisa e não sabem... ainda!) num produto. Quanto mais souber dessas pessoas, melhor! Não pretende atingir tudo e todos. Pessoal, consumir é um comportamento, daí o estudo do comportamento do consumidor. E é um comportamento voluntário e que deve ser da responsabilidade de cada um. Como se pode ler aqui.
Agora, se preferem manter as palas e fingir que não está a acontecer nada, tentem lá advinhar onde é que vai parar este consumo desenfreado, em que nos habituámos a calçar o sapato maior do que o nosso pé? Imaginam as cenas dos próximos episódios?
Sério, informem-se, porque a taxa de juro do crédito habitação está a crescer, tão certo como este ano o Natal ser a 25 de Dezembro.
Foi um desabafo do meu Portugal.
Hoje não venho fazer rimas ou jogar a beleza das palavras. Somente deixar um desabafo.
Se há quem prefira andar de palas como os burros, falar no carro XPTO que vai comprar, mais o novo telélé que quer comprar e as férias nas américas que vai ter, ok. Mas eu, que até tenho aqui este espacinho, não me consigo calar.
O que eu gostava de desabafar é a quantidade de conformismo que me causa arrepios na espinha. Brrrr! Sim, arrepios. Então mas ninguém viu o banco que faliu (F-A-L-I-U) nos "estates"? Então e a notícia sobre a especulação da falência da seguradora Alico? Bem, e os despedimentos na terra de sua magestade?
Pois, então leiam. Como dizia um prof da minha faculdade (cito o professor Vitor Almeida em Comunicação Organizacional) "Informação é poder". Pronto, não precisam de pensar muito para concluir isso. Há muita desinformação, mas a verdade é que estamos todos habituados à papinha feita e isso desde cedo. Por exemplo, na escola gostamos das aulinhas todas esquematizadinhas, com a matéria toda descrita nos acetatos, verdade? Mais? Habituaram-nos a que os manuais escolares tivessem quase tudo para que o teste fosse um sucesso, sem precisar de pesquisar, mentira? Adiante. Educamos o pessoal para se conformar com o que lhe é dado, do modo como está, sem precisar de se informar. Mas com a vinda da net a vida mudou. Como dizia o anúncio "a vida mudou, tudo é diferente... sabes escolher". Pára aqui. SABES ESCOLHER. Sabes? Temos escolha, ela existe.
Ora, se o estado da nação é esta pelintrice de crise que jornais comparam à de 29, porque é que continuamos a comprar o supérfulo?!
Leiam algo sobre consumo. Sério. Trabalho na área de marketing e podem pensar: não estarás a ser inconsistente com o que defendes na tua estratégia para com os teus clientes? Podia ser uma resposta muito simples, mas a verdade é que é mais complexa do que um simples "sim ou não". O marketing quer atingir os Clientes, as pessoas interessadas (ou que ainda não estejam e que podem precisar de alguma coisa e não sabem... ainda!) num produto. Quanto mais souber dessas pessoas, melhor! Não pretende atingir tudo e todos. Pessoal, consumir é um comportamento, daí o estudo do comportamento do consumidor. E é um comportamento voluntário e que deve ser da responsabilidade de cada um. Como se pode ler aqui.
Agora, se preferem manter as palas e fingir que não está a acontecer nada, tentem lá advinhar onde é que vai parar este consumo desenfreado, em que nos habituámos a calçar o sapato maior do que o nosso pé? Imaginam as cenas dos próximos episódios?
Sério, informem-se, porque a taxa de juro do crédito habitação está a crescer, tão certo como este ano o Natal ser a 25 de Dezembro.
Foi um desabafo do meu Portugal.
11.9.08
agitação
hoje o vento sopra como a brisa calma. assim estou.
tens calor e precisas do vento agitado para te refrescar. queres voar!
pedi as tuas asas para voarmos. quero voar contigo.
pode não ser o voo da tua vida.
quantos voos ainda temos para rasgar o céu? muitos!
quero um voo sereno. e outros mais que virão.
sem blusas, com rodas, sem ganchos, com encontros, sem tempestades, com Sol!
na tranquilidade repousa agora o meu fogo.
hoje sonho que as nuvens do pôr-do-sol douram as minha asas.
hoje o vento sopra a brisa calma e é ao sabor dela que eu quero estar.
espero encontrar-te neste caminho para dias normais, andar no azul, dizer coisas banais, esquecer o mundo para, sem esperar o exagero, gozar o som de uma guitarra.
e estar assim igual a mim.
tens calor e precisas do vento agitado para te refrescar. queres voar!
pedi as tuas asas para voarmos. quero voar contigo.
pode não ser o voo da tua vida.
quantos voos ainda temos para rasgar o céu? muitos!
quero um voo sereno. e outros mais que virão.
sem blusas, com rodas, sem ganchos, com encontros, sem tempestades, com Sol!
na tranquilidade repousa agora o meu fogo.
hoje sonho que as nuvens do pôr-do-sol douram as minha asas.
hoje o vento sopra a brisa calma e é ao sabor dela que eu quero estar.
espero encontrar-te neste caminho para dias normais, andar no azul, dizer coisas banais, esquecer o mundo para, sem esperar o exagero, gozar o som de uma guitarra.
e estar assim igual a mim.
9.9.08
expectativas
se falasses em violeta ou num quadrado podia ter advinhado. mas as cores que usas só as sente o coração, e embora tenhas criado em mim um arco-íris, não chegou para perceber o que sonhas acordado.
o medo de haver algo por saber leva-nos a procurar respostas de forma escondida. não é evidente que é uma verdade. sabemo-lo porque todos já tivemos medo. mas ninguém o pinta numa parede colorida.
juntamos coisas, ideias e cenários. depois criamos hipóteses e aguçamos o pensar. fazemos um filme, uma trama! encontramos um final mesmo antes da primeira parte se desenrolar.
desgastamos o pensamento e deitamos fora a força do momento. não damos pontos à nossa auto-confiança e mais tarde surge o nosso lamento.
não podemos ser sempre adivinhos. nem é possível dizer sempre tudo o que queremos ou pensamos. mas ajuda revelar a quem lançamos as nossas expectativas os sinais do que valorizamos... esperamos, sonhamos, desejamos.
nunca saberemos tudo, nem para tudo há uma resposta. de certo ajudaria se cada um tentasse ajudar o outro a perceber os desafios que quer e os jogos de que gosta.
por hoje é tudo. e antes que adormeça no teclado, vou apanhar um belo atalho e dormir, amanhã é dia de trabalho.
o medo de haver algo por saber leva-nos a procurar respostas de forma escondida. não é evidente que é uma verdade. sabemo-lo porque todos já tivemos medo. mas ninguém o pinta numa parede colorida.
juntamos coisas, ideias e cenários. depois criamos hipóteses e aguçamos o pensar. fazemos um filme, uma trama! encontramos um final mesmo antes da primeira parte se desenrolar.
desgastamos o pensamento e deitamos fora a força do momento. não damos pontos à nossa auto-confiança e mais tarde surge o nosso lamento.
não podemos ser sempre adivinhos. nem é possível dizer sempre tudo o que queremos ou pensamos. mas ajuda revelar a quem lançamos as nossas expectativas os sinais do que valorizamos... esperamos, sonhamos, desejamos.
nunca saberemos tudo, nem para tudo há uma resposta. de certo ajudaria se cada um tentasse ajudar o outro a perceber os desafios que quer e os jogos de que gosta.
por hoje é tudo. e antes que adormeça no teclado, vou apanhar um belo atalho e dormir, amanhã é dia de trabalho.
8.9.08
tudo muda em segundos
corri para longe naquela manhã em que acordei, manhã de inverno quente em que me pediste para ficar. não podia olhar mais os teus olhos nem suportar o teu acordar. não fui capaz de partilhar o teu íntimo despertar. quando no atalho da vida surgem uns braços decorados com carinho, sente-se que se abusa de tudo e todos se não se traçou já o caminho.
cruzámo-nos neste espaço. foi embora a imagem de antes porque nas leis da vida ultrapassámos as fronteiras dos momentos quentes. o peso que traziam as tuas palavras verdadeiras, descai agora para o falso quando vejo as tuas tristes brincadeiras... nunca serias mais um se voltasses tu a acreditar na tua mesma imagem de firmeza. sem tu creres, torna-se tão difícil lembrar o que és para lá da tua beleza. sujos os teus passos... não são claros nem consistentes... está na génese de pessoas como nós sabermos que tudo muda em segundos, mas os sentimentos são sempre possíveis de escutar, como o som de comuns crianças a brincar livres e contentes.
cruzámo-nos neste espaço. foi embora a imagem de antes porque nas leis da vida ultrapassámos as fronteiras dos momentos quentes. o peso que traziam as tuas palavras verdadeiras, descai agora para o falso quando vejo as tuas tristes brincadeiras... nunca serias mais um se voltasses tu a acreditar na tua mesma imagem de firmeza. sem tu creres, torna-se tão difícil lembrar o que és para lá da tua beleza. sujos os teus passos... não são claros nem consistentes... está na génese de pessoas como nós sabermos que tudo muda em segundos, mas os sentimentos são sempre possíveis de escutar, como o som de comuns crianças a brincar livres e contentes.
1.9.08
Sal e Sol
acendemos o descanso
desligamos os motores
largamos para férias
em busca dos sabores
esquecido o trabalho
de chinelo no pé
foge-se sem temer
acordar sem café
decisões muito rápidas
a praia a escolher
se mergulhamos no azul
ou se espreguiçamos o nosso ser
ler e sonhar
na sombra de um chapéu
liberdade tremenda
andar de barriga ao léu
nas fotos o Sol
no corpo o sal
até a guerra parece longe
e a sorte existir
adormecer a ouvir o mar
e acordar a te sentir
atrantes e descobertos
cantinhos bem morenados
estendidos nas margens das águas
descansa-se dos dias trabalhados
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