10.2.09

existe, mas não se vê, a Lua Nova

acordas-me?
entre o definitivo e o talvez
entre o acessório e o essencial
entre uma nuvem negra e a de algodão
hoje, sabes se estou no dia ou na noite?
entre ir ou ficar
entre um momento e a escolha de uma vida
entre o quase nada e o muito
entre a luta e um esforço
entre aceitar que a terra gira e senti-lo
agarra a minha mão, consegues?
entre simplesmente voar e estar sempre a sonhar com o voo
entre uma lança e uma batalha
entre o vento e a tempestade
quando tudo isto acabar, acordas-me?
quem me dera desejar e poder
quem me dera manter a emoção pelos Homens
ninguém mo dará
mas acordas-me a tempo?
chamas-me?
pode o Sol esquecer-me
pode o dia não aparecer
pode a Lua nunca ir para Nova
antes disso, pedes-me uma vez que acorde?

uma que seja!
o tempo não vai perdoar
o tempo não nos vê
o tempo não sente
o tempo é cruel
o tempo não cura
entre o tempo que apaga e tempo que aguça
sabes que o tempo do nunca não esquece
e o para sempre... o tempo dissolve
preciso que não me deixes ficar no deserto
preciso que sejam poucas as vezes em que tremes sózinho
preciso que me lembres que no perfeito reside o ficar
e no ficar reside o tempo do simples
aquele que não sabes como é, mas que simplesmente acontece, porque...
... deixAMOs que seja.
acorda-me porque hoje vou dormir como sempre, mas amanhã posso não chegar a acordar.

2 comentários:

Tasha disse...

Simplesmente fantastico! Obrigada por este momento.

Tasha disse...

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Parabéns cara amiga