Queria que soubesses por mim...
...desconfio que existe o momento exacto para deixar que a rua nos leve
...suspeito que não surja num repente, imagino que começa por escutares o teu mais intímo a pedir-te para respirares o ar fresco
...no princípio e no meu fim acredito que fazes o teu melhor
...um dia é igual a um passo para a cura do endeusamento, porque se chega até aqui
...só por supor passos teus, desperto para pequenos sinais contrários à vontade do que sei sentir
...não encontrando mais sentir como o meu, por maior que sejas, a razão constrange o meu sonho sonhado
...começo a desejar o inevitável, a vida numa dimensão a cores
...sabendo que os sentimentos nobres não obedecem a regras, amanhecer na solidão não é para sempre
...vezes sem conta quis que o sino que ouvi fosse escutado por ti e a janela se abrisse... E sem ousar roubar... vou-te libertando para outro lugar onde não pertenço. Houve um tempo em que descolei de mim, agora aterrei. E se te parecer que ando ao sabor do vento, repara que apenas me deixo embalar sem perder pitada do que já conquistei em mim!
27.8.07
Embalo da Vida
26.8.07
Senhor das Marés
O Mar onde entrei um dia
Liberta-me quando naufrago
Traz-me um sabor que desconhecia
Quando me cerco por ti
Finjo que lá ao fundo
Tocas o Sol e pulas o limite do horizonte
Criando um eclipse raro no mundo
Mas tão longe oiço
Essas ondas que quebram
Seguras essa força
E salpicos que flagelam
O macio da tua elegância
E salgados momentos...
...Gestos delicados
São valiosos fragmentos!
Manténs-te firme e a viajar sobre as areias
E tudo o que lhes banha
Soltas e embrulhas
Essa energia que se entranha!
Guardas os segredos
De quem não temeu conhecer o lado escondido
Que com coragem te enfrenta
E se revela nesse teu mundo bandido
Não nego que és bravo
Que atormentas os aventureiros
Por tudo isso és como és, Senhor das Marés
Mestre no desafio aos marinheiros!
25.8.07
Prata do Amor
Chuvada esta
Que se ouve para além do aspirador
Trouxe-me alegria neste dia
É Agosto e ainda está calor
Adoro chuva
As primeiras chuvadas são de valor
O cheiro da terra molhada
Hum, a Prata do Amor
Acho que é dos românticos...
Bastam uns salpicos para surpreender
Ou outros momentos tão simples
Enfim... chega um bocadinho para ficarmos com um sorriso tonto até adormecer
Tenho saudades...
O silêncio começa a falar, sensações misturadas de som e ar, espaço para o corpo actuar.
O teu cabelo afagar, desejar-te: dorme a sonhar. Consigo ouvir a tua boa noite ao luar.
Tenho saudades das tuas mãos cruas nas minhas costas nuas. E de quando tu suas!...
23.8.07
Pau de Sebo
20.8.07
19.8.07
Mercado da T'shirt
This is my message to you
three little birds / pitch by my door step /singing sweet songs / of melodies pure and true / saying, this is my message to you: don´t worry about a thing cause every little thing is gonna be alright
(Bob Marley pela voz de Tracy Chapman)
18.8.07
Ião : )
Mais uma semana de férias intensa, fresca, preenchida, amigos, encontros, festa, carinho, mimos, fotos, sorrisos, partidas, sons, sabores, Sol&Lua, sono do bebé, flores, espreguiçadas, saco-cama, polvo, amor, areia, determinação e… cor!
Xiii… ficou por realizar uma montanha de coisas: visitar os Flamingos na Ria num fim de tarde, corrida&caminhada, um filme, despedir do amigo que se deita quando nasce o Sol, um poema, uma pintura, alguns cafés…
Trago comigo: a bagagem cheia de riqueza, ideias mixadas de sensações e dedos com vontade própria.
De novo aqui para partilhar!
9.8.07
Imaginário dos Amorexados
A visão de quem viveu, sabe que se vive e faz questão de recordar o momento a brotar.
Calmo, silêncio, único, cada amanhecer.
Consigo imaginar-me do teu lado sempre que Ele decide nascer.
Vai espreitar por cima do Tejo, estimular olhos a abrir,
Insurgir tranquilamente e sussurrar a alguém: é hora de ir dormir.
Derreados pelos movimentos, acordam todos os encantados,
Sob o olhar de um Comandante, que vive no imaginário dos amorexados.
Luz amarela e sumida dá novo cenário à baixa mar,
Obriga a uma nova partida sem promessa de regressar.
Vale a pena acreditar:
6.8.07
Duro é mudar
Quando o oiço, logo na minha frente, tantos momentos, tantas decisões.
Se escrevesse sem respirar, apontaria em mim erros, fortes como açudes.
Esta corrida que às vezes faço recorda-me as grandes ilusões.
Constantes e ricas transformações.
Subo à velocidade de um raio.
Começa por fazer suar, inspiro forte, depois sufoco até gelar.
Falhas que cometemos, dores de barriga que carregamos, roupas camufladas que experimentamos e dissabores que desprezamos.
Do bom ao melhor, veio a chuva vestida a rigor para os dias alagar.
Rimos, festejamos, vestimos, despimos, gozamos, mais tarde guardamos.
Sobre a estrada quente uma névoa ilusória.
Diz-me se minto sobre o que falo.
Mataste o desejo, promessas e sonhos que não usaste.
Um coração que pudeste tocar, que abraçaste e apertaste sem saber quando largar.
Fácil afastar e difícil de enfrentar. Duro é mudar.
E largar o que partilhaste.
Esconder na ilusão do que sabes não sê-lo.
Por isso não me calo. Sou uma página que não leste e será que sentiste?
Preferiste aí ficar, no canto a reviver. E agora, nem teu parece, esse novo olhar.
Digo-te: segue. Estranhas, mas depois concluis que um dia nem me viste.
Não foste genuíno. Nem te culpes nem te censures.
Não sigas para o abismo, mas também não me leves contigo.
Por isso, mudo. Não me peçam para estagnar. Que numa vida somos milhões de borboletas, sempre a morrer e em luta para viver.
Paro e reparo, onde estiveste tu? Sai desse lado escuro.
Vê se te descobres. Sonho contigo quando ainda consigo...
Salta se és capaz. Experimenta a mudança.
Corre e vai atrás, desse lado bom que me mostraste, que é grande e revelador, que proteges com tanta dor, e a poucos deixas alcançar.
Dá sem esperar, que na curva há um atalho e não tropeces até lá chegar.
Depois recebe tudo devagar, saboreia as areias trazidas pelos ventos do deserto.
E se nessa altura, ainda estiver por perto…
Diz-me só que acordaste, sem me mostrares o caminho de como a ti chegar.
Se te sentir, vou desbravar. Se ainda te sonhar, a cada passo vou escutar esse bater. E se ainda me quiseres reconhecer, abre os braços…
…deixa-me te abraçar.
1.8.07
Vou-te chamar...
Se fosses Edmundo, certamente podia sempre chamar-te mundo!
És quase sempre tão honesto, talvez Ernesto.
Mas e Joaquim, Crispim? Com todo o teu frenesim!
Pensando bem, és calmaria, José Maria?
Também gosto quando és safado… olha, que tal Ricardo, Osvaldo?
E Hugo, doce como um sugo!
E o teu último desígnio: Monteiro, pelo teu lado verdadeiro.
Luís, com todo esse cariz.
Mas Manuel… Daniel... talvez pelo teu lado cruel.
Rodrigo? Incógnito como um belo umbigo.
Confesso que Sandro… assentava bem nesse teu ar malandro.
És lindo, talvez te devesses chamar Arlindo.
Francisco... arisco...
Mas com esse ar imponente, não dispenso o teu nome do meio: Clemente.
E pela recordação, ainda hesitava pelo nome João.
E Salvador? Pela tua dor, cor…
Tiago? Continua a ser vago.
Ou Hélder? Preenches qualquer pedacinho e recebe-te quem te der.
Com toda a certeza podes ter muitos nomes, não te confundo mais com outro Senhor.
Calo-me porque charme e delicadeza são rimas difíceis,
E deuses gregos… são incríveis!
Desce daí, vou-te chamar apenas Amor.