29.12.08

acredito

Acredito em milagres.
Se algum dia se esquecerem, leiam-me. Se não estiverem convencidos, contactem-me.
Vá, se não vos convenço com a minha crença, acrescento apenas que, cada dia é um milagre.
P.s. sim, posso estar com sono. o sono em mim é terrível. mas, afirmo, os milagres existem. Boa noite mundo...
Despeço-me com uma bela song.

26.12.08

The beginning song by Rita Redshoes

Para quem gosta de música country :)



Se gostaram do videoclip espreitem o Making Of!

24.12.08

Natal2008

Feliz Natal 2008
que os tons sejam os de velas e os sons os de guitarras, que à volta das almas vivas e de outras que guardamos nas saudades se crie uma energia muito forte, capaz de acender algumas luzes apagadas, mesmo as ainda zangadas. Se lembre que todos, sem excepção, somos aprendizes de emoções.
Desejo para este Natal, que o mundo não esqueça a História e que os homens se deixem tocar pelo pó que preenche o céu nesta época e pela sombra charmosa das estrelas.

11.12.08

vida como beijo

poucos os momentos sobrados
desses em que nos libertamos
em que acordados sonhamos
e simplesmentes observamos

essa cena porque todos já passámos
em que somos também uma personagem
deixa-nos serenos a contemplar
o outro lado da mesma paisagem

falta de tempo para ver!
e de envolver
conter e pensar!
ponderar e experimentar!
falta de tempo nesta vida para não viver
ou tentar viver sem sofrer

inevitável ser o ser
que sente apenas o bem
impossível entregar sem o menos bom que existe
porque somos imortais
a saudade que permanece em mim e nos demais
não é perfeita e passageira
é espessa e diferente de outra qualquer que o mundo tem

criamos defesas depois das quedas dos cavalos
mas voltamos a montá-lo
a viajar, a sonhar, a esperar e a dar
viver a idade sem qualquer ansiedade não é nossa condição
não precisamos é errar nos mesmos conscientes estalos

mas ainda bem que alguém nos lembra
da opção intensa de cada hora
torna a virar, a descarregar e a enfrentar o Inverno
não fujas agora
mesmo que experimentes o inferno!
lembra-te que tu também inspiras
que a ti também te vêm
que em ti buscam a força
sempre que te levantas e simplesmente respiras!

se a vida for como o beijo,
que beijo escolhes tu para os teus dias?
a quem o dás?
o que queres que lembrem dos teus beijos?
o que causam?
os teus lábios têm poderes, sabias?

lembro-me que escolhi
fotografar cada milagre ao acordar
como se em cada espaço houvesse algo novo
será?
existirá o poder de alimentar,
adocicar e amargar,
este meu lado que vive em mim a sonhar?

4.12.08

imortais

por mais anos que viva, não sou nem me imagino ser indiferente ao tempo que o mundo inteiro dedica a perceber, traduzir, descrever, entender, viver as emoções!

escreve-se
pinta-se
canta-se
dedica-se

30.11.08

sopro

parados na vida se a vida parasse
agarrados ao chão se o dia mudasse
calados de opinião se o amanhã se adivinhasse
tontos de amor sem que o mundo nos avisasse

e cegos sorrimos descalços na areia
com o mar de fundo e o céu de moldura
e despidos de medo e do que a vida não premeia
corámos por descobrir uma companhia segura

se a vida parasse seguíamos na vida
se o dia mudasse saltávamos do chão
se o amanhã se adivinhasse já não havia paixão
e o mundo não nos sabia, porque a sua memória é esquecida

ai! se tu te refugias no se
se te escondes da intuição
se não te calas um momento
vais cansar o teu coração
porque ele precisa de compaixão
de atenção
de reconcialiação
e se ele fala e nunca o escutas
se se sente preterido
vai cansar-se de bater num ouvido curto

contudo, se o abraçares sem amarras
se o olhares gracioso
vai querer-te orgulhoso
apoiar-te sem receio
vai dizer-te em segredo
que és um coração tonto e vaidoso

no espaço que medeia entre o sopro e o seu estímulo
não se sabe o que existe
na força que o impele e no ar que ele move
não se sabe de onde vem
mas sabe-se que é um movimento com efeito
e se sente um conforto que sabe bem

8.11.08

preso

não sabia
embora no adeus
uns olhos entrelaçados
que sentem e ardem
que são, serão sempre
o que te iriam fazer... foge disso!

foi no adeus que fiquei
tu um passo antes
os meus dedos calados e os teus suados!
ultrapassado esse dia
fechado e curado no passado

agora que te soube sem escolha
preso a uma teoria que alimentas
preso por nada
embora te mintas, ainda me achas o anjo que não sou
que não fui
nunca serei

os filmes em que te atormentas
são cenas da vida passada
este tempo é o de agora
porque não o enfrentas?

não sou paranóica
sou teimosa
não sou doente
nem vidente ou demente!
tenho os olhos no amanhã, o coração no agora e os braços serenos.
tenho a vida por adivinhar e tantos beijos para dar!
calor para receber,
mistérios guardados,
segredos meus,
histórias que me tornam eu!
e sem perceber, ficaste preso neste brilho meu.
os génios não existem,
as fadas são imaginação,
a vida é um conto,
porque não a vivem os humanos com emoção?
mas não a sofrivel apenas,
não têm as aves só penas!
elas voam!

sonho que tentas não ficar em baixo com as coisas tristes que vês através das lentes,
há dias diferentes,
e cada dia tem algo de novo,

algo que consegues ver se te permitires.
tenho a certeza disto, mesmo que amanhã fique laminada como um cutel, de cotas para o Sol, eu sei, ele vai tocar na mesma a minha pele.

3.11.08

grito

ao longo da vida
as coisas que vão e que ficam
as que ficam e que foram
as que entram e que nos mantêm os olhos fechados para sentir o seu intenso
as coisas simples
simplesmente porque o são
fazem a sua diferença
exactamente onde quero estar

não sei quando voltamos a entrar
não sei quando voltamos a estar
mas sei que a acreditar sabemos
mas sei que algum dia, não sei quando,
em alguma parte, debaixo de uma nuvem,
voltamos a chocar

para simplificar faz sentido cada dia
mas ajudar importa saber
que o grito que ouvimos cá dentro
é para ser respeitado
aquele que não cala com alguém bonito
e, sem saber porquê, algures sei que é escutado

respeito os meus gritos
oiço-os agora
e para que não fique mouca para mim
agradeço cada grito que não ouvi
para saber que este é aquele

o da crença que nos faz saber
que ser por ser
não é para mim
o ser por estar
não é para mim
o ter por ter, dar por dar, não me satisfaz
e um dia,
um dia o grito desfaz o complicado,
simples no seu acto, até o Sol será capaz de saber,
mas é preciso que eu me oiça sempre
para que à noite me encontre com a Lua
e traga de volta o que me deixa assim,
crente no simples
saberá alguém o que isso é?
será tarde?
nah, se o princípio é descomplicar, isso seria complicar.
digo-o eu: acho que é no simples que encontramos o que por vezes em nós pode andar disperso
.

2.11.08

ver o mundo

Boa noite :)
Preparados para mais uma semana? Quando sentimos que o mundo muda em apenas um minuto, um segundo, uma curva, uma batida, então conta pouco o cansaço que carregamos quando nos lançámos a um fim-de-semana em família.
Na mala cheia de mimos e sorrisos, na estrada os traços da A1 e da A23 são compensados. O Fundão está mais perto!
Houve tempo e coragem para enfrentar um termómetro a marcar os ZERO graus para ver e ouvir David Fonseca e Rita Red Shoes à Covilhã. Eu com os primos, mais os meus 29 anos, estávamos na recepção ao caloiro a vibrar com um palco cheio de espectáculo. Tirando o facto do David (OH David!?) não ter cantado Hold Still com a Rita, assistimos a um show por 15€. Luzes, sons, pessoas, emoções, ritmos, dança, momentos... Vestiu-se de astronauta, levou o telefone para o palco e ainda andou em cima de um pé agarrado à guitarra! Prendeu o pavilhão, acho que até os que tinham niveis de cevada acima da média!...
A música "não afastes os teus olhos dos meus" foi tocada i.m.p.e.c.a.v.e.l.m.e.n.t.e. e isso tocou-me.
David à parte, a Rita com os seus sapatos vermelhos foram também surpreendentes! Sei que vai estar com os Keane no Coliseu e já lamento não estar numa 4ª feira a assistir a mais um espectáculo.
Com tudo isto, aqui vamos nós, entramos em Novembro com olhos postos nas épocas festivas.
Fechamos o fim-de-semana dos santos, e vamos a ouvir anjos até ao fim de mais um ano.
Juntamos palmas à vida, e vida ao mundo.
E como vês agora o mundo?
I’m sure you’ll tell me something new, Yeah I can see the world through you.

17.10.08

inesperado

decorrida mais uma semana, e das agitadas (!), são bem-vindos estes dois dias que invadem o calendário.
descortino o fim desta sexta para abraçar o inesperado.
esse em que me vou deixar levar, pelo que quero ir e o qual vai sair do armário.

são horas de partir. tempo de acreditar.
levanto a caneta do papel para que o futuro aconteça sem medo.
haverão mais páginas, certa que estou disto. tempo de voar.

já sonhei muito e muitas paisagens embelezaram os meus olhos.
emocionaram-me. outras parei para saborear o ar e o espaço.
agora vou para os contos desta vida como os enigmas vão para os meus sonhos.
porque também já perdi. vou lançar ao vento o laço!

decorrida mais uma história, quero cem vezes mais palavras.
quero matar a sede de sentir, de causar e ser causada.
são horas de lavrar. e desencalhar das minhas eras escravas.

12.10.08

rugas desejadas

descubro nos erros que perdoo a mim mesma, os limites que me tornam alguém.

as máquinas têm capacidades, nós temos emoções.

na contrariedade do EU encontro-me finalmente.
é no que vou saber que ainda não vi que vou encontrar o que já alguém tinha visto.
e ainda estou a tempo. estarei sempre a tempo de perceber que nesta passagem podemos escrever as páginas fiéis ao que somos hoje.

se não conhecermos os limites, um dia esbarramos neles.
se nesso jogo não nos emocionarmos, então aceitamos ser as máquinas que não perdem força e que um dia envelhecem e tomam postos por antiguidade. apenas por isso sabem que ainda existem.

nos buracos que entramos, outrora trazidos à consciência por quem nos protege, fazemos tremendas viagens que guardamos nos nossos espelhos.
todas se vêem em cada ruga, e um dia enrugo a minha face com emoção ao lembrar um dos escadotes do meu passado.

não, não somos portfolios de outras vidas, porque o que segue não são imagens fixas pela retina, mas as emoções, e essas têm o som de cavalos selvagens e não de locomotivas!

e é das emoções que não me separo.
é através delas que me liberto.
são as emoções que me lembram a importância de amanhã.
e é nelas que confio porque me deixam ser quem sou.

30.9.08

nas asas do futuro

tudo que tem vida acaba.
tudo o que um dia teve asas permanece a voar.


num gesto de silêncio perpétuo acontece o ponto final.
no fim da linha termina uma história.
terminam relações.
terminam ideias.
terminam palavras proferidas.

calam-se princípios.
fecham-se olhares.
cala-se uma boca.
fecham-se os olhos.
é triste todo o fechar não previsto e desanima a falta de razão na lógica do humano que pensa.

mas isso porque teimamos em dar lógica a esta roda que só tem a razão que lhe damos! voltei a achar que tem, vicio do meu pensamento teimoso.

todas as flores plantadas murcham.
e as petalas regadas secam.

todo o vivo vira pó.
e todo o pó ganha vida.

26.9.08

seleccionar

e se bastasse sentar para
esperar assim sem ter
querer sem saber se

se para sentar bastasse
ter sem assim esperar
se saber sem querer

seria ser sem ter de
falar para usar o ar
agir sem pensar em

e só andar sem fim
sentir porque sim
se tivesse sido assim
seria ser igual a mim?

em cada mínimo de viver
ser por ser, ter por ter
pode isso ser escolher?


parte de ir por ali
pode ser escolhido sentando
outra é a vontade intuitiva
optar viver amando

sendo, tendo e juntando
pedaços na nossa construção
chegar aqui assim
não fungindo da intuição

cada dia tem um bolso
quando termina está recheado
seleccionar o que o preenche
pode ser um começo alcançado

25.9.08

coloridos

o cheiro de baunilha
desperta os meus sentidos
viajo neste quentinho
e saboreio pormenores coloridos

este chá delicioso
que adocica o meu Outono
com este cheiro frutoso
tirou-me hoje o sono

são presentes mimosos
que nos preenchem os momentos
nos abrem o coração
e prevalecem sobre os tempos

na imagem de Lord Nelson
repousei o meu olhar
o herói que morreu numa batalha
levou-me hoje até Trafalgar

17.9.08

Próximos episódios

Oi :)
Hoje não venho fazer rimas ou jogar a beleza das palavras. Somente deixar um desabafo.
Se há quem prefira andar de palas como os burros, falar no carro XPTO que vai comprar, mais o novo telélé que quer comprar e as férias nas américas que vai ter, ok. Mas eu, que até tenho aqui este espacinho, não me consigo calar.
O que eu gostava de desabafar é a quantidade de conformismo que me causa arrepios na espinha. Brrrr! Sim, arrepios. Então mas ninguém viu o banco que faliu (F-A-L-I-U) nos "estates"? Então e a notícia sobre a especulação da falência da seguradora Alico? Bem, e os despedimentos na terra de sua magestade?
Pois, então leiam. Como dizia um prof da minha faculdade (cito o professor Vitor Almeida em Comunicação Organizacional) "Informação é poder". Pronto, não precisam de pensar muito para concluir isso. Há muita desinformação, mas a verdade é que estamos todos habituados à papinha feita e isso desde cedo. Por exemplo, na escola gostamos das aulinhas todas esquematizadinhas, com a matéria toda descrita nos acetatos, verdade? Mais? Habituaram-nos a que os manuais escolares tivessem quase tudo para que o teste fosse um sucesso, sem precisar de pesquisar, mentira? Adiante. Educamos o pessoal para se conformar com o que lhe é dado, do modo como está, sem precisar de se informar. Mas com a vinda da net a vida mudou. Como dizia o anúncio "a vida mudou, tudo é diferente... sabes escolher". Pára aqui. SABES ESCOLHER. Sabes? Temos escolha, ela existe.
Ora, se o estado da nação é esta pelintrice de crise que jornais comparam à de 29, porque é que continuamos a comprar o supérfulo?!
Leiam algo sobre consumo. Sério. Trabalho na área de marketing e podem pensar: não estarás a ser inconsistente com o que defendes na tua estratégia para com os teus clientes? Podia ser uma resposta muito simples, mas a verdade é que é mais complexa do que um simples "sim ou não". O marketing quer atingir os Clientes, as pessoas interessadas (ou que ainda não estejam e que podem precisar de alguma coisa e não sabem... ainda!) num produto. Quanto mais souber dessas pessoas, melhor! Não pretende atingir tudo e todos. Pessoal, consumir é um comportamento, daí o estudo do comportamento do consumidor. E é um comportamento voluntário e que deve ser da responsabilidade de cada um. Como se pode ler
aqui.
Agora, se preferem manter as palas e fingir que não está a acontecer nada, tentem lá advinhar onde é que vai parar este consumo desenfreado, em que nos habituámos a calçar o sapato maior do que o nosso pé? Imaginam as cenas dos próximos episódios?
Sério, informem-se, porque a taxa de juro do crédito habitação está a crescer, tão certo como este ano o Natal ser a 25 de Dezembro.
Foi um desabafo do meu Portugal.

11.9.08

agitação

hoje o vento sopra como a brisa calma. assim estou.
tens calor e precisas do vento agitado para te refrescar. queres voar!
pedi as tuas asas para voarmos. quero voar contigo.
pode não ser o voo da tua vida.
quantos voos ainda temos para rasgar o céu? muitos!
quero um voo sereno. e outros mais que virão.
sem blusas, com rodas, sem ganchos, com encontros, sem tempestades, com Sol!
na tranquilidade repousa agora o meu fogo.
hoje sonho que as nuvens do pôr-do-sol douram as minha asas.
hoje o vento sopra a brisa calma e é ao sabor dela que eu quero estar.
espero encontrar-te neste caminho para dias normais, andar no azul, dizer coisas banais, esquecer o mundo para, sem esperar o exagero, gozar o som de uma guitarra.
e estar assim igual a mim.

9.9.08

expectativas

se falasses em violeta ou num quadrado podia ter advinhado. mas as cores que usas só as sente o coração, e embora tenhas criado em mim um arco-íris, não chegou para perceber o que sonhas acordado.
o medo de haver algo por saber leva-nos a procurar respostas de forma escondida. não é evidente que é uma verdade. sabemo-lo porque todos já tivemos medo. mas ninguém o pinta numa parede colorida.
juntamos coisas, ideias e cenários. depois criamos hipóteses e aguçamos o pensar. fazemos um filme, uma trama! encontramos um final mesmo antes da primeira parte se desenrolar.
desgastamos o pensamento e deitamos fora a força do momento. não damos pontos à nossa auto-confiança e mais tarde surge o nosso lamento.
não podemos ser sempre adivinhos. nem é possível dizer sempre tudo o que queremos ou pensamos. mas ajuda revelar a quem lançamos as nossas expectativas os sinais do que valorizamos... esperamos, sonhamos, desejamos.
nunca saberemos tudo, nem para tudo há uma resposta. de certo ajudaria se cada um tentasse ajudar o outro a perceber os desafios que quer e os jogos de que gosta.
por hoje é tudo. e antes que adormeça no teclado, vou apanhar um belo atalho e dormir, amanhã é dia de trabalho.

8.9.08

tudo muda em segundos

corri para longe naquela manhã em que acordei, manhã de inverno quente em que me pediste para ficar. não podia olhar mais os teus olhos nem suportar o teu acordar. não fui capaz de partilhar o teu íntimo despertar. quando no atalho da vida surgem uns braços decorados com carinho, sente-se que se abusa de tudo e todos se não se traçou já o caminho.
cruzámo-nos neste espaço. foi embora a imagem de antes porque nas leis da vida ultrapassámos as fronteiras dos momentos quentes. o peso que traziam as tuas palavras verdadeiras, descai agora para o falso quando vejo as tuas tristes brincadeiras... nunca serias mais um se voltasses tu a acreditar na tua mesma imagem de firmeza. sem tu creres, torna-se tão difícil lembrar o que és para lá da tua beleza. sujos os teus passos... não são claros nem consistentes... está na génese de pessoas como nós sabermos que tudo muda em segundos, mas os sentimentos são sempre possíveis de escutar, como o som de comuns crianças a brincar livres e contentes.

1.9.08

Sal e Sol


acendemos o descanso
desligamos os motores
largamos para férias
em busca dos sabores

esquecido o trabalho
de chinelo no pé
foge-se sem temer
acordar sem café

decisões muito rápidas
a praia a escolher
se mergulhamos no azul
ou se espreguiçamos o nosso ser

ler e sonhar
na sombra de um chapéu
liberdade tremenda
andar de barriga ao léu

nas fotos o Sol
no corpo o sal

até a guerra parece longe
e a sorte existir
adormecer a ouvir o mar
e acordar a te sentir

atrantes e descobertos
cantinhos bem morenados
estendidos nas margens das águas
descansa-se dos dias trabalhados

21.8.08

Parabéns Nelson Évora


Parabéns a todos os atletas / treinadores / patrocinadores que chegaram à China, em especial ao grande Nelson Évora.
Homem, tu voaste!! Lindo!

5.8.08

anjos em perfeitos enlaces

cada milímetro do nosso espaço, tem ouro na sua renda, cada abrigo do teu corpo, tem oculta uma prenda
nos traços desse esculpido, nos teus redondos marmoreados, quando pelas pintas te misturas, soltamos as penas de pavões enamorados
nas noites de lua cheia, sobrevoamos os corpos e, sem passarmos as vidraças, debaixo dessas luzes amareladas, libertamos as nossas caças
tu não sabes, mas no branco desse teclado, nos riscos das tuas faces, giram sonhos enveludados, anjos em perfeitos enlaces
se te disser tudo em palavras não poderás imaginar, o que nasce dentro de mim quando me sorris com o teu olhar
tranquilo o teu andar, postura forte e serena, quero levar-te a dançar, eu e tu numa arena
seguro essas garras, que me sucumbem a vergonha, dás-me o melaço mais carinhoso com que o mundo inteiro sonha
tu tocaste os meus dias, por isso sei, mesmo sem saber o que nos espera, comigo sempre te levarei

abuso de autoridade


Claro que há bons profissionais em todo o lado. Mas claro que há muito rapaz que não devia ter autoridade para usar uma farda.
Não vou referir a esquadra, nem a zona (pormenores que não interessam para o caso), mas a foto que vêm aqui foi a última que tirei de uma viagem a Londres.
Depois de aterrada em Lx (fresquinha mesmo), eu e a mãezinha vamos às compras. Falta de lugares, ligamos os 4 piscas, 2ª fila, fico no carro e a mãezinha vai às compras tipo "rapidinha". Oiço uma buzina, é o carro da PSP. Lá dentro o sr agente bracejava e não estava a perceber o que ele me tentava dizer (deve ser do curso de polícia sinaleiro...!!). Bem, o sr agente reclamava porque estava em 2ª fila. Abordagem à parte, no mesmo momento aparece um lugar e, cumprindo todas as regras, estaciono o carro mesmo na frente do supermercado. Ora, como se pode ver na foto, o carro do Sr agente foi estacionado (t-o-t-a-l-m-e-n-t-e e-s-t-a-c-i-o-n-a-d-o) num lugar proibido, na frente da entrada de garagens. Os agentes abandonam a viatura, passam a poucos centímetros do meu carro (tido ronda), olham para dentro do carro e lançam aquele olhar de autoridade (de certo já alguém o conhece, aquele "olhar de autoridade" do estilo, "nós mandamos e você faz"). Tipo à filme. Não resisto, porta-bagagens e zás, a foto. Claro que fiquei furiosa pela atitude. Como querem que os respeitemos? Tenho uma história triste de abuso de autoridade, também no mesmo local. Foi preciso arranjar um advogado do pé para a mão, pagar 1 dia a advogado, 1 dia de trabalho gasto no tribubal, chatices e, claro, medo destes meninos fardados. Todo o tempo que estiveram no tribunal, trocaram olhares provocadores connosco, de pé encostado à parede, mãos nos bolsos e, pior, mentem em conjunto perante a Juíza e a Promotora de Justiça. Claro que há bons profissionais em todo o lado. Mas claro que há muito rapaz que não devia ter autoridade para usar uma farda.

4.8.08

Sonho de uma Noite de Verão

Procurámos uma peça e heis que, saiu-nos um belo momento: humor, música, sonho, com duendes e fadas (!)...
...rimas, luzes, MAGIA!
Aconselho Sonho de um Noite de Verão, de William Shakespeare, no Palácio da Independência, Lx, junto ao Teatro D. Maria II, teatro ao ar livre. Pechincha: 10€
Fomos surpreendidos! O espectáculo começa antes de entrarmos no páteo do palácio. Depois lá dentro, todo o espaço tem vida. É engraçado ver como todo o espaço é aproveitado para a peça.

Ainda não foi desta que fui ao "teatro da Mª", mas lá chegaremos. VALEU :)


Holofotes na China

Qual é a lógica do mundo ter escolhido a China para realizar os Jogos Olímpicos 2008?
Hipótese 1: será que a China foi escolhida porque o mundo quer colocar os holofotes na China de modo a dar a conhecer o governo chinês?
Hipótese 2: será porque faz sentido escolher um país que não permite, por exemplo, que os jornalistas chineses visitem o site da Amnistia Internacional, bem como, outros sites que não se coadunam com as leis chinesas?
Hipótese 3: será porque existe a possibilidade da China se tornar tolerante?
Hipótese 4: será porque por alguns dias em Pequim será possível ver-se o azul do céu?
Continuo sem perceber... O humor negro nesta situação ajuda um pouco. Ver aqui.
Ou alguns textos no próprio site da Amnistia Internacional, como este.
Liberdade de informação? Onde? Na China?

Sons e imagens da China

pode ser banal


tomo o aperitivo do dia no teu peito,
traço o trapo enrugado e largamo-nos ao vento como as nuvens ao seu sabor largado

tomas as rédeas dos sonhos de que é feito este pedaço,
abraças de novo aquele trapo formados que estamos em forma de laço

nas teclas deste piano do compasso esquecido,
saem os sons do tempo e do dia prometido

ouvimos cada um tocado com cuidado,
e adormeces derreado pelo concerto ensaiado

perdidos no bosque nas sombras e nevoeiro,
descobrimos a imagem do momento soalheiro

toca lá mais um som, pode ser com o tambor,
mas mantém este ritmo, sabe bem nada fazer, e entregar-nos ao sabor...

30.7.08

estaladiças e salgadas

São assim amareladas e salgadas. Nhã... Quebram-se na boca os estilhaços de sabor, fazem crush nos ouvidos, valem o mal que fazem, pelo bem que sabem.
As minhas preferidas são as Lays Artesanais (não tenho comissão...). Também adoro as Ti-ti! Enfim, soube bem chegar a casa, pegar nas últimas páginas do meu livro, aproveitar os últimos raios de Sol dos últimos dias de Julho e comer batatas fritas empacotadas.
Ok, um Santini saberá melhor... Mas são as batatas que estão mais à mão.
Acabei finalmente "Escuta a minha voz", de Susanna Tâmaro. Em breve deixarei umas palavras do livro que narra uma história passada nalgumas cidades da nossa Europa, de onde se destaca Trieste. E, claro, como no livro "Vai aonde te leva o Coração", voltamos a encontrar belas metáforas das pessoas e das árvores, dos sentimentos e das árvores, do amor e das árvores, das decisões que fazem a nossa vida e as árvores. Diria que voltamos a ler acerca da importância do afecto na vida do humano. O que damos? O que deixamos da nossa vida? O que mudámos no mundo? Onde nos leva o medo de errar nos afectos escudado na afirmação da nossa sinceridade? E muito mais haveria.
Agora fica a partilha de um momento estaladiço e salgado : )

28.7.08

concorrente do Google?

"Uma empresa criada por antigos engenheiros do Google revelou no domingo (27) um novo serviço de buscas cujo objetivo é superar em tamanho o líder do setor."

Pelo Tejo

É tempo de férias. Basta sair um pouco de Lx para sentir o efeito das férias.
Tive o privilégio de dedicar 1 dia a uma "fériazinha". Num grupo de 100 pessoas, descemos o rio que desagua na capital, que acompanha o jogging de tanta gente, que é pano de fundo das fotos dos turistas que nos visitam, designado por Tagus para nuestros hermanos, que nasce em Espanha e no qual ainda se pesca e nos podemos banhar! É que há umas quantas praias fluviais que convidam a parar e a mergulhar!
Pudémos observar a Sra Pata e os seus patitos no seu habitat natural, encostar a canoa e tomar o Castelo de Almorol, apreciar os chorões a tocar a água, ver alguns peixes aos saltos, enfim, respirar também um pouco de férias!
Começámos no Zêzere em Constância, apanhámos o Tejo e a actividade terminou em Vila Nova da Barquinha.
Quer dizer, ainda houve a Grelhada Mista no afamado restaurante em Constância junto ao rio, com a sobremesa Doce Maravilha (hum, nata, bolacha, chocolate e um travo a café...) E... no fim de tudo, antes do regresso à A23, porque não fechar a pestana nas sombras das margens? Mimos!
Bem-haja a quem proporcionou estes pequenos momentos para degustar a vida fora.
Aceitem o convite do Tejo e, se quiserem desfrutar um pouco da natureza, relaxem nas suas margens, repousem nas suas sombras, viajem até Constância (onde se presume que nasceu Camões), a 1h30 de Lx e deixem-se contagiar pelo verde que predomina por estes lugares ainda mágicos : )

24.7.08

palavras rescritas

as palavras têm tanta força, lançamo-nos no seu poder para chegar mais além, o que fazemos com elas?
as palavras ditas, percorrem as correntes de ar, perspassam, voam...
as palavras podem ficar.
podendo ser rescritas, o poder das palavras o que pode alcançar?

jogo de poder!
jogo de palavras!
jogos dos humanos!
jogos de mentes e peças,
de vestes e figuras,
de histórias e de panos!
jogos de trastes e heróis,
de mudos e cobardes,
do que foi e do que é,
do que virá a ser esta Terra!

todas as formas que lhes damos, sabemos que força têm as palavras?
permanecem, ficam.
ouvem agora as palavras da tinta já escrita?
do que já se viveu?
o tempo junto das palavras é antigo, mas as palavras ao tempo veio lembrar o contínuo.
e nós humanos esquecemos esse facto, que ao bom senso irrita, que o atento critica, mas a que o mundo fecha os olhos para manter adormecido o monstro do que se é capaz.
não se é capaz, preferimos esquecer do que os humanos são capazes. acreditamos na sorte e passamos ao lado do que nos faz ser chamados de seres pensantes.
caminhamos na sorte da justiça, quando sabemos que o mundo quase perfeito não é justo.
que susto!
se fosse o pesadelo de uma noite tornaria a dormir no assunto,
mas como dos fracos não reza a história, diz-nos as palavras,
escolho pegar em tudo, tudo junto,
e sonhar acordada, sabendo que os players por se julgarem espertos,
adormecem numa esquina, e os fortes de cabeça avançam pelas crenças de mil anos e um dia,
um dia escreve-se mais um pouco do que faz a diferença e não daquele que escolhe a mera presença.

21.7.08

In_certeza

na certeza de que nada é certo
caminhamos por pântanos e areais
escrevemos palavras e fazemos concertos
damos garantias irreais

na certeza de que nada é certo
deitamo-nos nas marés
acordamos ao relento
e andamos sobre os pés

na certeza de que nada é certo
olhamos para a frente
acreditamos cegamente
amamos ardentemente
mimamos loucamente
abraçamos calmamente
passamos ao lado da mente
sonhamos livremente!

na certeza de que nada é certo
fazemos juras com eco no infinito
descredibilizamos o incerto
desprezamos toda a chuva
cambaleamos ao sabor da uva
e mesmo quando a manhã parece turva
suamos o dia para fitar a curva

porque na certeza de que nada é certo
acertamos na sorte
alvejamos a incerteza
damos corpo os zeros deste mundo
somos esquecidos pelo que existe
mas basta...
sermos acalmados pelas surpresas neste deserto
mesmo que seja de noite...
basta ver na sombra o reflexo do Sol
conseguir cheirar a maresia
ouvir aquele sorriso, que não é certo no embalar eterno,
mas que traz consigo a certeza de que a vida,
esta do agora, tem pós de poesia.

19.7.08

Men in Trees

Impossível ficar indiferente a esta série "Men in Trees".
Misto de romance, humor e belas paisagens entre o Alaska e New York.

Um dia a dia pacífico, mas com emoções ao rubro :)
Há muitas cenas da série no Youtube. Escolho este videoclip porque mostra um pouco da adaptação de uma citadina a Elmo (localidade ficticia), no Alaska. Bem como o contrário, o retorno ao apartamento de NY.

Blog e as empresas

Até onde vai a influência de um blog? Sabiam que os Blogs já entraram para a estretégia de comunicação e endomarketing de algumas grandes empresas?
Mais info

15.7.08

janelas com vida

Por onde voa esta fita, de histórias e memórias?
Estas cenas que filmamos nas células do nosso corpo, nos olhos dos nossos outros e nas fotos que guardamos?
Pela janela... por onde passa uma voz longínqua e baixinha, entram os meus olhos próximos e altivos.
Pela janela vem a vida que me chama e me acorda.
Janelas acordadas com luz quebrada e amarelada, por onde se extende uma mão que nos puxa para o real, que nos lembra que o tempo não pára, que nos... fala!
Hoje a janela aberta deixa entrar os raios da estrela que nasce para todos. Atraida pela luz... lá fora brilha o contínuo... esgueiro-me, espreito a janela vivaça e debruço-me para o dia!
Percorro então as películas e escolho as importantes, algumas revelam-se, outras já o eram.
Agora reformulo a história do futuro, desejo com a mente os dias que virão, ponho fé no acto de abrir a janela e dedico o tempo a compor curtas-metragens que um dia vou querer bisbilhotar sem ilusão, mas emoção.
Hoje selecciono a atenção, porque janelas há muitas, mas a vida é uma e está na nossa mão.

10.7.08

contrariar os sentidos

não é ilusão.
a mensagem que passou, não é certa, a oportunidade foi.
perde-se colorido.
o som ficou.
não faz sentido.

realidade.
o peito está cercado. fazes diferente do que sentes certo e com esperança que um dia não seja errado, mesmo que o sintas incorrecto.
no chão, longe do teu tecto.
faz sentido?

escrito e falado.
no tempo as palavras perduram, escritas, para sempre.
faladas, um dia perdem-se, morreram.
mas não esqueças os erros; lembram-nos as palavras erradas, mesmo as mal guardadas.
... dão sentido.

a lágrima seca.
o corpo cala a alma.
não sei viver sem acreditar, pois apenas vive metade de mim ao vento.
aceito aprender, melhorar-me... superar-me, vou-me esforçar.
saber dizer não, tento...
mas, há um mas...
há decisões em que não acredito, mas sou responsável por elas.

quanto tempo resiste uma árvore às nortadas?
no sentido do relógio, mais lento, mais certo, que horas estão agora marcadas?
as do futuro, as desejadas, as que vais viver para crer, as que antevês que vão precisar um pouco mais de calma.
agora aceleras. mas recusas. sabes que o sentido do teu corpo não é loucura.
rejeito fingir que o mundo gira as voltas destinadas.

7.7.08

Boniteza

tantas formas há de beleza
que nos prendem os sentidos
na beleza deste dia
recordo esses risos ouvidos
disse-te um dia que a sorrir ficas bem?
que não precisas de ser perfeito?
que nesse olhar repousam umas asas sem tamanho?
e que encontro a paz sempre que me deito no teu peito?
lá para o Sul chamam de boniteza
a isso que nos ocupa os sentidos
deixando para lá os olhos, prefiro o teu belo que passa pelas minhas mãos
e guardar comigo os nossos momentos queridos
quando a vida ganha leveza encontro por fim a beleza :)

3.7.08

1.7.08

in the time we've got

No que criamos, com a paz que conseguimos, formam-se imagens bonitas que juntamos a esta oportunidade de partilhar o tempo.
O tempo que escolhemos
O tempo de que dispomos
O tempo que guardamos
O tempo que damos
O tempo que recebem
os
O tempo que partilhamos
Não será o tempo o bem mais valioso para a gente do Ocidente? Quanto custa uma hora a caminhar?
Quanto vale aquele 1/4 de hora a ouvir-te falar?
Vale o que queremos que valha. Vale o que deixamos que seja.
É de valor o tempo que entregamos.
Criamos valor no tempo que dedicamos.
Dedicamos tempo a quem escolhemos por ser de valor.



You had the city in you.
Always in the way you moved were the skyline and the avenues.
You had the city in you, I knew.
Always in the way you moved were the skyline and the avenues.


momentos bem fugazes

nas vozes que se ouvem depois da cidade adormecer
encontro o meu eco desejoso de se deixar ver.

paro um pouco então, descanso o cérebro activo,
deixo o meu eu se libertar para um lugar que me é cativo.

começo por lembrar o dia inteiro a passar,
que depois começa a turvar, começo a fantasiar... e heis que se mistura a vida com o sonhar.
há momentos bem fugazes em que retomo à cidade,
em que me tento lembrar onde estava eu naquela claridade?

oh! é noite, o sono está a pregar-me partidas.
no deitar vem o aconchegar do próximo dia quase a chegar, hora de aproveitar estes pequenos tempos entre vidas.

volto à posição fetal, quase ultrapassada pela consciência,
retomo o sonho antes parado... largo-me no infinito e esqueço as respostas da ciência.

29.6.08

não raiam luzes de incertezas

na chama que se vive, dos momentos em que só acreditamos
não raiam luzes de incertezas, nem peças ocultas.
sobressai apenas o que queremos que seja,
com alguém que não sabemos porque escolhemos,
mas a quem abrimos as nossas portas.

depois de visitarmos esse mundo do fantástico,
em que desenhamos o amor numa tela e
onde alguém deixa que sejamos felizes,
saimos pelos fundos:
descobres que ninguém precisou de saber que houve outra ela.

em directo e a cores, filmámos sorrisos e entrega.
quando deixamos que passem por nós,
procuramos que ninguém volte ao estado de indiferente.
mas pode bastar uma paixão para seguires cega,
e um dia, mesmo que te dediquem umas palavras:
descobres que alguém para ti deixou de ser ardente.

não escolhendo o arrependimento, sendo assim,
percorres outro caminho, segues em frente.
pareceste bem, há coisas que decides:
"guardar só em mim".
mesmo tendo falhado, é preciso valorizar e ir confiante.

não queremos que volte, verdadeiramente desejamos que fique onde está,
mesmo que precisemos dessa parte de nós que partilhámos,
aceitar estar só pode encher-nos o peito de ar e coragem,
sem permitir que a nossa casa se mantenha fechada porque choveu...
ou só porque deixámos que maltratassem os sonhos que amámos.

24.6.08

Do que me apercebo...

... em ti
viaja contigo
nas roupas que trazes
nos olhos que fazes
nos gestos que me desconcentram
o aroma daquele dia
que sentia lá distante
que dá alegria
de noite tranquiliza
que como o café tira o sono
me mantém de pé
e me sensibiliza.
... é teu esse saber
eu e tu num jardim
sem mais saber algum
ambos sabemos que é errado
mas é mais forte
não deixamos cerrado.
estarás lá agora
e depois
eu e tu
neste mundo que me surpreende
me atende.

22.6.08

why?



mesmo na noite mais quente este som arrepia
emociona-me, desacredito na democracia
não posso, não devo, porque temos de continuar a acreditar
aquelas pessoas nem força têm para falar
e não perdem a fé, vê-se no olhar

desprezo o poder dos que decidem a vida de quem não tem opção.

para o teu bem

lembro-me de sentir...
esse aperto bem cá dentro
fazer diferente do sentir
correr para conseguir viver
sorrir para fingir

são teias em que nos ajeitamos
defesas que criamos
para fugir de um abraço
o medo do fracasso!

hoje nas pausas que consigo
trago isso comigo
mas faço-o de outra maneira
delicadamente consigo
tento ouvir
escutar
guardar e reflectir
dar mais importância ao outro falar

não largues tudo ao acaso
não deixes a noite atormentar
não sejas mais a heroína
procura aceitar

não sei resolver tudo
não tenho a tua chave
mas se te dedicares a ti
encontras na tua cave

para o teu bem haverá a solução
que trará paz ao teu coração.

16.6.08

vida de contraste

limaste aquele cenário
cortaste-lhe o belo acto
juntaste-lhe o calcário
rompeste-lhe o sapato

depois sorriste para a foto
pegaste-lhe ao colo
abraçaste-o bem forte
aterraram redondos no solo

cruzaste Portugal
esticaste bem a mão
tocaste em muitos mundos
fechaste os olhos e o coração

no poder reside o último sim
que vem da emoção
este país dorme debaixo do Sol
pára tudo, até a produção,
o povo vai gozar o Verão

Soweto

SOWETO rima com gueto
Mais há para saber
Se pesquisares mais um pouco
O que irás conhecer?
Não é a beleza do mundo
Em azul ou prados verdejantes
Mais um caso do saco fundo
Em que mergulham histórias injustamente degradantes

Pári piri pári

Foto:Primavera no Alentejo:Alentejo:Jun2008


pári piri pári
é o som que inventei
na toca do teu sabor
onde toda me enrolei

pári pári piri
são horas de tocar
correr até ti
para te poder desafiar... abraçar

piri pári pári
descobrimos mais uma canção
tirámos da cartola um colibri
ganhou magia o Verão

decides o futuro

Foto:Calçada Portuguesa:Olhão:Jun2008


No momento em que decides, o futuro passa a outro.
Depois >> descobres que não sabes, quando terá sido que decidiste?
Ai estás - decidido, entretido, convencido. Acabaste com os porquês, segues detido. Apagaste a solidão. Podes estar a sós, mas sózinho, decidiste que não.
Quando fazes o rewind (porque de manhã... de manhã a luz abre-te a pestana) já estás no futuro.
Detestas analisar. Odeias procurar os porquês do que te acontece. Mas quando sobes as escadas e estão à tua espera, o que fazes com eles?
Podes voltar a decidir!
Chegas ao patamar (que até rima com pensar!) e decides para onde vais andar, se para ficar, se para continuar? Vais voltar?! Não faças isso.
Dás conta do degrau onde chegaste e isso... isso dá-te um certo orgulho. Já conquistaste. Estás em grande.
Saberás que a conquista é a busca e não o fim?
Homem, ensinaram-te a ser assim. Constróis os castelos na praia, abres as portas, sorris para ela não te perguntar o que estás a pensar... e mais?
Depois, o que pensas por ti? O que decides por ti? No momento em que decides, o que é que realmente sentes? Sabes que sentes? Não tens apenas a dor que falas, aquela que mostras ao mundo. Sabes, há mais ai dentro de ti no momento que decides.

12.6.08

Viva o Sto Antº...

...Viva o S. João!
Este ano não saí para viver a menina e moça com perfume a sardinha assada, andar e andar por Lx. Não fui ver as marchas. Este ano a marcha ruma a Sul e tem pronúncia!
Adoro a época dos Santos populares. Há um ano foi diferente!

Postal do Luxemburgo

chegada a casa
depois dum dia de trabalho
sentei-me a descansar
apetecia-me mandar o mundo para... um atalho!

heis senão que num momento
daqueles únicos por sinal
recebo umas palavras com amizade
de uma amiga sem igual

a emoção chegou-me à vista
fiquei com a lágrima no canto do olho
abracei a minha Fabião
parecia um belo sonho

não duvides minha amiga
que mesmo fora do alcance do meu abraço
estás sempre cá dentro
e guardo convictamente o nosso laço

mando um beijo muito grande
e um xi-coração
quando chegares dou-te mais
prepara-te para o abanão : )

Grata por ti amiga
@--;--

11.6.08

Espaço

nos dias que correm
que nadam e galopam
traçamos o futuro das vidas
das veias que palpitam

daquelas que nos vão fazer correr
tratar, cuidar, querer bem
traçadas pelos genes
que até aos 30 parecem tão além

nos dias que correram
nadaram e galoparam
trazemos a herança
das horas que não pararam

do descanso não tido
das águas que não flutuámos
do património que não cuidámos
enfim, do futuro que sonhámos!

...guardo espaço para vós, que sempre estiveste comigo,
mesmo naquele sentido figurado, do apoio de um amigo.

porque depois vêm os antes
do que podia ter sido
e vem a tristeza prevista
sempre a chorar do não conseguido

temos agora o palco
e não actuamos para nós
fugimos para a plateia
para não estarmos sós


... estou aonde afinal, no início ou no terminal?
levantada ou sentada? estarei voltada para a estrada sonhada?...

reza quem vai deixar passar
a cena da sua vida
e acreditar que se ajoelhar
tem o perdão pela compaixão sentida

mas não muda nada
nada há que fará voltar
às noites perdidas na bancada
a ver os outros a lutar

10.6.08

olhos postos no céu

já questionei o mundo algumas vezes
sobre onde mora a diferença,
entre o banal do que se vive
e a base de toda a crença?

escassos momentos havia
em que sentia o que é
mas não verbalizava
até entranhar o valor da fé

ser para estar, ser para fazer, ser para dar, ser para valer

o agora do presente
sem limite a antever
do seguro mesmo na incerteza
sem o medo do que pode acontecer

é a crença
que veste de força o poder

nasce com toda a criança
e em adultos muitos há que a deixam morrer

é a liberdade para matar o medo de sonhar
para não aceitar o que não nos é bom
é a certeza do bem no pouco
onde o querer consciente ganha até tom

entrego o pensamento ao coração
ganho na mente o desejo de seguir
e sem importar o dia, creio ser a emoção que,
de olhos postos no céu, me deixa ver o Sol altivo sempre a sorrir!

5.6.08

Lugar da Moda

Olá caros visitantes do Sem Naufragar. Alguém ai gosta de moda? Convido-vos a visitar o site Vestearte e a deixarem as vossas opiniões! Apareçam ; )
Porque nem só de trabalho vive o homem, entreguemos à arte um lugar de destaque.

3.6.08

Evolução do Roubo

Autor desconhecido, mas reconhece-se o bom gosto : )

2.6.08

Filmes: ao vivo e a cores

Let's look at the trailer...
1ª sessão: Os Intocáveis
Chegada aos Pastéis de Belém, avisto 2 putos (miudo e miuda, talvez com 12 e 13 anos) de fisga na mão a gozar o prato: acertar nas pessoas da paragem, mas com aquele ar de gozo de quem está a ser visto e é intocável! Durou alguns minutos, até que um dos rapazes da paragem decide ir atrás deles. Começa o filme, fogem pela rua logo lateral aos famosos Pastéis e, tcham, magia!!! Os putos desaparecem e, heis senão que, em menos de nada, aparece a família dos miudos. Talvez 5 ou 7 pessoas, logo, ao molho em cima do rapaz "o que é que tu queres, fizeram-te mal ?!&%$#, parto-te a boca toda %&#&*$...". Yah, grande ciganada ali mesmo à mão de semear. Regra geral têm o mesmo modo operandus: 1º batem, depois perguntam o que foi, depois se respirares, tens sorte. Os intocáveis!
2ª Sessão: Clube de Combate
Há muito que oiço "espertos são os cães, as pessoas são inteligentes". Entrada na A5 pela saída de Porto Salvo. Fim do dia. Condutor canaliza toda a sua fúria para o volante, reclama por tudo e por nada, decide insultar o condutor que lhe passa à frente, que por natureza da via (portagens), passa de 4 a uma!! O outro não vai de modas, encosta ali mesmo (leia-se: "ali mesmo"), sai do carro (tipo câmera lenta, à filme), tipo galo abana a pena toda, evidencia os musculos, debruça-se sobre o carro do furioso e, tal qual o galo, estica o pescoço e com aquele tique (quem está de fora percebe logo...) "o que é que tu disseste?". Amigos, o Tarzan Taborda era da Fonte da Telha!

28.5.08

Portista viajante

Dois gajos do Porto discutem sobre férias, e diz o primeiro:
- Este ano num bou seguir os teus cunseilhos
- Atão e porquê?
- Atão, em nobenta e oito sujeriste-me o Habay. Eu fui e a Maria engrabidoue!
Em nobenta e nóbe sujeriste-me a Republica Dóminicâna. Eu fui e a Maria engrabidoue!
Em dois mil mandaste-me pró Brazil. Eu fui e a Maria engrabidoue! Arre porra, não cunfio mais em ti, carago!
- Deixa-te de coisas! Este ano bai mas é às Ilhas Seixales, mas tens que tomar um cuidado !
- Cuidado! Que cuidado?
- Desta bez leba a Maria cuntigo, carago!!

22.5.08

mãos de aves

tocados... decorados com as mãos
leves, unidos e quentes
torneados... esgotados os cantos fresquinhos
largam-se finalmente nas correntes!

abertos por sonhos...

sobem às copas... aos ninhos de paixões
genuinas aves, longe das mentes
a naturalidade abre as asas
abandonam o mundo tangível das serpentes

consegues receber da floresta tudo o que sentes?

deitadas de costas as presas na casca
coladas aos troncos pela resina pingada
pele marcada da força e que leve
cobertas de penas e água salgada

abertos pelo espaço...

de olhos brilhantes
bicadas de sabores azulados
lançados no voo do profundo celeste
céu atravessado por crentes apaixonados

consegues agora saber para que lado é o leste?

18.5.08

Caneca para Alvalade

O FCP queria a dobradinha. Confere, o resultado foi o dobro.
CANECA para Alvalade! Hoje Lisboa é verde! Parabéns às Leoas e Leões deste país.
Aos Dragões, deixo aqui os parabéns pelo campeonato.
Saudações Sportinguistas

Preço simbólico

Bem, a expressão "preço simbólico" tem-se cruzado comigo ultimamente e... deixa-me sempre com aquela minha atitude histérica: "XULOS"!
Juntamente com umas colegas estudavamos a hipótese do Holmes Place de Oeiras. Depois da típica volta ao edifício, o Sr Comercial começou a tentar vender o seu produto. Lá viu 3 moçoilas novitas e deve ter-nos tomado por parolas. Ora, reparem na atitude comercial.
Falha 1. Fez-nos o habitual inquérito: "praticam alguma actividade fisica?". Na altura, frequentava o VivaFit. Prontifiou-se a tirar conclusões precipitadas "então uma das razões porque aqui está, é que se fartou daquele exercício repetitivo?". Talvez lhe tivesse ficado melhor a atitude de: "compreendo, então valoriza a prática de exercíco físico!"
Falha 2. Depois, tentou vender o seu mais que tudo. Na descrição referiu a existência de 2 consultas de acompanhamento que actualmente tinham um valor simbólico de 30€ cada. Bem, esbarramos aqui. Como raparigas atentas (às vezes confundido com "parolas"), perguntámos a obrigatoriedade das dita cujas e a importância: têm o objectivo de motivar os atletas e, como antes eram oferecidas e não lhes davam o devido valor, decidiram dar-lhe um preço simbólico, somando 60€ anuais. Portanto, o que poupávamos pelo descontro resultante do acordo com a entidade empregadora, pagávamos em consultas de motivação. YAH!
Mas não fiquemos por aqui. Hoje pesquisava mestrados e encontro esta frase também com um certo grau de incongruência: "Programa de Desenvolvimento Pessoal e Curso de Análise e Comunicação de Informação de Gestão
A inscrição em cada um dos cursos é feita no acto de inscrição no Mestrado Executivo. O custo de cada um é de 125,00€, um custo simbólico face ao seu preço de mercado e visando, somente, cobrir os custos operacionais de funcionamento." (
http://indeg.iscte.pt/cursos/mestradosexecutivos/informacoes/calendario/).
O mestrado já ronda os 5880€ (PREÇO PARA AMIGO...) e depois tem o valor simbólico da inscrição.
Diria que, em termos de argumentos comerciais estamos para lá de Bagdah!

Entram os violinhos...

Hoje é Domingo e controla-me uma preguiça que vai de Lisboa à Suiça.
Hoje gozo um pouco do dia de "não fazer nada", completamente colada a um sofá, de portátil no colo.
Hoje passa o lendário Titanic na tv. O filme em que se brinda "faça com que cada dia conte". É um pensamento que tento não esquecer mesmo quando os momentos parecem banais. Os banais são alguns. Mas confundimo-los muitas vezes com os únicos e de valor.
Hoje recordo a cena do filme que considero perfeitamente possível de acontecer e talvez uma das mais chocantes: entram os violinos, primeiro para entreter as gentes, para ocultar o desastre, para adiar o inadiável, depois para manter quentes os homens que transportam o ritmo consigo.
Hoje o som dos violinos está mal distribuido pelo mundo. Em alguns sitios ouvem-se, gozam-se. Outros são tocados e não são notados, nem sentidos e nem valorizados. Noutros não existem, nem lhes é dedicado um espaço. Qual o equilíbrio nisto?
Do mesmo modo que para se dançar um tango são precisos 2, para haver "música" é preciso alguém que a sinta, que a viva. O mundo andará esquecido da importância de pequenas coisas e da beleza nelas contida? (http://machineeye.blogspot.com/2008/05/pormenores.html) Em tempos acreditei que era eu que tinha tempo para pensar nestas coisas. Hoje considero-as de extrema importância, capazes de justificar o motivo pelo qual respiramos.

13.5.08

Gasóleo a 0.086€ o Litro


Isto não é publicidade enganosa. Estes preços existem. A foto provocatória foi captada há uma semana em Gibraltar. De carro são 8 horitas. Palavras para quê?! Há imagens que valem por 1000 palavras.

Sorry mãezinha, não consigo, é mais forte do que eu:
Cambada de COMILÕES! XULOS!!!... UFA!
(às vezes o meu mau feitio transcende-me, bem como a economia da energia da qual dependo e movimenta o país).

Mocos do meu bairro

Do you know Bob? Marley, Dylan, Geldof?
Hoje escolho Mister Geldof.
Sem apresentações (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bob_Geldof), dou o passo seguinte: porquê falar desde homem?Simples. Decidiu optar por utilizar no seu todo a escala de um sonómetro para lembrar ao mundo aquele aspecto abafado entre vozes, aos olhos de todos, mas que é tabu: corrupção. De repente, toca-se no assunto e todos se levantam para falar. Pronto, deixa de ser assunto para "má logo", e passa a estar nos jornais. De repente, descansa-se o tema "Angola como país com maior taxa de crescimento" e passa-se para "Governo angolano criminoso". Temos passado ao lado desta realidade, mas são factos, existem. Não é preciso ser irlandês, músico ou activista para o saber.
Onde convivem algumas das maiores disparidades sociais? Luanda.
Algumas:
- chove: pessoas na rua tomam banho, trânsito descomunal
- carros montados a partir de peças de outros carros: bus com porta deslizante (nas toyotas) que são colocadas e retiradas a cada entrada/saída de passageiros
- a casa/palácio do Presidente de Angola precisa de mais espaço: extende-se o terreno para uma das ruas
- auto: circulam os carros mais caros, os modelos mais luxuosos, modelos que não vemos em Portugal
- ... e todo o terreno, é que as estradas têm mais buracos do que asfalto(!)
Mais havia.
Aos mocos do meu bairro, deste mundo, aprendam com a história.

5.5.08

valente carrossel

quando te largas pelos sonhos
encontras-me à tua espera
estou sentado muito sereno
despreocupado com o tempo que impera

corremos apenas para chegar
à hora do abraçar
nesse valente carrossel
em que te levo a viajar

quando me cerco de ti
pouco fica por saber
perdemo-nos nas descobertas
dos caminhos do nosso ser

e poucas as palavras
que proferimos para trocar
mesmo sem de um nada saber
optámos acreditar

na empatia que partilhamos
no espaço que nos medeia
no poder que ganhamos
quando este desconhecido se ateia!

26.4.08

sem despedidas

há coisas que não sabemos
aceito
há sensações que não explicamos
sei que é assim
não vale fugir do fim
nem de mim

encontrada a sensação boa
ainda com medo da não verdade
na correria que é Lisboa
surge a louca realidade

não sei
viver sem acreditar

não faz parte
ser diferente no andar
não faz sentido
sem isso respirar

sem acreditar não ando
cambaleio em dunas atormentadas pelo vento
sem acreditar não te deixaria entrar
ficar, respirar, chegar para aqui e ocupar o assento

na porta da minha vida
houve quem ficasse a espreitar
contigo viajo nas estrelas
aquelas que reacendeste e teimas fazer brilhar

se consegues ler os meus lábios
não leves de mim esses olhos
e no silêncio cúmplice do segredo
ambos de joelhos
plantar flores neste mundo
ver-te sorrir hoje e amanhã... esse rasgar eu mereço
mantém firme a segurança desse fundo
e resiste mais um pouco, eu aqueço